Não eram poucas as
expectativas em cima de Esquadrão Suicida: era uma premissa diferente para os
filmes baseados em quadrinhos em focar nos vilões combatendo vilões.
Quentin Tarantino já fez isso muito bem na maioria de
seus filmes, em colocar empatia em personagens que, normalmente, odiaríamos
conhecer no mundo real.
Sem contar que, todos os trailers e materiais
promocionais deixaram o público empolgado e depois que Batman VS Superman
dividiu o público e a crítica, parecia que o rumo que a DC Comics tomaria seria
o do humor em detrimento ao sombrio do filme lançado em março.
De fato, Esquadrão Suicida tem um pouco disso: logo no início,
somos apresentados aos vilões, onde o filme gasta um bom tempo para isso, mas é
apresentado de forma vibrante e elegante, e com uma trilha sonora que apresenta
canções de Queen, The White Stripes, Eminem, entre outros.
Não demora muito para que o público tenha empatia e torça
pelos vilões, mas o problema é que o roteiro toma decisões de humanizá-los e
tornando gradativamente o que entendemos como heróis, tornando-o menos
interessantes.
E tem mais: o filme prepara o terreno para que a ação vá
do ponto A ao ponto B. Enquanto não chega a esse ponto B, a platéia ainda está
na expectativa de como isso vá acontecer, mas ao chegar, o resultado é
frustrante e preguiçoso.
Há uma cena em um bar em que o grupo começa a desabafar
as mágoas e a partir dela eles se uniriam, mas não há uma só tomada em
Esquadrão Suicida antes e nem depois disso que dê a entender que de fato exista
um grupo ali unido, como o próprio X-Men Apocalipse teve, apesar de suas
falhas.
Sem contar que as motivações que levam o governo a
recrutar esse grupo de vilões é as mais genéricas possíveis: após o desfecho de
Batman vs Superman, o mundo está preocupado com a segurança e recruta esse
grupo de meta-humanos para combater uma ameaça maior do que eles podem
imaginar. Quem os contrata é Amanda Waller, papel de Viola Davis que assim como
sua personagem em How to Get Away With Murder, transmite a imponência que
precisa e todos se curvam a ela, menos por culpa do roteiro e mais pela ótima
atriz que Viola Davis é.
Amanda Waller consegue ser desprezível mesmo sem poder
algum e age de acordo com os seus próprios interesses. A frieza com que ela
conduz a operação é instigante.
Quem tem mais tempo de tela aqui é Will Smith, como o
Pistoleiro e Margot Robbie como Arlequina, mas apesar de as expectativas
estarem maiores nela, é ele quem tem um arco dramático mais eficiente, que até
daria um filme próprio. Já a aguardada Arlequina de Margot Robbie teve mais
sucesso nos trailers do que com o filme pronto, menos por culpa da atriz e mais
por causa das situações do roteiro: ela solta uma piada em um momento tenso e a
cena não consegue ser engraçada e nem séria por causa de uma frase fora de
contexto. E tem mais: as melhores piadas estão nos trailers. O cinema lotado,
que já havia visto os trailers na internet, ficou em silêncio em alguns
momentos manjados.
Há personagens que não interferem em nada na história
como a Katana, o Crocodilo ou o Amarra, que têm sim, um arco interessante nas
HQs, mas aqui foram mal aproveitados e, infelizmente, são um peso morto na
trama.
Cara Delevingne se sai muito melhor como humana do que
como a Magia. De forma natural, ela mostra a fragilidade e os problemas que um
poder como esse, que é, na verdade, uma maldição, pode trazer.
Já a personagem em si não tem essa força que deveria
perante o grupo, seja pelas motivações sem sentido dela ou pela computação
gráfica mal feita. Há uma cena em que ela claramente está dublando e falando
fora de contexto. Ficou totalmente superficial.
A presença do Batman funciona, sobretudo nos flashbacks e
para dar um novo tom para os próximos filmes da DC nos cinemas. O mesmo vale
para a aparição rápida (sem trocadilhos!) do The Flash.
Outro grande problema de Esquadrão Suicida é o Coringa. Criou-se
uma grande expectativa em cima do personagem com imagens, vídeos e até de
depoimentos dos atores sobre a loucura de Jared Leto para entrar no personagem.
O ator se esforça, mas ele é subutilizado pelo roteiro, sua trama praticamente
interrompe o arco principal e o que ele faz é, basicamente, servir de suporte
para a Arlequina.
A conclusão que podemos chegar é que o maior problema de
Esquadrão Suicida é o seu roteiro: o elenco é bom, todos se esforçam e se
divertem em seus papéis, o filme é vibrante e que prometia algo diferente, mas que
esbarra em uma montagem confusa e história mal explorada.
É uma pena com esses grandes atores, grande expectativa
em cima do filme e com essa trama tão bacana vinda das HQs.
Com este filme de grupo, a DC errou feio, apesar das boas
intenções. Seu próximo filme, que é de origem, será a Mulher-Maravilha e
esperamos que, assim ela se saia melhor. E sem revelar demais nos trailers, que
também foi um problema de Batman vs Superman.
Nota:
6,0
3 coisas que não curti:
ResponderExcluir1- o Joker super apaixonado ´pela Harley(sabemos que não é bem assim)
2- a cena final do resgate poderia ter sido a pós crédito
3- a cena pós crédito , o personagem em questão, jamais pediria ajuda em investigação(ele é expert)
do resto adorei, me diverti. bem melhor que o fraco Guerra cívil(que só no título) é igual ás hqs
Lore, minha querida, concordo com suas ressalvas e fiquei feliz que você gostou, mesmo, e eu nunca achei que veria as palavras "fraco" e "Guerra Civil" na mesma frase hahahaha
ResponderExcluirIsso filme é a minha favorito! tem uma grande história. Eu adoro o estilo de seus personagens!! Em 2016 houve estréias cinematográficas excelentes, mas o meu preferido foi a Esquadrão Suicida por que além de ter uma produção excelente, a história é linda. achei um filme ideal para se divertir e descansar do louco ritmo da semana. Muito bons personagens.
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