Showgirls
Direção: Paul Verhoeven
1995
Com:
Elizabeth Berkley, Kyle MacLachlan, Gina Ravera, Glenn Plummer, Gina Gershon,
Robert Davi.
Drama
18
Anos
Showgirls
ganhou o prêmio de pior drama dos últimos 25 anos – mas, existem piores?
O “clássico” Showgirls está completando 20 anos em 2015 e
foi um grande fracasso de público e crítica na época do lançamento, mas depois
foi crescendo a sua publicidade de forma inacreditável e ganhando status de cult,
vejamos o porquê: Showgirls ganhou quase todos os prêmios do troféu Framboesa
de Ouro em 1996 e até hoje é um dos maiores “vencedores” e o feito gerou tanta
repercussão na mídia que acendeu a curiosidade do público em geral e foi
ganhando o boca-a-boca, tanto que é exibido até hoje em sessões fechadas,
especiais na TV e agora que chegou no serviço de streaming, pode ganhar um novo
público.
Outra coisa que aumentou a publicidade do filme foi o
diretor: o holandês Paul Verhoeven estava em alta com as ficções científicas
Robocop, de 1987, e O Vingador do Futuro, de 1990, mas ficou tão empolgado com
o sucesso de Instinto Selvagem em 1992 que ele achava que seguir o caminho do
erotismo seria sua nova marca e 3 anos depois lançaria Showgirls.
E tem mais: ninguém vai receber o troféu Framboesa de
Ouro por motivos óbvios e Paul foi a primeira pessoa da história a ir receber e
ainda acrescentou que seu filme era tão ruim que pelos menos o fato de ele ir
poderia gerar alguma publicidade para o filme. E ele estava mais do que certo:
Showgirls virou cult de tão ruim e para quem é fã e curioso sobre cinema, tem a
obrigação de ver Showgirls, pelo bem e pelo mal.
Mas afinal, por que Showgirls é tão ruim? Alguns fãs do
filme dizem que os Acadêmicos e críticos só detonaram o filme pelo tom erótico,
o que tem um pouco de verdade: ainda há uma ala conservadora forte nos EUA que
boicota muita coisa de censura R e X (aquelas proibidas para menores). Para muita
gente, a violência é liberada, mas cenas de nudez e sexo ainda são um tabu para
muita gente.
Mas o problema é que Showgirls é um filme fraco, com diálogos
constrangedores, péssimo elenco e a montagem muito amadora, com muita cara de
filme pornô de baixo orçamento. A única coisa que se salva é que em momento
algum ele é levado a sério, e como um filme de comédia, Showgirls funciona
muito bem. Para quem quiser ver essa indústria levada a sério em um grande
filme, veja ‘Boogie Nights – Prazer sem Limites’, de Paul Thomas Anderson.
Na história, temos Heather (que depois adota seu “nome de
guerra” de Nomi), que viaja para Las Vegas sem perspectiva nenhuma,
principalmente porque o homem que deu carona a ela sumiu com sua mala, mas logo
ela consegue um emprego como dançarina de boate.
Mas não demora muito para ela se destacar, sobretudo
quando ela vai sendo chamada para espetáculos maiores e unindo isso à sua
ambição de crescer, seu nome começa a ser o mais requisitado de Las Vegas – por
homens e mulheres.
Kyle MacLachlan já era famoso na época de Showgirls, ele
havia feito a série Twin Peaks anos anteriores e aceitou participar dessa bomba
apenas para se divertir, mas o mesmo não se pode dizer de Elizabeth Berkley, que
é a protagonista: Showgirls foi seu primeiro filme de destaque e para quem
achava que seria uma guinada na carreira, errou feio. Ela própria disse que
topou fazer esse filme, na qual ela aparece com nudez frontal e em vários
momentos provocantes, porque achava que isso a faria crescer como atriz, mas a
exceção de uma ou outra ponta, sua carreira não teve futuro.
Showgirls não se contentou somente com o troféu máximo na
Framboesa de Ouro de 1996: ele também ganhou, em 2000 como o pior filme da
década e em 2005, como o pior drama dos últimos 25 anos. Houve exagero? Com certeza!
Sobretudo porque nesse meio tempo tivemos A Reconquista, Destino Insólito,
Mulher-Gato, dentre outros. E sem contar que no mesmo ano de 1995 ainda teve o
pavoroso ‘Waterworld – O Segredo das Águas’, que é ainda pior do que Showgirls.
Talvez os defensores do filme estejam certos sobre o
puritanismo da sociedade.
Nota:
2,0
Imagens:
Trailer:
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