S.O.S. – Mulheres ao mar
Direção: Cris D’Amato
Ano de produção: 2014
Com: Giovanna Antonelli, Fabiula
Nascimento, Reynaldo Gianecchini, Thalita Carauta, Marcelo Airoldi, Emmanuelle
Araújo.
Gênero: Comédia
Classificação Etária: 14 Anos
Diversão com compromisso marca “S.O.S. – Mulheres ao mar”.
Quando alguma coisa dá certo aqui no Brasil, os
executivos sempre exploram ao máximo até a coisa ficar insuportável. No cinema
nacional, vivemos agora o auge das comédias televisivas. Há uns 4 anos, são
lançadas várias comédias e quase todas são um sucesso de bilheteria.
Infelizmente, nem todas, na verdade, a minoria, são sinônimos de qualidade. Até
onde a memória alcança, somente o delicioso “Minha mãe é uma peça” é realmente
um filme digno de nota. E essa onda está longe de terminar.
Arrisco dizer que o grande causador de tudo isso foi “Se
eu fosse você”, da diretora Cris D’Amato e um sucesso absoluto. Depois disso, à
exceção do fenômeno “Tropa de Elite” quase todas as grandes estreias brasileiras
foram comédias.
E agora, em 2014, a mesma diretora, Cris D’Amato resolve
fazer esse “S.O.S. – Mulheres ao mar”
S.O.S. – Mulheres ao mar conta a história de Adriana (Giovanna
Antonelli), que acabou de ser abandonada pelo marido, Eduardo (Marcelo Airoldi)
após 10 anos de casamento. Adriana foi trocada pela modelo Beatriz (Emmanuelle
Araújo) e o casal viaja para um cruzeiro. Adriana decide ir também ao cruzeiro,
puxando sua irmã, Luiza (Fabiula Nascimento) e sua empregada, Dialinda (Thalita
Carauta).
S.O.S. – Mulheres ao mar poderia ser uma comédia
grandiosa, mas preferiu uma temática machista e superficial. Com uma ideia
dessas, o filme poderia dissertar mais sobre a atual mulher moderna e de como a
mulher conquistou seu espaço. Ao invés disso, o roteiro diz, lá pelas
entrelinhas, que a mulher precisa de um marido para ser feliz afinal, Adriana é
uma tradutora infeliz de filmes pornôs e atribui seu fracasso ao seu ex-marido.
E também o fato de ela passar por todas as situações do filme por causa de um
homem que não a quer é um ultraje. As três atrizes fazem papel de verdadeiras
palhaças à bordo, com situações constrangedoras para chegar ao antigo marido e
destruir o relacionamento de Eduardo e Beatriz. Essa história da esposa
vingativa e da amante inteligente não cola mais. Fizeram a mesma piada em “De
pernas pro ar”.Além do mais, estamos falando de um ator que não tem beleza nem
talento, então, duas lindas atrizes atrás de um sujeito desses soa até cômico.
Ah, e claro, sempre tem o bonitão, no caso o Gianecchini, como luz no fim do
túnel.
E o mais triste de tudo isso, é que a direção do filme é
de uma mulher, o que deveria haver o mínimo de sensibilidade e coerência.
No mais, “S.O.S. – Mulheres ao mar” pode até ser um
programa cômico. Não exatamente familiar, afinal, tem muitas piadas adultas,
mas um bom programa até. As piadas funcionam, como a insinuação que Luzia e
Dialinda sejam lésbicas ou a irresistível cena em que Adriana canta no palco
(com uma música cômica muito bem escrita, aliás). As atrizes principais, Giovanna
Antonelli e Fabiula Nascimento estão ótimas no papel. Giovanna sempre foi uma
ótima atriz, mesmo em novelas, e Fabiula Nascimento já havia mostrado ótimo
papel em “Estômago”.
E, claro, como toda e qualquer comédia mal escrita, sempre
há o momento dramático e sobe a música melancólica. Sempre tem aquele momento
de reflexão e neste filme não foi diferente. Reflexões sobre amor e casamento
estão direto nas entrelinhas.
Mas, em se tratando de um filme que parece novela mal
escrita e feito às pressas, o resultado é até satisfatório.
Nota:
6,0
Imagens:
Trailer:
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