Uma cilada para Roger Rabbit (Who Framed Roger Rabbit)
Direção: Robert Zemeckis
Ano de produção: 1988
Com:
Bob Hoskins, Christopher Lloyd, Joanna Cassidy, Kathleen Turner, Amy Irving.
Gênero: Comédia
Classificação Etária: 12 Anos
Zemeckis
e Spielberg um dia foram assim
A tecnologia de ‘Uma cilada para Roger Rabbit’ é tão
engenhosa e à frente do seu tempo que poucos arriscaram fazê-la novamente. E
quando fazem, o resultado é desastroso. Como não se lembrar do fracasso de ‘O
mundo proibido’, com Brad Pitt em 1992 e do fiasco que foi ‘Space Jam: O jogo
do século’? São filmes que usam a computação gráfica e clássica para desenhos
em 2D e misturaram com atores em carne e osso, querendo pegar carona com o
sucesso de “Uma Cilada”, mas sem sucesso.
Outra razão para filmes assim não serem feitos é a
globalização: muitos personagens de desenhos estão divididos em suas empresas e
conseguir direitos autorais para tais personagens, é caríssimo. E nem precisa
ser no mundo das animações. Basta ver essa briga sem fim entre a Marvel
Studios, a Fox e a Sony para conseguir direitos para seus heróis. Ou, mais
ainda, o grande trabalho que foi para a realização de ‘Detona Ralph’ e trazer
os grandes personagens dos games para a telona.
No caso de ‘Uma cilada para Roger Rabbit’, quase todos os
desenhos consagrados estão lá. Dos grandes, somente Tom & Jerry e Popeye
ficaram de fora. E foi tudo feito na raça. O computador só corrigiu a
iluminação.
E tanto esforço garantiu o reconhecimento, técnico ao
menos, do filme no Oscar: ‘Uma cilada para Roger Rabbit’ faturou 3 merecidas
estatuetas: Efeitos Especiais, Efeitos Sonoros e Edição. Além de o filme ter
sido ovacionado por público e crítica.
Mas e o roteiro? Bom, apesar de a temática se apresentar
no mundo das animações, sua história não é nem de longe para crianças. Muito pelo
contrário. É uma trama de espionagem, sensualidade e homenagem aos filmes noir.
A história se passa na Los Angeles de 1947, a Grande
Depressão e a Segunda Guerra já haviam passado e os EUA já se firmaram como
grande potência. Lá vive um detetive beberrão e atrapalhado, Eddie Valliant (Bob
Hoskins), que é contratado para ver o que está acontecendo entre Roger e
Jessica Rabbit em um lugar chamado “Desenholândia”. Ele é um coelho atrapalhado
e ela é um mulherão que se apresenta em uma boate. E Eddie vai investigar a
fidelidade de Jessica. Lá, ele descobre que Jessica trai Roger com um cliente,
Marvin Acme, tira fotos como prova e as mostra para Roger. Mas Marvin morre na
mesma noite e Roger Rabbit se torna a principal suspeito. Mas, será que foi ele
mesmo ou tudo foi uma armação?
Visualmente, ‘Uma cilada para Roger Rabbit’ é uma
obra-prima. E não só para a época. Até os dias de hoje também. Fruto da grande
dobradinha entre o produtor Steven Spielberg e o diretor Robert Zemeckis. Essa parceria
já havia acontecido na trilogia ‘De volta para o futuro’ e é uma pena que não
houve mais filmes com os dois juntos.
Essa não foi a primeira vez que Zemeckis faturou o Oscar de
Efeitos Especiais. Ele ganhou em 1993 pela comédia ‘A morte lhe cai bem’ e em
1995 por ‘Forrest Gump – O contador de histórias’ (na qual ela ganhou como
Melhor Diretor e Filme) e, se ele está sumido nos dias de hoje, saibam que ele
contribuiu – e muito – para o cinema entre os anos 1980 e 1990.
‘Uma cilada para Roger Rabbit’ não é um filme que se leve
tão a sério e tudo é em nome da fantasia. Desde a “Desenholândia”, a interação
entre humanos e desenhos até a relação estranha entre Jessica e Roger.
A sequência
de abertura merece estar entre as melhores da história, em que Roger dá uma de
babá e leva um “olé” do bebê na busca pelo biscoito em cima da geladeira. E depois
descobrimos que tudo fazia parte de uma gravação de TV.
Se fosse feito hoje em dia, ‘Uma cilada para Roger Rabbit’
com certeza geraria continuações e produtos. Mas seu lançamento foi em 1988 e
tudo ficou somente neste filme aqui. É uma história centrada e que uma
continuação necessitaria de um cuidado com o roteiro e personagens. Coisa que
os roteiristas deveriam entender.
Nota:
10,0
Imagens:
Trailer:
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