quarta-feira, 19 de março de 2014

Feitiço do Tempo



Feitiço do Tempo (Groundhog Day)

Direção: Harold Ramis

Ano de produção: 1993

Com: Bill Murray, Andie MacDowell, Chris Elliott, Michael Shannon, Harold Ramis.

Gênero: Comédia

Classificação Etária: 12 Anos


O já clássico “Feitiço do Tempo” é um filme que não se parece com nenhum outro.

            Quando se fala em viagem no tempo, qual é a primeira coisa que vem à cabeça? Ficção Científica? Máquinas poderosas? Cientistas malucos? E se eu dissesse que, há um filme em que, é considerado dos melhores da história sobre viagens no tempo, é ultra-engenhoso, é uma comédia e não há nenhum efeito especial, você acreditaria? Pois esse filme existe sim: “Feitiço do Tempo” não é só das melhores comédias da história, mas também é um belo retrato e metáfora de como aproveitar melhor o tempo e aproveitar de forma mais completa cada dia de nossas vidas. E o que é melhor, sem cair na pieguice e momento algum: é comédia e puramente comédia. E das mais engraçadas. Não há momento de reflexão, não há lições de vida e não desce a música sentimental.

Em suma, “Feitiço do Tempo” é um filme perfeito.

            “Feitiço do Tempo” conta a história de um repórter de TV, Phil (Bill Murray, ótimo como sempre!) que vai cobrir, ao lado de sua produtora, Rita (Andie MacDowell, de “Sexo, mentiras e videotape”) e seu cinegrafista, Larry (Chris Elliott) o chamado dia da marmota, que é 2 de fevereiro, em Punxsutawney, em que um meteorologista famoso prevê quando será o próximo inverno e quando voltará a chover, e a equipe de TV precisa logo cobrir o evento, pois a nevasca está próxima, mas eles não conseguem sair da cidade por causa da mesma e eles sentem que este é apenas mais um dia... Porém, esse dia, 2 de fevereiro, é vivido todos os dias por Phil. Sim, Phil vive o mesmo dia todos os dias. E o que ele fará neste dia para ser, digamos, diferente, é o ponto chave do filme.

            Não foi uma tarefa fácil fazer “Feitiço do Tempo”. Afinal, como ser cômico e fazer refletir sem cair na mesmice e pieguice? A resposta é: com uma boa direção e boa equipe – e muita inteligência – o filme consegue unir conteúdo e forma de maneira espetacular.

            O diretor, Harold Ramis, infelizmente morreu no início do ano, deixando, não só essa obra-prima, mas comédias deliciosas como “Endiabrado” e “Máfia no Divã”. Deixo registrada aqui a tristeza com sua morte e dizer que grandes seres humanos são assim: a vida vai, mas o legado fica.

            Ele também escreve este roteiro aqui (que inexplicavelmente, passou batido pelo Oscar), e ele aproveita o que tem de melhor com as metáforas que o filme propõe.

            Só para citar algumas, o que você faria se soubesse que não haveria amanhã? Até aonde iriam seus atos se soubesse que eles não te trariam conseqüências? E, fundamentalmente, como você aproveitaria seu dia como se fosse único?

            O personagem de Bill Murray se depara com esses dilemas e faz tudo o que ele não faria em um estado “normal” de sua vida, como fugir de seu ambiente de trabalho, sexo sem compromisso, fazer aquele curso que sempre sonhou e até conquistar a garota dos seus sonhos, no caso, sua colega de trabalho.

            Bill Murray nos entrega um papel perfeito. O filme não seria o mesmo sem seu aspecto carismático e cômico, entregando seu 2º melhor personagem de sua carreira (o primeiro é em “Encontros e Desencontros”, da Sofia Coppola).

            Muitos filmes abordaram a questão da viagem no tempo. Algumas super produções como “Planeta dos Macacos” e “De volta para o futuro” se tornaram clássicas da ficção científica e fazem isso de maneira espetacular, mas há aqueles que fazem isso de maneira sutil e clássica. Além desse “Feitiço do Tempo”, também temos “Meia-noite em Paris” de Woody Allen, que o protagonista viaja para a década de 1920 e para a Belle Epoque, no início do século XX.

            Há os exemplos ruins, como “Click” – com o insuportável “Adam Sandler” - que já não basta o ator ruim, mas o filme sempre parte para a pieguice, cheio de lições de vida e familiares e tudo tem que ser explicado nos mínimos detalhes.

            Muito, mas muito à frente de sua época, “Feitiço do Tempo” ainda permanece em nossa memória e na cultura pop. Passados 20 anos de seu lançamento, hoje é amado e cultuado como das grandes comédias da história. Queremos vivenciar filmes assim todos os dias!


Nota: 10,0


Imagens:









Trailer:


Nenhum comentário:

Postar um comentário