Masters of sex – 1ª temporada
Criação: Michelle Ashford
Ano de produção: 2013
Com:
Michael Sheen, Lizzy Caplan, Caitlin Fitzgerald, Nicholas D’Agosto, Beau
Bridges, Allison Janney, Heléne Yorke.
Gênero: Drama
Classificação Etária: 16 Anos
‘Masters
of sex’ mostra uma história que precisa ser descoberta
É impossível não associar ‘Masters of sex’ com o filme ‘Kinsey
– vamos falar sobre sexo’. Os dois se passam quase mesma época, anos 50. Embora
a história de Kinsey se passe no início da década e de Masters, no final, as
duas histórias se confundem por se tratarem de homens muito à frente do seu
tempo e viram que a sexualidade não deveria ser mais um tabu, mas um assunto
corriqueiro.
Esta série, Masters of sex, é baseada na biografia do dr.
William Masters, que no final dos anos 1950, iniciou estudos sobre como o corpo
humano reage aos estímulos sexuais. Obviamente, o estudo teve muita repressão
pela sociedade conservadora da época e até o resultado final, tanto a opinião pública
como a classe médica via como algo pornográfico os estudos de Masters. O médico
teve a ajuda imprescindível da dr. Virgínia E. Johnson, que de início era sua
secretária, mas logo se tornou sua assistente.
O estudo consistia em colocar pessoas anônimas para
fazerem sexo em um quarto de hospital com fios e com os dois médicos, Virgínia
e William, para avaliar absolutamente tudo, desde batimentos cardíacos até os
orgasmos femininos. E os resultados foram surpreendentes. Foi a partir desse
estudo, por exemplo, que se descobriu que as mulheres têm mais orgasmos do que
homens. Em uma relação sexual, homens costumam ejacular somente uma vez, mas as
mulheres têm orgasmos múltiplos. E também se descobriu que, durante uma relação
sexual, mulheres, às vezes, pensam em outra coisa – ou em outra pessoa.
É nesse cenário que se passa a série ‘Masters of sex’. A
série é transmitida aqui no Brasil pela HBO, não fez um grande sucesso entre o
público (mas merecia!), mas foi ovacionada pela crítica. E também esteve
presente nas premiações na última temporada. No Emmy deste ano, está indicada a
Melhor Atriz para Lizzy Caplan.
A série é uma das mais bem feitas da atualidade. A belíssima
reconstrução de época reflete, além do filme ‘Kinsey’, também à série Mad Men,
que se passa nos anos 1960. E entende-se por “reconstrução” não apenas a
direção de arte e figurino, mas até os trejeitos dos atores e o comportamento
da época, que vejam, era ultraconservador.
O dr. Masters é apresentado como um médico brilhante, mas
arrogante. Enquanto ele não está nos estudos, está na sala de cirurgia resolvendo
casos que parecem impossíveis (alguém se lembrou de House?). Quem o interpreta
é o sempre ótimo Michael Sheen. Ele fez papéis interessantes no cinema, como
Tony Blair em ‘A Rainha’ e Frost em Frost/Nixon. E seu William Masters é sua
primeira série e ele faz brilhantemente.
A Dra. Virgínia é mostrada aqui como uma mulher
independente e muito à frente do seu tempo. Era uma época que a mulher dependia
do homem para tudo e ela praticamente se oferece para participar dos estudos
com o dr. Masters. Quem a interpreta é a grande atriz Lizzy Caplan. Como já
dissemos aqui, ela está indicada a prêmios e sua Virgínia é seu primeiro papel
de destaque, seja no cinema ou na TV.
Um arco importante da série foi o momento em que Masters
e Virgínia se voluntariaram de cobaia para o estudo. Sim, eles fizeram sexo “pelo
bem da ciência”. O problema é que
Masters acaba se apaixonando por Virgínia, sem que Libby, sua esposa, soubesse,
e colocando o relacionamento profissional dos dois em risco.
Isso aconteceu na vida real também e nos anos 1960,
Masters se divorciou de Libby para se casar com Virgínia. Isso ainda não
aconteceu na série, mas no que depender da fidelidade com a vida real, ainda
acontecerá.
Mas e a vida de Virgínia? Logo no início da série, ela se
divorcia de seu marido e ganha a guarda dos filhos. O problema é que um de seus
filhos a odeia. E mais um retrato de que Virgínia é uma mulher muito à frente
do seu tempo são os momentos em que ela tem que se decidir e conciliar a vida
profissional com a pessoal. E em uma determinada hora na série, ela se envolve
com o dr. Ethan Hass.
Como toda série que se preze, o conteúdo não se limita
somente aos protagonistas, mas também há um grande elenco de apoio. E vários
arcos. Como não se lembrar, por exemplo, da história de Barton e Margaret. Ela se
voluntaria para o teste de Masters por nunca ter tido orgasmos na vida. Barton é
o diretor do hospital. Mas qual o motivo para isso nunca ter acontecido? Barton
tem atração por homens e sua mulher não o atrai.
Há também a nova secretária de Masters, Jane, que de
início era voluntária para o teste, mas logo foi contratada, vivida pela
irresistível Heléne Yorke.
Existe uma tendência para as grandes séries de TV, em
colocar episódios que se parecem com filmes, com temática cinematográfica e, em
alguns casos, melhores do que filmes. E ‘Masters of sex’ não é diferente. Cada episódio
é uma surpresa diferente e nada é o que parece ser.
Ah, para quem é mais conservador, ‘Masters of sex’ tem
uma temática sexual. Nada mais justo, afinal, com um tema explosivo como esse,
era o mínimo. São as grandes séries dessa que muitos consideram a época de ouro
da TV americana.
Nota:
10,0
Imagens:
Trailer:
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