Criada por: Shonda Rhimes
2005
- 2015
Com:
Ellen Pompeo, Patrick Dempsey, Sandra Oh, Chandra Wilson, Justin Chambers,
James Pickens Jr., Kate Walsh, Sara Ramirez, Jessica Capshaw, Kevin McKidd,
Katherine Heigl, Eric Dane, Chyler Leigh, T. R. Knight, Isaiah Washington,
Jesse Williams, Sarah Drew, Caterina Scorsone, Camila Luddington, Jerrika Hinton,
Kelly McCreary, Jason George.
Drama
14 Anos
Grey’s Anatomy
é uma grande série – mesmo com os altos e baixos
Shonda Rhimes é dos maiores nomes da TV americana e das
maiores – se não, a maior – showrunner da atualidade. Mas tudo começou lá em
2005, quando foi lançada na canal aberto Abc uma nova série médica, na qual
muitos viam com desconfiança, já que ER ainda passava e embora estivesse
desgastada, tinha um público fiel. E a grande Dr. House, que havia estreado um
ano antes na Fox, tinha sido elogiada por público e crítica. E a própria Shonda
ainda não tinha muita coisa no currículo: o roteiro de ‘Crossroads – Amigas
para Sempre’ e ‘Diário da Princesa 2’ não queriam dizer muita coisa, mas eis
que Grey’s Anatomy estreou e foi um grande fenômeno de audiência e foi elogiada
pela crítica.
Embora a internet estivesse já consolidada como uma
grande mídia na época, o grande público ainda via episódios de séries pela TV,
já que os serviços streaming ainda nem sonhavam que ganhariam um lugar ao sol.
Mas afinal, o que Grey’s Anatomy tem de tão especial para
ter essa audiência tão grande e consequentemente essa legião de fãs? E ainda
com 11 temporadas já completas e a 12ª no seu hiato de fim de ano?
Todos sabem que fazer séries não é fácil. Ao passo que
elas cresceram a um nível extraordinário nos últimos anos e que elas estão
melhores do que o cinema no quesito criativo e ousado, toda e qualquer série
tem a preocupação de manter a audiência e a qualidade ao mesmo tempo. Acontece
muito de uma série perder esses dois fatores – audiência e qualidade – com o
passar das temporadas e manter o interesse do público é um grande desafio.
A própria Grey’s Anatomy tem falhas no meio do caminho, o
que seria inevitável com seus mais de 200 episódios já exibidos em temporadas de
24 episódios cada.
Isso é uma característica das séries de TV aberta, de
apresentar séries com mais de 20 episódios, o que torna muito mais difícil (e
caro!), fazer uma série assim no que uma de canal fechado, como Showtime, HBO e
Netflix, já que as séries de TV aberta, como da Abc ou CW, por exemplo, têm a
preocupação do “politicamente correto”, na qual a violência é moderada e não há
cenas de nudez, por exemplo. Sem contar que cada episódio deve deixar o gancho
para o próximo – e também para o intervalo comercial. Já uma série como House of
Cards (da Netflix) e The Affair (do Showtime), por exemplo, além de possuírem
menos episódios (entre 10 e 13), podem ser encaradas como um grande filme, sem
a necessidade do gancho para o episódio seguinte e podem ser vistas na formato
“binge-watching”, que é a famosa maratona.
Hoje Grey’s Anatomy é o carro chefe da Abc, que também
tem Agents of S.H.I.E.L.D. e Once Upon a Time, por exemplo.
E o grande diferencial de Grey’s Anatomy – e o que a
torna tão especial – é justamente o investimento em relações humanas, na qual o
espectador se envolve emocionalmente com o drama dos personagens e até com o
drama dos pacientes.
Grey’s Anatomy se passa no hospital Seattle Grace, na
qual um grupo de médicos internos chega ao local e é lá que se passa a maior
parte dos acontecimentos da série. Meredith Grey (Ellen Pompeo) é a
protagonista, é a pessoa que move a trama e é a narradora da maioria dos
episódios. Junto com os outros internos, Cristina, Alex, George e Izzie, eles
vão ter que lidar com a pressão do trabalho e de suas vidas amorosas.
Logo no episódio piloto, algumas coisas são esclarecidas
em relação a alguns personagens: Bailey é uma médica brilhante, porém
arrogante, mas que a plateia logo cria uma simpatia por ela – e rouba todas as
cenas. Richard é o diretor do hospital e embora tenha que manter a imagem de
superior, ele – assim como todos os personagens – vive com os seus demônios
internos e tem envolvimento emocional com outras de suas colegas.
Isso é uma reclamação de muitos sobre a série, de que
todos se envolvem com todos e que nenhum deles sabe diferenciar o pessoal do
profissional, mas isso é um problema? Sim e não: é ruim colocar os interesses
pessoais acima dos profissionais, ainda mais se tratando de um trabalho que
lida com vidas humanas, mas é inegável que eles passam muito mais tempo
trabalhando do que em casa e algo sempre pode escapar.
E outra coisa que fica clara também é que Meredith e
Derek são um casal que se ama e apesar descobrirmos que ele é casado com a Dra.
Addison (Kate Walsh, outra que rouba a cena), eles vão e voltam e ao mesmo
tempo que isso se torna interessante, começa a incomodar até que eles se
assumam de vez.
E a Dra. Addison, que só aparece no final da 1ª
temporada, é uma personagem tão incrível e admirada pelo público que ganhou uma
série própria: em 2007, quando Grey’s Anatomy já tinha muitos fãs, ela ganhou
um spin-off: Private Practice, que
mostra o que se passava em Los Angeles quando enquanto a personagem não estava
em Seattle, já que a partir da 4ª temporada ela só aparecia em Grey’s Anatomy
em algumas participações especiais até que ela deixou de aparecer a partir da
8ª temporada.
Outra característica de Grey’s Anatomy, aliás, são os personagens
que simplesmente deixam de aparecer na série – a maioria porque morreu. Existe,
inclusive uma brincadeira online na qual Shonda Rhimes é a “George R. R. Martin”
da TV aberta. Exagero? Novamente sim e não.
Uma série precisa se renovar conforme ela vai evoluindo e
dependendo do roteiro, até uma grande reviravolta é aceita. No caso de Grey’s Anatomy,
ela realmente faz um rodízio de personagens e por diversas vezes há a inserção
de novos internos e médicos que a permanência depende da aprovação do público
(que foi o caso de Callie e Arizona, por exemplo). Mas isso faz todo o sentido
se pensarmos que em um hospital os médicos vão e voltam.
Há dois personagens que saíram que marcaram os fãs: um no
final da temporada 11 e a atriz Katherine Heigl. Esse personagem da temporada
11 (que não falaremos aqui qual é, pois seria um grande spoiler) gerou um barulho tão grande quando foi anunciada sua morte
que até hoje há fãs que pedem sua volta – mas quem viu o momento sabe que foi
necessária a renovação.
E no caso de Katherine Heigl foi mais capricho da atriz
do que necessidade da série: ela estava muito bem fazendo sua Izzie, inclusive
ganhando o Emmy de Atriz Coadjuvante. Mas ela começou a fazer alguns filmes,
como ‘Ligeiramente Grávidos’ e ela simplesmente decidiu que seria atriz de
cinema e abandonou a série. A decisão foi um tiro pela culatra, já que ela
nunca mais fez um filme bacana e agora ela vive sendo indicada à Framboesa de
Ouro.
É fato que Shonda Rhimes às vezes exagera nas
reviravoltas e, para justificar uma nova temporada, coloca algum evento muito
extraordinário para fechar uma temporada, como o homem que entra armado no
hospital ou o acidente de avião. E o leão que invadiu o hospital foi muito
constrangedor.
Mas ela apendeu a fazer TV e hoje está mais contida. Sua
série seguinte, Scandal, tem um saldo melhor do que Grey’s Anatomy e para 2016
será lançada uma nova série médica de sua autoria.
Grey’s Anatomy é uma boa série e não é “série de menina”,
como alguns dizem. É para todos os públicos, fala de relacionamento e do quanto
somos imaturos no que diz o coração. E não é isso que somos?
Notas:
Season 1: 9,0
Season 2: 10,0
Season 3: 9,0
Season 4: 10,0
Season 5: 8,0
Season 6: 7,0
Season 7: 6,0
Season 8: 4,0
Season 9: 3,0
Season 10: 10,0
Season 11: 8,0
Fotos:
Trailer da 12ª temporada: