A Casa dos Sonhos (Dream House)
Direção:
Jim Sheridan
Com:
Daniel Craig, Rachel Weisz, Naomi Watts
Ano de produção: 2011
Gênero: Suspense
Classificação Etária: 12 anos
Nota: 2
Comentário:
Daniel
Craig é um ator que anda em alta na carreira. É o atual James Bond, o 007 e foi
o protagonista do atual “Millenium – Os homens que não amavam as mulheres”.
Rachel Weisz é uma atriz que andava sumida, é verdade, mas que fez alguns
papéis dignos de nota e com um merecido Oscar na estante de Atriz Coadjuvante
por “O Jardineiro Fiel”. Naomi Watts em seus 10 anos de carreira foi mais
promessa do que certeza, mas que na tela tem lá sua simpatia. Jim Sheridan é um
diretor de poucos, mas respeitados filmes, como “Meu pé esquerdo” e “Em nome do
pai”. David Loucka, que é o roteirista deste filme aqui tem no currículo em
roteiro “O Chamado” e “O Chamado 2”. O estúdio Warner Bros injetou aqui 50
milhões de dólares para a realização de “A casa dos sonhos”. Tudo isso tinha tudo
e mais um pouco para a realização de um grande filme. Mas o resultado é um
lixo.
“A
casa dos sonhos” é um desperdício de tempo, dinheiro e talento na tentativa
fracassada de realizar um Thriller psicológico que só ficou conhecido pelo
romance da vida real de Craig e Weisz (que aliás, não tem química nenhuma).
Desde
o processo de edição após as filmagens viu-se que algo ia mal. Explico melhor.
Como no mundo poderoso de Hollywood o produtor está acima do roteirista e do
diretor e o que só o que os estúdios querem são lucros acima de tudo, a equipe
de produção deste filme não gostou do resultado final de “A casa dos sonhos”,
que nós, espectadores, nunca saberemos qual versão é esta, e esta equipe
resolveu alterar o curso do filme, inclusive com mudanças no roteiro e no
final, que, diga-se de passagem, é horroroso. O diretor Jim Sheridan abriu um
processo para os produtores e não queria seu nome nos créditos do filme. Ele
perdeu a causa e seu nome aparece aqui como diretor. Olhando para a boa
carreira de Sheridan, não há uma só cena em que revele que estamos falando de
um filme seu. Mas também, considerando que “A casa dos sonhos” desperte no
espectador, ira, constrangimento e até uns risos forçados, também não há uma só
cena que revele que estamos falando de um Suspense Sobrenatural, devido à trama
rala. Sério, nada diz aqui o gênero em que ele foi vendido. Para se ter uma
ideia da farsa, esta imagem acima, das duas garotas de mãos dadas, não existe,
talvez ela estivesse na versão do diretor, mas como já dito, nunca saberemos.
E o
roteiro? Ah, o roteiro. Bem, um bem-sucedido empresário (Craig) decide jogar
tudo para o alto e se dedicar a viver com a família, que ele não vê há muito
tempo. Que mora em um lugar afastado, no interior dos Estados Unidos. Lá estão
sua dedicada esposa (Weisz) e suas adoráveis filhas. Porém, coisas estranhas
acontecem, visões fora do normal de noite e uma noticia aterradora: há 5 anos
um homem assassinou toda a sua família a sangue frio. Ele sobreviveu, para o
desespero de todos. Esse homem responde pelo nome de Peter Ward, que gerou uma
espécie de trauma na região. Ninguém comenta o caso. A vizinha mais próxima da
família é a estranha Naomi Watts, que sabe tudo do ocorrido, mas teme de falar
o que sabe.
Em
um filme de suspense, é legal quando não sabemos o que irá ocorrer e tentar
achar alguma pista falsa deixada nas entrelinhas. Aqui não é o caso, tudo é
previsível demais. Parece que foi um roteiro escrito pela metade, você não
consegue se envolver na história porque o próprio elenco parece que atuou sem
vontade. Craig não passa uma cena (que não são poucas) sem falar algo sem
sentido. Weisz mal consegue dar empatia como mãe e esposa. E Watts, bem, se o
personagem dela saísse da história sem dizer uma só palavra, não ia alterar em
nada o curso do roteiro. Ela que, aliás, bem que merecia uma indicação ao
prêmio Framboesa de Ouro aqui. O tempo todo são só caras e bocas. Cadê aquela
promissora atriz que encantou plateias com o papel de “O Chamado” (uma prova
que ela tem sim, talento para o suspense).
Tudo
é tão ruim, que até as partes técnicas são horrorosas. A fotografia parece de
filme “Z”, a direção de arte é um pout-pourri de filmes melhores, diálogos
péssimos (aliás, não vejam esse filme dublado, pois tem um “carioquês”
insuportável), atuações constrangedoras e o desfecho pareceu feito na correria
para fazer o longa estrear logo.
Longe
de ser um suspense psicológico, sobrenatural. Até o espectador menos atento vê
todas as pistas lá. Não há mistério. O único mistério aqui é tentar descobrir
por que raios alguém financiou um desastre desses.
Imagens:
Trailer:
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