domingo, 30 de março de 2014

S.O.S - Mulheres ao mar



S.O.S. – Mulheres ao mar

Direção: Cris D’Amato

Ano de produção: 2014

Com: Giovanna Antonelli, Fabiula Nascimento, Reynaldo Gianecchini, Thalita Carauta, Marcelo Airoldi, Emmanuelle Araújo.

Gênero: Comédia

Classificação Etária: 14 Anos


Diversão com compromisso marca “S.O.S. – Mulheres ao mar”.

            Quando alguma coisa dá certo aqui no Brasil, os executivos sempre exploram ao máximo até a coisa ficar insuportável. No cinema nacional, vivemos agora o auge das comédias televisivas. Há uns 4 anos, são lançadas várias comédias e quase todas são um sucesso de bilheteria. Infelizmente, nem todas, na verdade, a minoria, são sinônimos de qualidade. Até onde a memória alcança, somente o delicioso “Minha mãe é uma peça” é realmente um filme digno de nota. E essa onda está longe de terminar.

            Arrisco dizer que o grande causador de tudo isso foi “Se eu fosse você”, da diretora Cris D’Amato e um sucesso absoluto. Depois disso, à exceção do fenômeno “Tropa de Elite” quase todas as grandes estreias brasileiras foram comédias.

            E agora, em 2014, a mesma diretora, Cris D’Amato resolve fazer esse “S.O.S. – Mulheres ao mar”

            S.O.S. – Mulheres ao mar conta a história de Adriana (Giovanna Antonelli), que acabou de ser abandonada pelo marido, Eduardo (Marcelo Airoldi) após 10 anos de casamento. Adriana foi trocada pela modelo Beatriz (Emmanuelle Araújo) e o casal viaja para um cruzeiro. Adriana decide ir também ao cruzeiro, puxando sua irmã, Luiza (Fabiula Nascimento) e sua empregada, Dialinda (Thalita Carauta).

            S.O.S. – Mulheres ao mar poderia ser uma comédia grandiosa, mas preferiu uma temática machista e superficial. Com uma ideia dessas, o filme poderia dissertar mais sobre a atual mulher moderna e de como a mulher conquistou seu espaço. Ao invés disso, o roteiro diz, lá pelas entrelinhas, que a mulher precisa de um marido para ser feliz afinal, Adriana é uma tradutora infeliz de filmes pornôs e atribui seu fracasso ao seu ex-marido. E também o fato de ela passar por todas as situações do filme por causa de um homem que não a quer é um ultraje. As três atrizes fazem papel de verdadeiras palhaças à bordo, com situações constrangedoras para chegar ao antigo marido e destruir o relacionamento de Eduardo e Beatriz. Essa história da esposa vingativa e da amante inteligente não cola mais. Fizeram a mesma piada em “De pernas pro ar”.Além do mais, estamos falando de um ator que não tem beleza nem talento, então, duas lindas atrizes atrás de um sujeito desses soa até cômico. Ah, e claro, sempre tem o bonitão, no caso o Gianecchini, como luz no fim do túnel.

            E o mais triste de tudo isso, é que a direção do filme é de uma mulher, o que deveria haver o mínimo de sensibilidade e coerência.

            No mais, “S.O.S. – Mulheres ao mar” pode até ser um programa cômico. Não exatamente familiar, afinal, tem muitas piadas adultas, mas um bom programa até. As piadas funcionam, como a insinuação que Luzia e Dialinda sejam lésbicas ou a irresistível cena em que Adriana canta no palco (com uma música cômica muito bem escrita, aliás). As atrizes principais, Giovanna Antonelli e Fabiula Nascimento estão ótimas no papel. Giovanna sempre foi uma ótima atriz, mesmo em novelas, e Fabiula Nascimento já havia mostrado ótimo papel em “Estômago”.

            E, claro, como toda e qualquer comédia mal escrita, sempre há o momento dramático e sobe a música melancólica. Sempre tem aquele momento de reflexão e neste filme não foi diferente. Reflexões sobre amor e casamento estão direto nas entrelinhas.

            Mas, em se tratando de um filme que parece novela mal escrita e feito às pressas, o resultado é até satisfatório.
           


Nota: 6,0


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