X-Men: dias de um futuro esquecido (X-Men: days of future
past)
Direção: Bryan Singer
Ano de produção: 2014
Com: Hugh Jackman, Michael Fassbender, James McAvoy, Jennifer Lawrence,
Peter Dinklage, Patrick Stewart, Ian McKellen, Nicholas Hoult, Ellen Page, Evan
Peters, Halle Berry, Anna Paquim.
Gênero: Ação
Classificação Etária:
14 Anos
Problemas e correria resumem novo X-Men.
Não foi surpresa nenhuma de que esse filme, “X-Men: dias
de um futuro esquecido”, tenha sido a estreia mais aguardada do ano. A ideia é
das mais espetaculares da história dos quadrinhos, que é pegar os mutantes da
franquia clássica junto com alguns mutantes de “X-Men: Primeira Classe”. A
trilogia original criou uma legião de fãs e mudou para sempre a forma de como
vemos um filme baseado em quadrinhos. E “X-Men: Primeira Classe” é, na opinião
dos críticos e da maioria das pessoas, o melhor filme dos mutantes até agora e
um filme que revelou dois atores que se tornariam famosos posteriormente:
Michael Fassbender, agora já com uma carreira consolidada e com uma indicação
ao Oscar por “12 anos de escravidão”, mas nada se compara à Jennifer Lawrence.
Nesse curto espaço de 3 anos, essa menina já participou de outra franquia
milionária, Jogos Vorazes, já venceu um Oscar de Atriz por “O lado bom da vida”
e com mais duas indicações, por “Inverno da Alma” e “Trapaça”, hoje, Lawrence é
a queridinha de Hollywood e a atriz mais requisitada. Dá até um receio de ela
não ser estragada pela indústria.
Com isso, a Fox achou melhor unir as duas franquias. Para
isso, a melhor ideia foi adaptar para o cinema a HQ “dias de um futuro
esquecido”.
Para quem não sabe, essa HQ foi escrita em 1981 e conta,
em dois volumes, que os mutantes do futuro voltam ao passado para tentar
impedir a criação dos Sentinelas por Bolivar Trask (papel de Peter Dinklage, de
Game of Thrones). Nos quadrinhos, quem ia ao passado era Kitty Pryde. Aqui no
filme, a Kitty, com os seus poderes, manda o Wolverine ao passado por seu porte
físico e principalmente pelo fato de ele ser imortal. Nós espectadores, sabemos
que o roteiro tomou essa liberdade poética para dar mais uma importância ao
Wolverine e mostrar o porquê que ele é o personagem mais famoso do universo
“X-Men”. O que não foi de tanto mal. Historicamente, Wolverine teve muito mais
importância na saga do que Kitty. Embora, no meu conceito, Ellen Page seja tão
boa atriz quanto Hugh Jackman é bom ator.
O filme tomou um rumo muito corajoso em adotar uma
fotografia e clima mais sombrios. Lembra muito aos filmes do Batman de
Christopher Nolan, em que ele dava um ambiente mais pessimista, principalmente
no futuro, mostrando um clima maior de apocalipse e de que o fim do mundo até
próximo.
Os Sentinelas foram criados para dizimar os mutantes,
mas, com o passar dos anos e todas as imperfeições, eles mataram também humanos
até exterminá-los. Aqui, há apenas alguns mutantes sobreviventes, como Magneto
e a Tempestade, daí, Xavier lança a ideia de levar alguém ao passado e impedir
a criação dos sentinelas, daí é escolhido o Wolverine.
Mas, afinal, como os Sentinelas foram criados?
O ano é 1973 e o cientista Bolivar Trask cria o protótipo
dos robôs para matar apenas mutantes e tenta convencer o governo americano a
aprovar o projeto. Paralelo a isso, a Mística da Jennifer Lawrence se afastou
dos X-Men e trabalha quase como uma nômade começa sua busca por Trask, até que
o encontra e o mata.
Não estou entregando nada do filme, pois é isso que
Wolverine tentar impedir voltando ao tempo.
Além da fotografia sombria e dos Sentinelas muito bem
feitos, o filme tem cenas de ação perfeitas, muito bem coreografadas. A cena de
abertura é muito bacana, espetacular na sua concepção, mostrando um ataque dos
Sentinelas aos mutantes. Foram mostrados alguns dos novos heróis e, no caso
desta cena, com a personagem da Blink, que abre portais, confundindo a cabeça
do atacante, é sensacional.
O próprio
Peter Dinklage, o Tyrion de Game of Thrones, nos dá um Bolivar muito frio,
político e com a urgência que o personagem precisava.
Enfim, a história também é boa. Voltar ao passado e
corrigir tudo é engenhoso. Para quem não sabe as HQs inspiraram James Cameron e
seu “Exterminador do futuro”, e tem muito de fundo político para ser
aproveitado.
Mas, apesar dessas qualidades, esse filme problemas – e
graves. Na verdade, são os mesmos problemas de “X-Men 3”, personagens demais,
tramas demais e história confusa. Alguns personagens que ficaram famosos na
trilogia original, como Tempestade e Vampira, aqui praticamente inexistem na
história. E, no caso de “X-Men: Primeira Classe”, cadê a Emma Frost?
Infelizmente, tudo parecer ser jogado para a plateia, a
fim de entregar seu produto o quanto antes. Bom, “X-Men: Primeira Classe” é um
grande filme e seu universo - pode e deve ser mais explorado, mas pular logo
para o futuro foi perigoso. Deveria ter mais um filme depois de “X-Men:
Primeira Classe” e continuar com a saga. Ficou claro que foi feito às pressas,
o que é muito bom para o estúdio, mas péssimo para o grande público. Se “X-Men:
primeira classe” já tinha uma história fechada, então porque raios não
continuá-la? É uma pena, saber que ainda temos às pressões dos estúdios para
seus produtos e que se valoriza mais efeitos do que atores.
Ah, última recomendação: veja sem 3D, praticamente não há
a profundidade e o 3D só tem a ver sim, com faturamento. E deve faturar. É
esperar para ver.
Nota:
7,0
Imagens:
Trailer:
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