domingo, 24 de agosto de 2014

Orphan Black - 1ª temporada



Orphan Black – 1ª temporada

Criação: John Fawcett e Graeme Manson

Ano de produção: 2012

Com: Tatiana Maslany, Jordan Gavaris, Dylan Bruce, Kevin Hanchard, Evelyne Brochu, Maria Doyle Kennedy.

Gênero: Suspense Dramático

Classificação Etária: 16 Anos


‘Orphan Black’ é tudo o que a espionagem atual não é nos cinemas

            Com os anos não só as séries de TV chegaram a seu ápice, mas, alguns canais também são sinônimos e marcas de qualidade: como não se lembrar das grandes séries da HBO. Dá para separar a história da TV como antes e depois da HBO com séries como ‘Família Soprano’, ‘Band of Brothers’, ‘Mad Men’, ‘Game Of Thrones’, entre outros. E também o canal Sony, que cresceu com grandes títulos como ‘Revenge’, ‘Grey’s Anatomy’ e ‘The Blacklist’.

            Mas, surgiu um canal que está produzindo séries elogiadas por público e crítica e seu catálogo se popularizou, principalmente pelo Netflix, que é a BBC, que sempre foi sinônimo de credibilidade em matéria de jornalismo e agora investe nessa nova mídia. Algumas séries deles são premiadas, como as consagradas Doctor Who, Sherlock. E há uma, que considero melhor, não ficou conhecida, mas está no catálogo do Netflix e é uma obra de arte: Orphan Black, que é uma série canadense, não tem um elenco conhecido (mas é ótimo!) e tem um roteiro tão engenhoso e perfeito que ficou até difícil de acreditar no que os olhos estavam vendo.

            ‘Orphan Black’ conta a historia de Sarah, que está em uma estação de metrô e testemunha uma pessoa idêntica a ela se suicidando na plataforma. Sarah decide assumir a identidade da vítima, com o nome de Beth, para pegar dinheiro, mas logo descobre que ela é uma detetive, está em crise no casamento e responde pelo assassinato de uma pessoa em teoria inocente.

            Como se não bastasse o turbilhão de coisas que Sarah está com a cabeça por assumir o corpo de outra pessoa eis que vem o choque: ela descobre que é um Clone e há mais pessoas idênticas a ela por aí. E ainda pior, descobre que tudo faz parte de uma conspiração e estão querendo matar uma a uma. Mas, quem está por trás dos crimes? Por que esses clones existem? Por que Beth é acusada de assassinato? E como viver a vida de Beth?

            Essa 1ª temporada teve apenas 10 episódios, e é interessante que, assim como ‘Breaking Bad’, cada episódio é fechado e todos os personagens mudam drasticamente conforme a temporada vai passando. Não só isso, a trama muda com a evolução da série. De início, era uma história de falsidade ideológica, de uma jovem querendo sair de seu submundo e almejando ascensão pessoal ao lado da filha. Depois é uma moça tentando se acostumar com sua nova vida. Suas situações como uma policial poderiam até render alguns momentos cômicos, mas, não é o propósito aqui. Depois é a descoberta e angústia de saber que não é humana em tese, é um produto de laboratório. E depois saber que a vida está em risco. Mas, uma coisa é certa, a vida de Sarah nunca mais será a mesma.

            Mas quem é Sarah? Sarah é uma moça que mora em um bairro periférico, se envolveu com o tráfico de drogas e teve uma filha com um traficante. Sua filha, aliás, é sua única razão de viver de início. É por ela que Sarah quer ascender profissionalmente, e descobrimos que sua filha está fora da guarda dela há quase um ano. A cena, no final do 1º episódio, com a filha acreditando na morte dela, no enterro forjado, é comovente.

            A questão delicada da clonagem é muito bem contada, e explorada também, de forma a não ser um científico chato para o grande público, e sendo atraente para quem conhece a área.

            Mas, como foram concebidos os clones na série? Se a produção fosse hollywoodiana, teríamos computação gráfica, CGI e captura de movimentos, mas, Orphan Black ousou em fazer várias personagens à moda antiga: a mesma atriz fazendo papéis múltiplos.

            E quem é essa atriz? Essa é Tatiana Maslany. Essa grande atriz. Confesso que eu não a conhecia antes de ver Orphan Black e, desde o primeiro minuto da série, já é visível seu potencial e impossível não se apaixonar por ela.

            Recentemente vi o making of da série e a forma como foram conduzidas as tomadas com os clones (que foram muitas) é curiosa: Tatiana incorporou cada uma e, considerando que cada uma é radicalmente diferente uma da outra, a atriz teve que incorporar tudo, desde maquiagem, até os trejeitos e maneirismos. E mais do que isso: mesmo o espectador, já sabendo que vê a mesma atriz, a empatia com cada clone é diferente: Sarah é a grande protagonista, que logo nos envolvemos com ela desde o primeiro minuto. Alysson é uma dona de casa neurótica e que tenta (mas nunca consegue) seguir o padrão de American Way Of Life. Cosima é a estudante nerd que se apaixona pela ciência quando descobre que é um clone. Helena é uma jovem perturbada que acredita que é a matriz dos clones e que todas devem morrer. De início, ela acredita que Sarah é sua inimiga, mas o roteiro tem um destino melhor para as duas. E, no final, aparece Rachel, que trabalha para aqueles que conspiraram contra Sarah e Beth.

            É difícil acreditar porque essa menina não é conhecida e porque raios ela não está nas premiações de TV?

            E o fato de o elenco ser desconhecido, bem como sua protagonista é um grande acerto. Para os produtores, claro, por não gastar demais com atores. E, para o conteúdo ousado da série, fez todo o sentido. Tatiana é uma atriz sem vaidades e não hesita em cena nenhuma, incluindo as cenas de nudez.

            Tatiana é uma atriz diferente. Orphan Black é uma série diferente, o que torna ambos, especiais.


Nota: 10,0

Imagens:










Trailer:

3 comentários:

  1. Concordo em tudo. Série dinâmica, com um ótimo roteiro, elenco maravilhoso e a Tatiana impecável, merece vários prêmios !!

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    1. Sim, Gabrielle, verdade e obrigado pelo comentário. A 4ª temporada já chegou na Netflix e quero maratoná-la!

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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