A morte do demônio (Evil Dead)
Direção: Fede Alvarez
Ano de produção: 2013
Com: Jane Levy, Shiloh Fernandez, Lou
Taylor Pucci, Elizabeth Blackmore.
Gênero: Terror
Classificação
Etária: 18 Anos
Medo tradicional e moderno
assombra “A morte do demônio”.
Antes, mas muito antes mesmo de Sam Raimi dirigir a
franquia milionária do Homem-Aranha, mais precisamente em 1981, ele dirige seu
primeiro longa-metragem “A morte do demônio”, que mudou muitos paradigmas do
gênero na época principalmente no que diz a desfechos pessimistas. A mocinha,
naquela ocasião, não era exemplar e não se lutava por um ideal claro. O filme
não foi exatamente um sucesso, mas se tornou Cult e levou o nome de Raimi para
a boca dos cinéfilos. Duas décadas depois, Raimi se torna um diretor
mundialmente conhecido principalmente por dirigir a trilogia do Homem-Aranha e
levar a história do aracnídeo ao grande público, sendo fã de quadrinhos ou não.
Mas, nada como voltar às raízes: em 2009, dessa vez com
um grande orçamento, Sam Raimi dirige o filme de terror “Arraste-me para o
inferno”, com típico “terrir”, que lembra muito seus primeiros filmes, como o
próprio “Evil Dead” e “Darkman”, traz uma história traumática, cenas que se
dividem entre os costumes dos anos 80, um pouco de alívio cômico, muito rock n roll
e, mais uma vez o desfecho pessimista.
Sam Raimi depois dirige, em 2012, o irregular “Oz –
Mágico e Poderoso”, filme que não colou e desonrava tudo aquilo que ele havia
feito.
E agora, apenas com Raimi como produtor, é realizado um
remake de “A morte do demônio”, também com um diretor estreante, o uruguaio
Fede Alvarez, com um elenco jovem desconhecido (mas muito bom) e com a mesma
história.
Mas como fazer uma refilmagem de um filme feito há mais
de 30 anos, sem perder nada da história e ainda agradar à geração atual? Simples,
com uma boa concepção e produção. E ainda provocar medo, muito medo e a
violência é parte da história, sem abusar ou exagerar, como “Jogos Mortais”
fez, e sem o terror adolescente que consagrou “Eu sei o que vocês fizeram no
verão passado”, nos anos 1990.
Na história, uma jovem, Mia, está viciada em drogas e seu
irmão, mais uns amigos a levam a uma casa isolada para se tratar. O que eles
não contavam, porém, era que a casa era habitada por um demônio que possuía a
mente e corpo da vítima, e a única solução para o demônio sair da pessoa é a morte,
mas como fazer isso com alguém tão próximo?
É muito difícil fazer terror nos dias de hoje, e provocar
medo é mais difícil ainda, mas “A morte do demônio” faz isso e muito bem, não
só pelo terror explícito na tela, mas, principalmente pelo horror psicológico
provocado. As vítimas são obrigadas a praticamente se auto-destruírem para se
livrar da maldição, em seqüências de arrepiar (a cena em que a personagem
Natalie, vivida por Elizabeth Blackmore, é obrigada a cortar seu próprio braço
é angustiante).
Embora a abertura seja espetacular, com o pai sendo
obrigado a matar a própria filha, a conseqüentemente, seu demônio, o final
deixa a desejar, senti falta do desfecho intimista que estávamos acostumados a
ver, além do mais, faltaram pitadas de humor negro, que Raimi nos acostumou a
ver, é o que dá ser um bom diretor: as comparações são inevitáveis.
Mas, apesar dessas ressalvas, nada tira o impacto que “A
morte do demônio” provoca na platéia.
Nota:
8,0
Imagens:
Trailer:
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