O Último Caçador de Bruxas (The Last Witch Hunter)
Direção: Breck Eisner
2015
Com:
Vin Diesel, Rose Leslie, Elijah Wood, Michael Caine.
Ação
14 Anos
Nem todo
mundo fantástico é bem-sucedido
As histórias de fantasia cresceram de forma exponencial
nos últimos anos. O que os estúdios – e o público em geral – via com repulsa
agora é a palavra de ordem e todos querem ser o novo Harry Potter ou Crepúsculo.
Mas nem sempre transpor universos fantásticos pode ser uma boa idéia. Tem que
haver um cuidado com a produção e roteiro para não cair no ridículo, pois o
risco é alto.
Mas é justamente isso que acontece com ‘O Último Caçador
de Bruxas’.
Não é a primeira vez que Vin Diesel entra no mundo da
fantasia, aliás, ele tem até trilogia, na qual nenhum dos filmes foi um grande
sucesso, mas tiveram seu público e têm muitos fãs, são eles: Eclipse Mortal, A
Batalha de Riddick e Riddick 3.
E agora sendo ele um ator já veterano em Hollywood, com
muitos fãs, sobretudo pela franquia ‘Velozes e Furiosos’, ele tenta engatar
mais uma franquia em um mundo envolvendo bruxas, demônios e claro, com ele
sendo o herói da vez.
Muitos o comparam com Schwarzenegger e as comparações são
inevitáveis: o estilo de atuação é muito parecido, ambos são carismáticos e no
lançamento de ‘Operação Babá’, houve uma tentativa clara de investir nas
comédias, assim como foi Schwarzenegger em ‘Um Tira no Jardim de Infância’.
Mas no caso de ‘O Último Caçador de Bruxas’,
infelizmente, as comparações se dão com uma das maiores bombas - se não, A
maior bomba – da carreira de Schwarzenegger: ‘Fim dos Dias’.
Na ocasião, nenhum vilão parecia ser mais ameaçador e o
colocaram para combater o próprio tinhoso em pessoa na virada do milênio. Desta
vez, Vin Diesel enfrenta o sobrenatural, que aparentemente é imbatível.
A história de ‘O Último Caçador de Bruxas’ não é ruim, em
tese. Até poderia ser uma grande saga, cheia de metáforas e nos fazendo sonhar,
que é o intuito de uma obra de fantasia, mas o resultado é um filme
constrangedor, com os piores efeitos especiais de 2015 até agora (ainda piores
do que os de ‘Quarteto Fantástico’) – e que não justifica o investimento
milionário de 90 milhões de dólares nesta produção - e ainda com diálogos dos
mais amadores e com os piores clichês do gênero.
‘O Último Caçador de Bruxas’ conta a história de Kaulder
(Vin Diesel), um caçador de bruxas de 800 anos que, no passado, foi amaldiçoado
pela imortalidade por uma bruxa e nos dias de hoje é o último caçador
sobrevivente e nas suas missões, tem a ajuda de um padre (Michael Caine), que é
o 36° Dolan, mas se aposenta e é substituído pelo 37° Dolan, vivido por Elijah
Wood.
Mas uma perda importante em sua vida é o catalisador para
a busca de Kaulder para enfrentar sua inimiga do passado, que o amaldiçoou e
ele vai unir forças com uma bruxa adolescente chamada Chloe (Rose Leslie, a
Ygritt, de Game of Thrones).
O fracasso de um filme é atribuído a uma série de
fatores, afinal, a equipe de uma superprodução é enorme e um diretor e elenco
não trabalham sozinhos.
Mas no caso de ‘O Último Caçador de Bruxas’, dá sim para
apontar que Vin Diesel é um dos responsáveis: ele é um dos produtores e fez o
filme para ele. O diretor Breck Eisner (do também fracassado Sahara),
praticamente não teve voz nas decisões de Diesel e do estúdio. Essa história
entra na galeria dos diretores contratados para fazer um filme, na qual a
palavra final é do estúdio.
O elenco coadjuvante é péssimo: Elijah Wood faz um padre
sem carisma e sem relevância para a história que só tenta emplacar algo no plot
twist final, mas o resultado é nulo.
Rose Leslie estava muito bem em Game of Thrones, mas aqui
tem uma atuação apagada, não consegue fazer uma cena sequer sem fazer caras e
bocas e não há de duvidar de alguma indicação ao troféu Framboesa de Ouro. Ela não
teve carisma, estilo e muito menos talento para viver uma mocinha em perigo ao
lado de Vin Diesel e como já dito, entra em todos os clichês do gênero.
‘O Último Caçador de Bruxas’ só ganha um respiro de
humanidade na presença de Michael Caine. Ele tem uma presença rápida, (cerca de
5 minutos) mas seu papel como mestre de Kaulder remete muito ao Alfred na
trilogia do Batman, de Christopher Nolan.
Caine é um grande ator e ele mesmo disse uma vez que
aceita os papéis sem ler o roteiro.
Sua presença foi fundamental para dar uma credibilidade à
história e até consegue, em seu tempo de tela – pena que dura pouco tempo.
2015 está sendo um ano de muitos fracassos e esse está
apontando de ser mais um. É o resultado de um filme feito na correria para
atender às demandas do mercado. E que venha o Velozes e Furiosos 8.
Nota:
1,0
Imagens:
Trailer:
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