Animais Fantásticos – Os Crimes de Grindelwald já estava cercado de
polêmicas mesmo antes da estreia, sobretudo por causa dos escândalos com o ator
Johnny Deep e tudo piorou quando a própria J. K. Rowling o defendeu
publicamente.
Muitos reclamaram
e até ameaçaram boicotar o filme, mas agora que ele já estreou e já é uma
realidade, não há muito o que fazer.
Não bastasse tudo
isso, quando houve as primeiras sessões do filme para a imprensa, os críticos
ficaram divididos: alguns gostaram, mas teve um número expressivo que se
decepcionou.
Mas, e a nossa
opinião? Falando de forma resumida: é um bom filme, inferior ao primeiro e as
polêmicas em volta do Johnny Deep não interferem na execução do longa, mas em
volta da J. K. sim.
O filme se passa
em 1927, onde o vilão Grindelwald está preso na Macusa após o primeiro filme,
mas consegue escapar e causa o temor da ameaça ao equilíbrio e sensação de paz
ao mundo bruxo.
Neste cenário,
Newt Scamander é designado a combater este mal, considerando que é o único
bruxo apto a tal coisa, mas que também precisa lidar com seus dilemas internos
e conhece ninguém menos do que um jovem Dumbledore, vivido por um Jude Law
muito inspirado.
Este segundo
filme expande o primeiro em todos os sentidos, seja em produção ou personagens.
O visual está muito caprichado, há muito mais e maiores efeitos especiais e a
Warner Bros não economizou no design de produção.
O filme já surge
como favorito a Oscar nestas categorias e recomenda-se que veja-o na maior tela
possível, de preferência em IMAX, embora este filme também faça um bom uso do
3D, sobretudo na profundidade dos objetos em cena.
E os personagens
do primeiro filme apresentam um arco maior aqui e são mais bem explorados
(exceto a Tina, que é um grande peso aqui).
Queenie (vivida pela irresistível
Alison Sudol), Leta Lestrange (Zoe Kravitz, que só evolui como atriz) e
Credence (Ezra Miller, que também evolui como ator) têm muito mais tempo de
tela e este filme só deixou o público querer saber mais sobre esses
personagens.
James Newton
Howard faz um bom trabalho na trilha sonora, pois apresenta novidades (afinal,
se passa em uma época diferente!) mas que respeita e lembra a trilha clássica
de John Williams.
Mas, afinal, e a
polêmica de Johnny Deep e J. K. Rowling?
Ao contrário do
que sugeriram as expectativas, Johnny Deep não é problema, aliás, ele está bem
como o vilão Grindelwald, pois ele se apresenta como um vilão ameaçador (logo
no excelente prólogo), mas, acima de tudo, manipulador, educado, elegante e
estiloso. Claramente inspirado em Hitler na Alemanha e Mussolini na Itália.
Já J. K., autora
dos livros de Harry Potter e roteirista dos filmes de Animais Fantásticos,
claramente apresenta boas ideias e personagens, mas aqui a estrutura mais se
assemelha à de um livro do que a de um roteiro de cinema, sem contar o ritmo
incrivelmente lento e que testa a paciência do espectador.
J. K. está para
Animais Fantásticos como George Lucas esteve para os 3 primeiros episódios de
Star Wars: tem controle demais, não ouvia a equipe e ninguém conseguiu
contrariar. Esperamos que isso melhore para o terceiro filme, que, aliás, foi o
que aconteceu com o próprio Lucas.
Longe de ser um
filme ruim – aliás, é bom – Animais Fantásticos – Os Crimes de Grindelwald é
uma amostra de que ser maior não necessariamente é ser bom, ouvir os amigos é
melhor ainda e, no caso deste filme, que o mundo bruxo ainda tem muita lenha
para queimar.
Nota: 8,0
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