domingo, 17 de agosto de 2014

Masters of sex - 1ª temporada



Masters of sex – 1ª temporada


Criação: Michelle Ashford

Ano de produção: 2013

Com: Michael Sheen, Lizzy Caplan, Caitlin Fitzgerald, Nicholas D’Agosto, Beau Bridges, Allison Janney, Heléne Yorke.

Gênero: Drama

Classificação Etária: 16 Anos

‘Masters of sex’ mostra uma história que precisa ser descoberta

            É impossível não associar ‘Masters of sex’ com o filme ‘Kinsey – vamos falar sobre sexo’. Os dois se passam quase mesma época, anos 50. Embora a história de Kinsey se passe no início da década e de Masters, no final, as duas histórias se confundem por se tratarem de homens muito à frente do seu tempo e viram que a sexualidade não deveria ser mais um tabu, mas um assunto corriqueiro.

            Esta série, Masters of sex, é baseada na biografia do dr. William Masters, que no final dos anos 1950, iniciou estudos sobre como o corpo humano reage aos estímulos sexuais. Obviamente, o estudo teve muita repressão pela sociedade conservadora da época e até o resultado final, tanto a opinião pública como a classe médica via como algo pornográfico os estudos de Masters. O médico teve a ajuda imprescindível da dr. Virgínia E. Johnson, que de início era sua secretária, mas logo se tornou sua assistente.

            O estudo consistia em colocar pessoas anônimas para fazerem sexo em um quarto de hospital com fios e com os dois médicos, Virgínia e William, para avaliar absolutamente tudo, desde batimentos cardíacos até os orgasmos femininos. E os resultados foram surpreendentes. Foi a partir desse estudo, por exemplo, que se descobriu que as mulheres têm mais orgasmos do que homens. Em uma relação sexual, homens costumam ejacular somente uma vez, mas as mulheres têm orgasmos múltiplos. E também se descobriu que, durante uma relação sexual, mulheres, às vezes, pensam em outra coisa – ou em outra pessoa.

            É nesse cenário que se passa a série ‘Masters of sex’. A série é transmitida aqui no Brasil pela HBO, não fez um grande sucesso entre o público (mas merecia!), mas foi ovacionada pela crítica. E também esteve presente nas premiações na última temporada. No Emmy deste ano, está indicada a Melhor Atriz para Lizzy Caplan.

            A série é uma das mais bem feitas da atualidade. A belíssima reconstrução de época reflete, além do filme ‘Kinsey’, também à série Mad Men, que se passa nos anos 1960. E entende-se por “reconstrução” não apenas a direção de arte e figurino, mas até os trejeitos dos atores e o comportamento da época, que vejam, era ultraconservador.

            O dr. Masters é apresentado como um médico brilhante, mas arrogante. Enquanto ele não está nos estudos, está na sala de cirurgia resolvendo casos que parecem impossíveis (alguém se lembrou de House?). Quem o interpreta é o sempre ótimo Michael Sheen. Ele fez papéis interessantes no cinema, como Tony Blair em ‘A Rainha’ e Frost em Frost/Nixon. E seu William Masters é sua primeira série e ele faz brilhantemente.

            A Dra. Virgínia é mostrada aqui como uma mulher independente e muito à frente do seu tempo. Era uma época que a mulher dependia do homem para tudo e ela praticamente se oferece para participar dos estudos com o dr. Masters. Quem a interpreta é a grande atriz Lizzy Caplan. Como já dissemos aqui, ela está indicada a prêmios e sua Virgínia é seu primeiro papel de destaque, seja no cinema ou na TV.

            Um arco importante da série foi o momento em que Masters e Virgínia se voluntariaram de cobaia para o estudo. Sim, eles fizeram sexo “pelo bem da ciência”.  O problema é que Masters acaba se apaixonando por Virgínia, sem que Libby, sua esposa, soubesse, e colocando o relacionamento profissional dos dois em risco.

            Isso aconteceu na vida real também e nos anos 1960, Masters se divorciou de Libby para se casar com Virgínia. Isso ainda não aconteceu na série, mas no que depender da fidelidade com a vida real, ainda acontecerá.

            Mas e a vida de Virgínia? Logo no início da série, ela se divorcia de seu marido e ganha a guarda dos filhos. O problema é que um de seus filhos a odeia. E mais um retrato de que Virgínia é uma mulher muito à frente do seu tempo são os momentos em que ela tem que se decidir e conciliar a vida profissional com a pessoal. E em uma determinada hora na série, ela se envolve com o dr. Ethan Hass.

            Como toda série que se preze, o conteúdo não se limita somente aos protagonistas, mas também há um grande elenco de apoio. E vários arcos. Como não se lembrar, por exemplo, da história de Barton e Margaret. Ela se voluntaria para o teste de Masters por nunca ter tido orgasmos na vida. Barton é o diretor do hospital. Mas qual o motivo para isso nunca ter acontecido? Barton tem atração por homens e sua mulher não o atrai.

            Há também a nova secretária de Masters, Jane, que de início era voluntária para o teste, mas logo foi contratada, vivida pela irresistível Heléne Yorke.

            Existe uma tendência para as grandes séries de TV, em colocar episódios que se parecem com filmes, com temática cinematográfica e, em alguns casos, melhores do que filmes. E ‘Masters of sex’ não é diferente. Cada episódio é uma surpresa diferente e nada é o que parece ser.

            Ah, para quem é mais conservador, ‘Masters of sex’ tem uma temática sexual. Nada mais justo, afinal, com um tema explosivo como esse, era o mínimo. São as grandes séries dessa que muitos consideram a época de ouro da TV americana.


Nota: 10,0

Imagens:










Trailer:

Nenhum comentário:

Postar um comentário