Agents of S.H.I.E.L.D.
– 2ª temporada
Criada por: Joss Whedon, Jed Whedon,
Maurissa Tancharoen
2014
Com:
Clark Gregg, Chloe Bennet, Ming-Na Wen, Elizabeth Henstridge, Iain De
Caestecker, Brett Dalton, Nick Blood, Adrianne Palicki, Henry Simmons, Ruth Negga,
Kyle MacLachlan, Hayley Atwell.
Ação
14 Anos
A 2ª
temporada cobre todas as falhas da 1ª – e um pouco mais
Foi em 2013 quando a série ‘Agents of S.H.I.E.L.D.’ foi
anunciada. A expectativa era enorme, afinal, seria a primeira série de TV da
Marvel e havia a promessa de interagir um o universo cinematográfico.
E de fato, quando ela estreou, na Fall Season daquele
ano, o episódio piloto fez muito barulho e atraiu muita gente, sobretudo pelo
“renascimento” do agente Phil Coulson, que morrera em ‘Os Vingadores’.
O
problema foi o que veio depois: o roteiro era confuso, os atores eram sem
carisma, e embora Clark Gregg (que interpreta Coulson) seja um bom ator, ele
não conseguia segurar a série. E para piorar, a rede ABC (canal em que a série
é exibida) queria algo para toda a família, ou seja, a série tinha que agradar
o fã de quadrinhos, mas também tinha que agradar os pais e ao restante da
família.
Mas
isso acabou sendo um tiro no pé para o canal, já que a audiência estava caindo,
a crítica estava destruindo a série e o boca a boca nas redes sociais estava
sendo negativo.
Muita
gente havia abandonado a série (inclusive este que vos fala) e a Marvel,
olhando para tudo isso, precisava fazer algo.
Daí
que veio a luz no fim do túnel: em abril de 2014 chegou aos cinemas ‘Capitão
América 2 – O Soldado Invernal’ e o arco principal do filme era a SHIELD sendo
corrompida pela Hydra e na semana de lançamento do filme, a rede ABC colocou
justamente o episódio que ligava os acontecimentos do longa com a série, reacendendo
a curiosidade dos fãs e aumentando a audiência do seriado.
E
foi exatamente este “fim” da SHIELD o ponto principal até o final da 1ª
temporada e também é o que leva ao início da 2ª temporada.
Na
verdade, a SHIELD está na clandestinidade e seus “sobreviventes” lutam para
levá-la ao seu lugar e destruir a Hydra.
A
segunda temporada começa com um flashback na Segunda Guerra Mundial, na qual a
Agente Carter protege um artefato chamado de Obelisco (e depois descobrimos seu
real poder) das mãos da Hydra.
Esse
início é fundamental para entendermos um pouco da criação da SHIELD e também
deu início à série da Agent Carter (falaremos dela melhor em outra ocasião),
que também pode ser vista como spin-off de ‘Agents of S.H.I.E.L.D.’.
Já
nos dias atuais, voltamos aos acontecimentos do final da temporada passada: Coulson
se torna diretor da SHIELD após a “renúncia” de Nick Fury e Ward está preso na
sede da SHIELD após descobrirem que ele era um agente da Hydra infiltrado. Na temporada
passada ele quase levou Fitz e Jemma à morte e agora prisioneiro, só aceita
falar com Skye (seu interesse amoroso na temporada passada) e tenta manipulá-la
a acreditar nele, sobretudo pelo seu pai, que ela jamais conheceu.
Nesta
2ª temporada temos a inserção de dois novos heróis: Bobbi Morse e Lance Hunter.
A primeira aparição de Bobbi já mostra ao que veio: Jemma foi capturada pela
Hydra e Bobbi é contratada para ficar de olho nela, mas Bobbi a liberta de lá (em
uma cena de ação grandiosa) e só depois descobrimos que ela, na verdade,
trabalha para a SHIELD. Já Lance é o ex-marido de Bobbi. Os dois se provocam a
cada momento e a cada episódio a série deixa pistas falsas de um possível
agente duplo (?)
A segunda
temporada começa com o gancho da primeira, mas não demora muito para o
espectador descobrir qual será o foco ao longo da temporada e ao que tudo
indica, pode ser o foco do restante da série: os Inumanos.
Embora
os mutantes dos X-Men sejam da Marvel nos quadrinhos, nos cinemas a detentora
dos direitos deles é a Fox e a casa de ideias não pode usá-los em seus filmes e
séries. Nesse cenário, a saída para a Marvel em utilizá-los foram os Inumanos,
que vão ganhar um filme próprio em 2019.
Os Inumanos
são menos populares nas hqs, mas a Marvel consegue colocar em tela aquilo que o
grande público não conhece e deixá-lo popular. Os Guardiões da Galáxia estão aí
para comprovar.
No caso
de ‘Agents of S.H.I.E.L.D.’, os Inumanos são tratados igualmente como nos
filmes dos X-Men e é impossível desassociar: a sociedade os rejeita, eles se
tornam uma ameaça e há aqueles que querem conciliação e àqueles que querem
guerra.
Descobrimos
que Skye é uma Inumana, ela finalmente conhece seus pais - que também são
Inumanos, aliás, sua mãe, Jiaying é a líder dos Inumanos e seu pai é Cal, um
sujeito de intenções duvidosas e a série também leva essa dúvida até o final.
Quando
Skye os conhece, ela descobre que seu nome, na verdade, é Daisy Johnson, que
libera uma espécie de campo de força, que, de início, ela não consegue controla-lo,
mas aprende a controlar seus poderes.
Também
descobrimos que Raina (péssima personagem da primeira temporada) também é uma
Inumana, com o poder de prever os acontecimentos futuros. Raina fica com uma
aparência diferente de quando era humana e a série discute o preconceito e
o culto à beleza (alguém se lembrou da Mística?)
E por
falar na Mística, não podemos nos esquecer da agente da Hydra, que atende pelo codinome de Agente 33, que depois descobrimos que seu nome é Kara.
A Hydra
desenvolve a tecnologia de reconhecimento facial e consegue fazer clones de uma
pessoa e nesse cenário, acontece o efeito mais impressionante da série, que ocorre no
episódio 4 e também leva as consequências até o final: Kara consegue clonar
o rosto da Agente May e se infiltra na SHIELD, mas logo é descoberta.
Se na
primeira temporada havia pouco, ou quase nenhum envolvimento emocional com os
personagens, nesta temporada o espectador consegue não só se envolver com os
protagonistas, mas com todo o elenco e mesmo não sendo atores reconhecidos pelo
talento, todos estão muito bem em seu papel e algumas histórias são
surpreendentes:
Coulson precisa lidar com seus dramas pessoais e com a
liderança da SHIELD, ele continua escrevendo os sinais misteriosos na parede,
tem que cuidar de seu prisioneiro Ward – e conseguir alguma informação dele sobre
a Hydra – e com sua Skye em sua sede se descobrir seu passado.
A agente Melinda May tem um episódio praticamente só
dela: é o episódio 17, na qual há um flashback surpreendente sobre seu passado,
descobrimos que ela era casada e matou, acidentalmente, uma garota. O grande
destaque de sua personagem era seu jeito frio e calculista – e logo descobrimos
seus motivos e motivações.
Fitz e Jemma eram personagens muito mal aproveitados no
começo e suas atuações eram quase robóticas: eram o perfil do cientista nerd e
frio, mas depois que Ward jogou Fitz de um avião na temporada passada e o deixou como
prisioneiro embaixo d’água com Jemma, o arco ficou muito mais interessante, já
que o incidente afetou sua atenção – ele está com dificuldade de raciocínio – e
sua química com Jemma remete a uma amizade inseparável – ou a uma possível
atração (?)
Mas a personagem mais bem aproveitada nesta temporada é Skye (ou Daisy, depende do ponto de vista).
Ela era insuportável no começo e estando na série basicamente por ser o perfil
de adolescente ingênua e linda no mundo da SHIELD, mas agora sua história ganha
tons dramáticos, principalmente quando ela conhece seus pais e quando ela se torna Inumana. Daisy tem tudo para ser uma
nova heroína da ação da TV e um elo de equilíbrio entre a SHIELD e os Inumanos.
Por comparação à primeira temporada, ‘Agents of
S.H.I.E.L.D.’ se tornou praticamente uma nova série no 2º ano, tanto na
história, tratamento dos personagens e até na produção: as cenas de ação são
tão boas que o público nem acredita que se trata de uma série da TV aberta
americana.
Mas isso é um sinal que a Marvel também erra e,
sobretudo, ela sabe ouvir seu público. E não é isso que as empresas vitoriosas
fazem?
Nota:
10,0
Imagens:
Trailer:
Nenhum comentário:
Postar um comentário