Uma Cilada Para
Roger Rabbit é dos filmes mais importantes e queridos dos anos 80. Demorou 7
anos para ser concluído, mas o esforço valeu a pena: foi a 2ª bilheteria do ano
de 1988, perdendo apenas para Rain Man, venceu 3 merecidos Oscar e ainda é
lembrado, tanto pela sua maravilhosa técnica, quanto ao seu roteiro.
O filme se passa na Los Angeles de 1947, um
ambiente noir, com femmes fatales onde qualquer um pode ser vendido, ou seja,
muito parecido com o clima do filme Los Angeles – Cidade Proibida.
Neste cenário temos o detetive Eddie Valiant,
vivido pelo saudoso Bob Hoskins, ele é encarregado de investigar a Jessica
Rabbit, esposa do Roger Rabbit do título, na chamada “desenholândia”, terra dos
brinquedos dentro de Los Angeles e Eddie vai investigar sua suposta
infidelidade. Ele descobre a traição, mostra a Roger, depois o suposto amante é
assassinado e Roger se torna o principal e único suspeito.
Mas tudo é uma cilada, a cilada do título e ele vai
atrás de Eddie para limpar seu nome e descobrir a verdade.
Os envolvidos de Uma Cilada Para Roger Rabbit fizeram
miséria com a produção deste filme.
Hoje em dia provavelmente seria usado CGI
para fazer a interação de atores com desenho, mas tudo aqui foi feito na raça.
Há um belíssimo trabalho de animação tradicional, jogo de luzes e de câmera e o
computador só corrigiu os problemas de iluminação.
E justamente por não ter CGI que ele está bacana
até hoje. Simplesmente foi um dos filmes que mais envelheceu bem da história.
Os envolvidos com o filme só não conseguiram os
direitos para Popeye e Tom & Jerry para o filme, mas tem os Looney Tunes,
Mickey, Pato Donald, Pica Pau.
Vemos isso pelos nomes envolvidos: Robert Zemeckis
na direção, Steven Spielberg, Frank Marshall e Kathleen Kennedy na produção.
Ken Ralston como supervisor dos efeitos especiais, ele ganhou 2 Oscar de
Efeitos Especiais nos Anos 80 com O Retorno de Jedi e Coccon, além de ter trabalhado
em De Volta Para o Futuro.
Destaque também para a trilha sonora do Alan
Silvestri, uma das melhores de sua carreira, mistura o clima noir com o de
diversão e está incrível.
Mas o filme não é só técnica: o roteiro de Uma
Cilada para Roger Rabbit é brilhante. Curioso que ele se vendeu como um filme
para a família, mas revendo é um filme adulto, com muito toque de mistério,
suspense e, claro, de sensualidade.
E essa sensualidade vem personalizada pela Jessica
Rabbit, que mesmo não sendo humana se tornou sexy symbol, até hoje nas Comic
Cons e eventos têm cosplay dela e ela se parece com outra Jessica linda hoje em
dia que é a Jessica Chastain.
Destaque também o elenco humano está muito bem
afiado: Bob Hoskins faz um de seus melhores papéis da carreira como um detetive
mais bonachão e todo atrapalhado. Tem o Christopher Lloyd como o vilão que quer
pegar o Roger a todo custo.
E o filme tem das cenas de abertura mais bacanas da
história do cinema, começa com o Roger tendo que cuidar de um bebê, mas a coisa
sai do controle, o bebê se arrisca para pegar uma bolacha e Roger não consegue
dar conta, quase se machuca e depois descobrimos que é um SET de filmagem.
Não é difícil imaginar porque um filme com uma
temática tão adulta quanto esta tem tanto apelo com as crianças até hoje: por
mais que os menores não entendam as piadas mais adultas nem o toque de
sensualidade, a molecada vai se impressionar com as piadas físicas e,
obviamente com todos os personagens dos desenhos animados. E o resultado é de
encher os olhos.
O filme custou 70
e faturou 330, ganhou 3 Oscar: Montagem, Efeitos Sonoros e Efeitos Especiais.
Dos melhores dos anos 80 e um marco do cinema. Veja para ontem!
Nota: 10,0
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