Annabelle
Direção:
John R. Leonetti
Ano
de produção: 2014
Com:
Annabelle Wallis, Ward Horton.
Gênero:
Terror
Classificação Etária: 14 Anos
Um
terror “da gema” para atrair multidões
No ano passado, quando fui assistir ‘Carrie – A Estranha’
eu havia dito que Hollywood não fazia mais filmes bons de terror e os grandes
do gênero ficariam apenas na memória. E, mais do que isso, eu disse também que
minha carência com boas obras de terror só estavam sendo supridas na TV, com a
ótima série da Fox, ‘American Horror Story’.
Mas, nada como queimar a língua e ver que o terror tem
sim, jeito. A grande razão para a desgraça toda do terror atual foi o grande
sucesso da cinessérie ‘Jogos Mortais’ e o investimento da Indústria em tortura
e sangue gratuito.
O que os produtores deveriam entender é que, a melhor
forma de assustar a plateia é na sutileza, e sem querer aparecer demais. Basta
se lembrar que em filmes como ‘O Iluminado’ e ‘O bebê de Rosemary’,
praticamente não há sangue e, em alguns casos, o medo fica por conta da
interpretação do espectador.
E é esse terror clássico que é resgatado em ‘Annabelle’.
O filme chegou sem fazer barulho e praticamente ninguém falava sobre ele, mas
logo foi ganhando o boca-a-boca e se tornou um grande sucesso. Aqui no Brasil,
ele já está na 2ª semana em 1º lugar nas bilheterias.
‘Annabelle’ é um spin-off de ‘Invocação do mal’, na
verdade a história se passa antes do filme de 2013 e acompanha a trajetória de
Mia (Annabelle Wallis) e John (Ward Horton), que estão esperando uma menina.
John dá a Mia uma boneca desconhecida de presente, que logo se junta à coleção
de brinquedos do casal. Porém, começam a aparecer coisas estranhas na casa e
descobre-se que se trata de uma seita demoníaca. Os responsáveis por essa seita
possuem o corpo da boneca Annabelle e precisam de uma alma humana para se
fortalecer, no caso, da bebê, Leah, filha do casal.
As comparações com ‘Brinquedo Assassino’ são inevitáveis
e assistindo agora a ‘Annabelle’, vemos como foi o impacto para o terror do
boneco Chucky no filme de 1988, vejamos o que dá para comparar: a boneca é um
presente, no caso, de nascimento, a temática é muito parecida, com um brinquedo
sendo possuído pelo demônio, o prédio que Mia e John se mudam, é quase idêntico
à da família Barclay no filme de 1988 e, por falar em Barclay, há uma aparição
rápida de um prédio com o nome de “Barclay’s” em uma tomada do filme.
No caso de ‘Annabelle’, quando se diz “sustos sutis”, não
deve ser interpretado como algo leve, muito pelo contrário, este é dos filmes
mais assustadores dos últimos anos e é bom saber que os fãs de terror não estão
mais órfãos.
Desde a câmera que acompanha os personagens e que dá um
giro 360º até as expressões de, ora medo, e ora coragem da dupla principal, dá
muito mais medo do que qualquer tortura de ‘Jogos Mortais’.
E por falar na dupla principal de atores, Annabelle
Wallis (olhem só o nome dela!) e Ward Norton são dois nomes desconhecidos de
Hollywood e, com o sucesso deste filme aqui, têm a chance de brilhar. A escolha
deles foi muito certeira, primeiro porque são grandes atores, melhores do que
muita gente por aí, depois porque, considerando que a plateia não os conhece,
faz com que a atenção fique na boneca e nos eventos aterrorizantes, e não nas
possíveis estrelas.
Este é o primeiro filme bacana do diretor, John R.
Leonetti, os outros haviam sido os desastrosos, ‘Mortal Kombat – A
Aniquilação’, em 1997 e ‘Efeito Borboleta’ em 2006. Ele é mais conhecido em
Hollywood como Diretor de Fotografia, que também tem algumas pérolas como ‘Eu
sei quem me matou’.
O diretor de ‘Invocação do Mal’, James Wan, desta vez
participa como produtor. Ele também dirigiu o 1º Jogos Mortais e assumiu a
direção na esperada produção ‘Velozes e Furiosos 7’.
Ver ‘Annabelle’ nos cinemas foi uma experiência para se
levar para o resto da vida, em especial sobre a sessão em que eu estava: a sala
estava lotada, e a reação da plateia, com sustos, gritos e aplausos, é uma das
coisas que nos faz apreciar e sair para as salas de cinema.
Cinema não é só arte, também é essa coisa vibrante e por
mais que hoje em dia seja possível ver filmes online de graça, nada tira o
brilho de um cinema com a sala lotada e com uma boa pipoca.
Nota:
9,0
Imagens:
Trailer:
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