O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro (The
Amazing Spider-Man 2)
Direção: Marc Webb
Ano de produção: 2014
Com:
Andrew Garfield, Emma Stone, Jamie Foxx, Dane DeHaan, Sally Field, Paul
Giamatti, Felicity Jones, Chris Cooper.
Gênero: Ação
Classificação Etária: 12 Anos
Um alívio aos fãs de “homem-aranha”.
A ideia de se fazer um reboot do Homem-Aranha não parecia
ser das melhores, mas o estúdio achou que deveria, principalmente pelo fato de
o protagonista da franquia clássica do aracnídeo, Tobey Maguire, ter se
recusado a continuar fazendo o herói nas telas, mas também pela reprovação do
público do resultado de “Homem-Aranha 3”.
Com isso, a Sony, que também é o estúdio da franquia
clássica, resolve recontar a história do herói nas telas, daí nasceu “O
Espetacular Homem-Aranha”, que estreou em 2012.
A ideia
contar a história nunca antes contada do aracnídeo para essa nova geração e
respeitando mais o universo dos quadrinhos.
De fato, o filme respeitou muito o universo dos
quadrinhos, principalmente na figura da mocinha, Gwen Stacy, que, nos
quadrinhos era a primeira namorada de Peter Parker e no filme foi sim tratada
como nos quadrinhos, muito diferente da Gwen apresentada em “Homem-Aranha 3”
como a amante de Peter.
Mas o filme, infelizmente, foi cheio de problemas, foi
basicamente a mesma história da trilogia clássica, trouxe um vilão Lagarto sem
carisma e produção fraca, mas rendeu um bom dinheiro à Sony, que deu sinal
verde ao diretor Marc Webb e ao roteirista Alex Kurtzman (que é o roteirista de
J. J. Abrams, tanto na TV como no cinema) para realizarem “O Espetacular
Homem-Aranha 2 – A ameaça de Electro”.
Outra razão para o filme de 2012 não ter sido
satisfatório foi o fato de que o diretor, Marc Webb era inexperiente em
blockbusters e sua experiência era no circuito aternativo, tendo seu filme mais
conhecido a irresistível comédia romântica “(500) dias com ela”.
Já agora, nesse filme, Webb está muito mais maduro, mas
também com uma equipe de produção muito melhor e com um orçamento maior, mas o
mérito também é do roteiro, dessa vez muito mais envolvente, que explora de
fato mais o psicológico de Peter Parker, é muito mais fiel aos quadrinhos e
sim, tem um ponto de vista diferente da trilogia.
Na história, após os acontecimentos do primeiro filme,
Peter ainda é o Homem-Aranha, mas está indeciso quanto o seu relacionamento com
Gwen Stacy, principalmente pela promessa que fez ao pai da moça antes de ele
morrer que foi a de se afastar de Gwen. Os problemas de Peter só aumentam, ele
agora tem 3 vilões para enfrentar, Rino (Paul Giamatti), Electro (Jamie Foxx) e
o famoso Duende Verde (Dane DeHaan). Ele ainda tem que enfrentar o fato de sua
amada, Gwen, estar com um intercâmbio à vista para a Inglaterra e se
distanciando de Peter, e ainda tem a história de seus pais, que ficou em aberto
do primeiro filme.
Com tantos filmes mais sérios de heróis invadindo os
cinemas na atualidade, foi um pouco diferente ver esse filme aqui em um tom
mais de aventura familiar e mais cômica. Aqui, as piadas se dividem com os
momentos mais intimistas – o filme é muito mais dramático do que o primeiro,
explora muito mais as histórias paralelas dos dramas do herói e, quanto às
piadas, o caminho foi estranho e peculiar nos momentos cômicos (que vejam bem,
as piadas não tem graça nenhuma).
A trilha sonora de Hans Zimmer é estranha também. Ele,
que nos agraciou tanto com trilhas histórias como a trilogia do Batman, aqui
ele sobe a música nos momentos errados e a música errada que consegue ser pior
do que qualquer programa brasileiro mal feito. Por exemplo, na aparição de
Electro na Times Square de forma ameaçadora, a música é cômica e sem graça, mas
a cena é tensa e a situação incomoda.
Quanto ao elenco, embora tenha muitos atores bons, o ator
que faz o Harry Osborn, Dane DeHaan, faz com que sentíssemos falta de James
Franco na trilogia original (que vejam bem, não é um bom ator) e esse ator Dane
não possui a carga que o personagem necessita. E seu posterior Duende Verde nos
faz sentir falta de Willem Dafoe no filme de 2002.
Fora essas ressalvas, digo que “O Espetacular
Homem-Aranha 2 – A ameaça de Electro” que um grande filme, muito, mas, muito
melhor do que o anterior, com todo o material apresentado, dá para explorar
muito bem o universo do herói dos quadrinhos quanto do que dá para fazer com a
licença poética de os roteiristas criarem mais.
Além dos problemas que Peter enfrenta, o filme também
mostra a Oscorp corrupta, efeitos especiais muito mais amarrados do que do
filme anterior e a apresentação de novos – e melhores – personagens.
A evolução mais visível foi no vilão principal. Enquanto
no primeiro filme tínhamos o insosso Lagarto, agora temos o sensacional
Electro, vivido pelo já oscarizado Jamie Foxx. Aqui, ele parece e é ameaçador
perto do Homem-Aranha e seu poder, que é o de se fortalecer com a eletricidade,
tem um apuro visual bastante forte – as duas lutas entre Electro e o
Homem-Aranha, primeiro na Times Square, depois na sede da Oscorp, são
sensacionais.
O vilão Electro é Max Dillon, um funcionário da
eletricidade da Oscorp, muito inteligente, mas que não é reconhecido. No dia de
seu aniversário, ele sofre um acidente elétrico que o transforma no vilão
Electro. Considerando os corruptos da Oscorp, que não reconhecem o trabalho de
Dillon, o Electro é, portanto, o menor dos vilões.
Há também a iminência da ameaça do vilão Rino, que é
preso logo na abertura do filme, mas que volta com poderes de rinoceronte (daí
o nome Rino). Tendo Rino + Electro, poderemos ter um sexteto sinistro?
Material para explorar isso o estúdio tem de sobra.
Há outra atriz, que no filme vive a estagiária da Oscorp,
Felicia, papel da Felicity Jones. Seu papel foi pequeno aqui, mas sua futura
Gata Negra pode ser muito bem explorada mais à frente e, anotem aí: Felicity
Jones ainda será das grandes de Hollywood.
O elenco principal está novamente bem. Andrew Garfield
parece mais à vontade como Homem-Aranha e está muito mais seguro no papel, o
mesmo acontece com Emma Stone e sua Gwen Stacy. Ela é uma ótima atriz, e seu
papel aqui foi tanto de entrega como mulher segura, mesmo perto do Homem-Aranha
como a mocinha indefesa.
Bom, não entregarei nada do final aqui, obviamente, mas
digo que o final é espetacular e cheio de surpresas. Ter algum amigo que vai
entregar alguma coisa pode ser incômodo, portanto, evite spoilers do filme.
Sim, quanto menos souber o que acontece, melhor vai ser a experiência.
E o comentário foi um pouco longo mesmo porque o filme é
longo e muita coisa acontece Poe aqui. Eu nem falei, por exemplo, da sensacional
cena de abertura com os pais do Peter ou da presença do ótimo ator, Chris
Cooper, como Norman Osborn.
O filme tem muitas tramas e sub-tramas, mas, ao contrário
de “Homem-Aranha 3”, aqui temos histórias que se encaixam e que se amarram e
com sentido maior para a trama e ao futuro dela. Homem-Aranha é um herói
importante para a cultura pop e ao mundo em geral e seu legado e universo
merecem mais adaptações, desde que feitas com inteligências e um pouco de
carinho.
Esse “O Espetacular Homem-Aranha 2 – A ameaça de Electro”
não é o melhor filme da série. “Homem-Aranha 2”, de 2004, é muito melhor, mas,
é inegável a evolução da história e, principalmente, um novo ponto de vista de
uma carreira tão rica.
Nota:
8,0
Imagens:
Trailer:
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