Uma secretária de futuro (Working Girl)
Direção: Mike Nichols
Ano de produção: 1988
Com:
Melanie Griffith, Harrison Ford, Sigourney Weaver, Joan Cusack, Alec Baldwin,
Kevin Spacey.
Gênero: Comédia Romântica
Classificação Etária: 14 Anos
“Uma secretária de futuro” é ousado e com um delicioso
sabor pop.
Dificilmente uma comédia é reconhecida pela Academia e,
quando isso acontece o resultado geralmente é excitante, basta ver os exemplos
recentes que foram “O Lado Bom da Vida”, “Juno” e “Pequena Miss Sunshine”.
Para quem não sabe, é muito difícil se fazer uma comédia.
Sério. Há um equilíbrio delicado entre roteiro, situações, personagens, piadas
cômicas e empatia com o público.
E esse filme aqui, “Uma Secretária de Futuro” faz isso
muito bem.
“Uma Secretária de Futuro” conta a história de Tess (Melanie
Griffith – indicada ao Oscar pelo papel) uma moça que não se encaixa em empresa
nenhuma consegue uma última chance de trabalhar como secretária na empresa de
Katherine (Sigourney Weaver). De início, Katherine se mostra uma boa e
atenciosa chefe, mas, após ocorrer um acidente de esqui, Tess descobre que Katherine
roubou uma de suas idéias e a usa como se fosse ela, junto com o
mega-empresário Jack (Harrison Ford). Katherine fica em casa por duas semanas
para se recuperar – é o tempo em que Tess leva para tomar as rédeas do negócio
e, principalmente, tomar o lugar se sua chefe, mas tudo pode ir por água e
baixo quando Tess se apaixona por Jack.
O elenco está muito bem afiado e a química e o
sincronismo entre os atores são perfeitos. Melanie Griffith entrega o melhor
papel de sua carreira, sua Tess é uma mistura de moça inocente com ambiciosa e
é um grande retrato da mulher atual do século 21, em que ela tem que se provar
e ao mesmo tempo enfrentar preconceito no mundo corporativo que sempre foi liderado
por homens. Mas, estamos falando de um filme realizado há quase 20 anos. “Uma
Secretária de Futuro” é, portanto, um filme há frente do seu tempo.
Nada que o diretor Mike Nichols não tenha se acostumado,
ele adora surpreender a platéia com mulheres fortes e mostrá-las a um passo à
frente dos homens à sua volta, seja a Sra. Robinson no fabuloso “A primeira
noite de um homem” e a doce (?) stripper Alice, vivida por Natalie Portman em “Closer
– Perto Demais”.
Harrison Ford e Sigourney Weaver, atores consagrados e no
auge na época – ele com seu Han Solo em “Star Wars” e ela com sua Ripley em “Alien”
– aqui são coadjuvantes, mas não de luxo. Suas participações são hilárias, em
especial a Sigourney, que faz uma chefe cômica e às vezes malvada ao mesmo
tempo. Sigourney Weaver, aliás, foi indicada, aliás, ao Oscar de Melhor Atriz
no mesmo ano por “Nas montanhas dos gorilas”.
A canção já clássica, Let the River Run, de Carly
Simon, venceu, com justiça, o Oscar de Melhor Canção em 1989 e ela abre e fecha
o filme.
Enquanto o filme é comédia ele vai muito bem e se torna
um programa agradável (mas não para a família, pois tem muitas piadas adultas),
o problema é quando ele vira romance. Embora Melanie Griffith e Harrison Ford
tenham muita química juntos – ela com seu olhar de moça inocente e mulher
segura e ele com jeito de homem conquistador e sujeito sem vergonha – a virada
para um filme de romance não empolga. A pressão por um produto popular para
ganhar dinheiro ficou clara da metade para o final, e isso é visível, também,
na “guerra fria” entre Tess e Katherine.
Mesmo Mike Nichols sendo um grande diretor e ele já ter
feito obras autorais, aqui, mesmo ele entregando um produto muito agradável,
divertido e, como já dito, à frente do seu tempo, ainda há pressões de
poderosos que ele não pode evitar.
Nota:
8,5
Imagens:
Trailer:
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