Transformers 4 – A era
da extinção (Transformers – Age of Extinction)
Direção: Michael Bay
Ano de produção: 2014
Com:
Mark Wahlberg, Nicola Peltz, Stanley Tucci, Kelsey Grammer.
Gênero: Ficção Científica
Classificação Etária: 12 Anos
Transformers é uma franquia milionária de roteiro pobre.
Não tem jeito. O diretor Michael Bay está aí há 2 décadas
em Hollywood. Seu cinema atrai multidões e a crítica odeia. Mesmo no grande
público, há quem não goste dele. Muitos dizem que seus filmes são bonitos e sem
alma e de fato é verdade. Infelizmente, Michael Bay não sabe trabalhar com atores
e seu cinema pipoca chega até as últimas consequências de até onde uma produção
pode alcançar e sabendo exatamente o que fazer com as limitações de sua época. Foi
assim com ‘Os Bad Boys’, ‘Armageddon’ e agora com Transformers.
O que não é de todo mal. O cinema precisa de uma pessoa
como Michael Bay. Mas como produtor. E não como diretor. Suas tramas são demais
arrastadas, não há envolvimento emocional nem empatia, e quando tem, isso é mal
feito.
E tudo isso se aplica aqui a Transformers 4: um elenco
ruim e mal colocado. Mark Wahlberg como pai de Nicola Peltz, não combina. Mesmo
ele tendo crescido, não evoluiu como ator e está naquela fase brucutu de sua
carreira, como Stallone e Schwarzenegger já foram. Ele mais parece irmão do que
pai da moça. Mas quem é Nicola Peltz? Bem, ela é novata em Hollywood, apareceu
em ‘O último mestre do ar’, mas seu papel de destaque foi na série da
Universal, Bates Motel. Aqui, ela teria chance de brilhar, se Bay desse a chance.
Mas não foi o caso. E fora que é uma atriz que não transmite emoção nem tem uma
carga dramática digna de nota. Um dia ela pode ter, mas por enquanto, ela fica
melhor em Bates Motel. E sua Tessa aqui em ‘Transformers 4’, tem uma cara de
troféu ‘Framboesa de Ouro’. E nem Sexy Symbol ela é. O porquê de o elenco falar
a toda hora de sua beleza é o mistério.
E para piorar a história ainda entra o namorado de Tessa,
Shane. Péssimo ator e as intrigas entre ele e Cade são constrangedoras e parecem
tiradas de roteiro de ‘Malhação’.
Na história – se é que podemos chamar isso de história –
que se passa 5 anos após os acontecimentos de ‘Transformers 3’, os robôs foram
rebaixados à categoria de clandestinos e o governo americano fez uma campanha
maciça de eliminá-los, mas Cade Yeager (Mark Wahlberg), descobre, sem querer,
que Optimus Prime ainda vive, mas em uma forma de caminhão velho. Mas, alto lá,
como ele descobriu isso? Bom, ele é um mecânico falido, cuida de sua filha,
Tessa (Nicola Peltz) aos trancos e barrancos e compra, por acaso o caminhão das
mãos de seu sócio. Paralelamente a isso, temos a multinacional KSY, chefiada
por Joshua (Stanley Tucci), que fabrica Transformers plagiando a estrutura dos
Decepticons. Ou seja, as máquinas da KSY são verdadeiras máquinas de matar. E,
claro que começa a guerra, entre Autobots, Decepticons e também o governo
americano.
Não é porque o filme tem o publico masculino como foco é
que vai ser uma coisa malfeita. Muito pelo contrário. E mesmo sendo
testosterona pura o filme feito claramente para o público adolescente, dava
para fazer algo bacana. ‘Os Mercenários’ fez isso muito bem: um programa
masculino, resgatando todos os brucutus da ação e ainda assim sendo um filme
pipoca divertido. Mas ‘Transformers’ é uma agressão em saber que é um filme
milionário e tinha por obrigação, fazer algo melhor cuidado.
Esse cuidado fica claro, na produção, muito bem feita,
diga-se de passagem. O design dos personagens (no caso, os robôs). Para quem já
brincou com os brinquedos da Hasbro (Transformers é baseado em uma franquia de
brinquedos) sabe que nada deixou passar aos olhos de Bay e Steven Spielberg
(sim, ele mesmo, também produz os filmes da franquia).
Há cenas de ação espetaculares, em especial na meia hora
final na China e a perseguição próxima à casa de Cade por volta de meia hora de
produção. O 3D dele também está muito bonito. Há duas maneiras de se fazer uma
boa tecnologia em 3 dimensões. Uma é de dentro para fora, típico de “jogar
objetos na cara”. Outra é de fora para dentro, usando melhor a profundidade e
mais detalhes quase imperceptíveis. E nesse filme, as duas formas ficaram bem
feitas. Além de destroços das explosões indo em direção à plateia, há os
detalhes do fogo e água nas cenas de ação, dando uma ideia de profundidade e de
duas camadas ao invés de uma.
Poderiam inverter a coisa: o filme poderia ter sido
produzido por Michael Bay e dirigido por Spielberg. O resultado seria bem
melhor.
Transformers é uma franquia milionária. Os 3 filmes
juntos já arrecadaram mais de 2 bilhões de dólares ao redor do mundo. Bem feito
ou mal feito, o povo vai ver e a franquia já está na história do cinema. E com
certeza, teremos ‘Transformers 5’ e 6 para os próximos anos.
Nota:
4,0
Imagens:
Trailer:
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