De início, Operação Overlord seria um filme da franquia
Cloverfield, mas, após o fracasso e a não-aceitação de Cloverfield Paradox, no
início de 2018, os produtores tomaram a decisão certa e lançaram nos cinemas e
como um filme isoladamente, sem ligação nenhuma com a franquia.
Operação Overlord talvez seria um filme que passasse
despercebido, se não fosse o nome de J.J. Abrams na produção, embora não
devemos descartar o diretor Julius Avery, que faz um bom trabalho aqui, além de
seu ótimo e quase desconhecido elenco.
Mas o filme segue fazendo sucesso e visto até como uma
alternativa aos arrasa-quarteirões nos cinemas.
É difícil classificá-lo apenas em um gênero: filme de
guerra, de ação, terror, suspense, ficção científica? Operação Overlord é tudo
isso junto e misturado.
O filme se passa em 1944 em uma história que realmente
existiu: antes do dia D, da batalha de Normandia, onde uma equipe de
paraquedistas invade a França para destruir uma torre de transmissão de rádio
que servia de comunicação entre os nazistas, mas ocorre um acidente, onde a
maioria morre, mas 4 sobrevivem, entre eles os protagonistas, Boyce e Ford.
O grupo descobre um pequeno vilarejo onde mora uma jovem
francesa, Chloe, que cuida do seu irmão e que precisam unir forças para
penetrar nas muralhas e derrubar a torre.
Quanto menos souber de Operação Overlord, melhor o filme
fica e melhora a experiência em descobrir as surpresas do filme. O filme usa
uma lenda urbana famosa sobre nazistas fazerem experimentos em judeus e, mesmo
já tendo passado décadas do conflito, sobre Hitler e nazismo, Hollywood não se
cansa se explorar o tema, seja pautado na realidade, como Spielberg fez em A
Lista de Schindler e O Resgate do Soldado Ryan, em na fantasia, como Bastardos
Inglórios, de Quentin Tarantino ou este filme aqui, ainda mais fantasioso.
Mas é importante avisar que Operação Overlord não é um
filme para todos: o espectador mais desavisado pode se incomodar com as
mudanças do filme, além do mais, ele tem momentos de puro gore, sem sutilezas e
que assusta muito.
Tanto que chega uma hora que o filme abraça o absurdo (no
bom sentido) e entrega um filme completamente “fora da caixa” e seu único
problema é justamente ir para um lado mais “normal” no terceiro ato.
Mas os dois primeiros atos são quase irretocáveis: as
cenas de batalha do início são claramente inspiradas na Normandia de Spielberg
de O Resgate do Soldado Ryan. Já o segundo ato, onde temos as principais
revelações do filme, o espectador dificilmente consegue ficar indiferente, seja
com o drama e conflito dos personagens, além do horror mostrado em tela.
O elenco é competente e este filme pode servir para
revelar estes atores, como Jovan Adepo sendo Boyce e Wyatt Russell como Ford.
Os dois são parceiros, mas distintos entre si: Boyce é
mais idealista, o que mais se aproxima de um herói e Ford é o soldado mais turrão
e que não hesita em disparar uma arma.
Quem se destaca também é a jovem atriz Mathilde Olliver
como Chloe e engana-se quem acha que ela é apenas a mocinha indefesa.
Operação Overlord é o filme mais “fora da caixa” do ano,
engenhoso, tenso, bem realizado, mas muito divertido, embora seja compreensível
quem não gostar. Há guerra, sangue e vários plot twists.
Os fãs vão se deliciar. Aos demais, tudo o que podemos
dizer aqui é boa sorte!
Nota: 9,0
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