terça-feira, 11 de março de 2014

A morte do demônio



A morte do demônio (Evil Dead)


Direção: Fede Alvarez

Ano de produção: 2013

Com: Jane Levy, Shiloh Fernandez, Lou Taylor Pucci, Elizabeth Blackmore.

Gênero: Terror

Classificação Etária: 18 Anos



Medo tradicional e moderno assombra “A morte do demônio”.

            Antes, mas muito antes mesmo de Sam Raimi dirigir a franquia milionária do Homem-Aranha, mais precisamente em 1981, ele dirige seu primeiro longa-metragem “A morte do demônio”, que mudou muitos paradigmas do gênero na época principalmente no que diz a desfechos pessimistas. A mocinha, naquela ocasião, não era exemplar e não se lutava por um ideal claro. O filme não foi exatamente um sucesso, mas se tornou Cult e levou o nome de Raimi para a boca dos cinéfilos. Duas décadas depois, Raimi se torna um diretor mundialmente conhecido principalmente por dirigir a trilogia do Homem-Aranha e levar a história do aracnídeo ao grande público, sendo fã de quadrinhos ou não.

            Mas, nada como voltar às raízes: em 2009, dessa vez com um grande orçamento, Sam Raimi dirige o filme de terror “Arraste-me para o inferno”, com típico “terrir”, que lembra muito seus primeiros filmes, como o próprio “Evil Dead” e “Darkman”, traz uma história traumática, cenas que se dividem entre os costumes dos anos 80, um pouco de alívio cômico, muito rock n roll e, mais uma vez o desfecho pessimista.

            Sam Raimi depois dirige, em 2012, o irregular “Oz – Mágico e Poderoso”, filme que não colou e desonrava tudo aquilo que ele havia feito.

            E agora, apenas com Raimi como produtor, é realizado um remake de “A morte do demônio”, também com um diretor estreante, o uruguaio Fede Alvarez, com um elenco jovem desconhecido (mas muito bom) e com a mesma história.

            Mas como fazer uma refilmagem de um filme feito há mais de 30 anos, sem perder nada da história e ainda agradar à geração atual? Simples, com uma boa concepção e produção. E ainda provocar medo, muito medo e a violência é parte da história, sem abusar ou exagerar, como “Jogos Mortais” fez, e sem o terror adolescente que consagrou “Eu sei o que vocês fizeram no verão passado”, nos anos 1990.

            Na história, uma jovem, Mia, está viciada em drogas e seu irmão, mais uns amigos a levam a uma casa isolada para se tratar. O que eles não contavam, porém, era que a casa era habitada por um demônio que possuía a mente e corpo da vítima, e a única solução para o demônio sair da pessoa é a morte, mas como fazer isso com alguém tão próximo?

            É muito difícil fazer terror nos dias de hoje, e provocar medo é mais difícil ainda, mas “A morte do demônio” faz isso e muito bem, não só pelo terror explícito na tela, mas, principalmente pelo horror psicológico provocado. As vítimas são obrigadas a praticamente se auto-destruírem para se livrar da maldição, em seqüências de arrepiar (a cena em que a personagem Natalie, vivida por Elizabeth Blackmore, é obrigada a cortar seu próprio braço é angustiante).

            Embora a abertura seja espetacular, com o pai sendo obrigado a matar a própria filha, a conseqüentemente, seu demônio, o final deixa a desejar, senti falta do desfecho intimista que estávamos acostumados a ver, além do mais, faltaram pitadas de humor negro, que Raimi nos acostumou a ver, é o que dá ser um bom diretor: as comparações são inevitáveis.

            Mas, apesar dessas ressalvas, nada tira o impacto que “A morte do demônio” provoca na platéia.


Nota: 8,0


Imagens:











Trailer:


Nenhum comentário:

Postar um comentário