Star Wars – O Despertar da Força (Star Wars – The Force
Awakens)
Direção: J. J. Abrams
2015
Com:
Daisy Ridley, John Boyega, Adam Driver, Harrison Ford, Oscar Isaac, Carrie
Fisher, Lupita Nyong’O, Andy Serkis, Domhall Gleeson, Peter Mayhew, Anthony
Daniels, Max Von Sydow, Kenny Baker, Mark Hamill.
Ficção Científica / Ação
12 Anos
Novo
capítulo é o melhor da saga
Nunca houve um filme tão aguardado quanto ‘Star Wars – O Despertar
da Força’ e as razões são diversas: quando foi anunciado que a Disney comprou a
LucasFilm pela bagatela de 4 bilhões de dólares, todos já sabiam que o universo
de Star Wars estaria de volta e nada daquilo seria em vão. A Disney já estava
com seu Universo Marvel consolidado nos cinemas e suas animações com a Pixar
vão bem, obrigado. E não demorou muito para que um novo filme fosse anunciado,
desta vez sem a intervenção de George Lucas e com a palavra final da LucasFilm,
sobretudo da Kathleen Kennedy, presidente dessa agora chamada subdivisão da
Disney e que trabalhou na maioria dos filmes de Steven Spielberg. E por falar
em Spielberg, não podemos nos esquecer que a LucasFilm também é a responsável
pela franquia do Indiana Jones e não demorará para um 5º filme ser anunciado.
Outra razão também foi a escolha do diretor: J. J.
Abrams, que sacudiu o mundo da cultura pop, porque ele revitalizou a
saga Star Trek nos cinemas, que muitos consideram – injustamente, é verdade,
que esta é a grande rival de Star Wars.
E a expectativa em relação ao filme aumentou ainda mais
quando saía cada trailer, que deveriam entrar na galeria dos melhores trailers
da história: eles mostram muita coisa, ao mesmo tempo em que não mostram nada. E
começaram os rumores sobre os personagens novos e antigos, sobretudo porque o
herói da trilogia clássica, Luke Skywalker, não apareceu em nenhum trailer,
pôster ou material promocional. Sabia-se que ele estava no set de filmagem – e só
isso.
Mesmo alguns ótimos atores, como Andy Serkis (que fez a
captura de movimentos do Gollum, em Senhor dos Anéis; King Kong e Caesar, em Planeta dos Macacos), Lupita Nyong’o (vencedora do Oscar por ’12 Anos de
Escravidão’) e Domhnall Gleeson (de ‘Questão de Tempo’) foram anunciados no
filme, foram divulgados inclusive o nome de seus devidos personagens, mas nada
se sabia sobre eles.
Aliás, a própria dupla de protagonistas Rey e Finn não
tiveram seus sobrenomes revelados. E por serem dois atores desconhecidos do
grande público, havia a dúvida sobre suas atuações, principalmente após o trauma de
Jake Lloyd e Hayden Christensen como Anakin Skywalker na trilogia nova.
E o mais importante: como a Disney trataria de um produto
tão importante – e com fãs tão apaixonados quanto Star Wars?
Mas, para a boa surpresa de todos ‘Star Wars – O Despertar
da Força’ é um grande filme e obviamente há vários elementos da série clássica,
mas também há muita novidade.
Na divulgação do filme, a Disney fez o possível e o
impossível para tirar o “Episódio 7” do título, para atrair os não-conhecedores
da saga e não ter que ver 6 filmes para assistir um novo.
Aqui
há um excelente trabalho de fãs e para fãs. Todo o cuidado em cada detalhe para
entregar o melhor filme possível e de não cometer os erros da trilogia nova:
cenário digital demais, muito fundo verde, atuações apagadas e roteiro fraco. Quem
tinha esse medo, ele é tirado logo nos primeiros minutos de projeção, quando
sobe o letreiro clássico e sabemos por partes o que está acontecendo após os
acontecimentos de ‘O Retorno de Jedi’, na qual conhecemos o líder da
Resistência, Poe Dameron, vivido por Oscar Isaac (que este ano esteve no
premiado ‘O Ano Mais Violento’) em uma batalha contra um exército de
stormtroopers, comandados pelo líder da Primeira Ordem, Kylo Ren (Adam Driver,
o Adam da série ‘Girls’, da HBO) e também conhecemos a figura de Finn, que teve
a sua família destruída pela Primeira Ordem e não teve alternativa senão
trabalhar para eles, mas que logo muda de lado.
Não precisou
de um grande flashback nem de explicar demais a origem desses 3 personagens, já
em um primeiro momento já sabemos das motivações deles e de suas habilidades e
logo a plateia cria empatia com eles.
Isso
é um mérito grande do roteiro em ser conciso. Nada do
que os roteiristas Lawrence Kasdan (que escreveu ‘O Império Contra-Ataca’ e ‘O
Retorno de Jedi’) e Michael Arndt (que escreveu ‘Pequena Miss Sunshine’ e ‘Toy
Story 3’) não estejam acostumados. O primeiro é um profundo conhecedor da saga
e o segundo sabe escrever personagens cativantes.
E por
falar em cativação, o que dizer do gracioso BB-8? Que sem diálogo nenhum consegue
roubar a cena e fazer com que o público se apaixone e se identifique. E acreditem
– seus bonecos vão vender mais do que água daqui para frente.
O que dizer de nossa protagonista, Rey, vivida pela Daisy
Ridley, que é uma ótima atriz, uma personagem já clássica e conquistou o
coração dos fãs, seja por ser uma atriz linda ou por ser uma mulher forte no
meio do fogo cruzado.
Rey entra na história muito por acaso, ela foi abandonada
pela família e vive em Jakku vagando pelo deserto, ou como “catadora de lixo”,
como ela é vulgarmente conhecida.
Costuma-se comparar a trajetória dela com a do Luke
Skywalker em ‘Uma Nova Esperança’ e não está de todo errado, já que ambas as
histórias seguem a “jornada do herói”, na qual a pessoa tem uma vida pacata,
recebe o chamado, recusa de início, mas vê que não tem saída.
A amizade dela com BB-8 e depois com o Finn, é das coisas
mais verdadeiras que o cinema apresentou nos últimos anos.
E o que dizer dos nossos heróis clássicos, Luke, Han Solo
e Leia? O mistério sobre Luke Skywalker logo é respondido nos primeiros minutos
de exibição, Leia tem um elo importantíssimo na história e Han tem uma presença
melhor e maior do que o esperado. Após o acidente que quase matou Harrison Ford
– e atrasou as filmagens deste filme – foi glorioso ver que ele continua com
seu pique e não perdeu a mão – mas dificilmente fará um novo Indiana Jones.
A direção de J. J. Abrams é muito bem conduzida, ele
sabia das dificuldades em dirigir um filme desse tamanho – e de lidar com os
fãs de Star Wars e Star Trek – e aqui ele faz o que sempre fez de melhor em sua
carreira: trabalhar com atores e extrair o melhor deles. Como já vimos em Star
Trek, Super 8, Lost e Alias.
‘Star Wars – O Despertar da Força’ vai na contramão de
muita coisa da hollywood atual: ao invés de exagerar nos efeitos digitais, há muitos
efeitos práticos, com cenários e locações reais. E esse filme tem um belo
trabalho de fotografia, design de produção e figurino. Se ficar fora do Oscar,
tanto das categorias técnicas, quanto das principais (Filme, Direção, Roteiro),
eu não acredito mais em justiça no mundo.
E nem citamos a trilha sonora arrebatadora de John
Williams que não só trabalha no tema principal com maestria, mas na trilha ao
longo do filme e os personagens principais têm um trilha própria (e a da Rey é
sublime).
‘Star Wars – O Despertar da Força’ está sendo
constantemente comparado com ‘Uma Nova Esperança’ e as comparações fazem todo o
sentido. Em 2017 vem aí o episódio 8. E nós esperamos que ele seja comparado
com ‘O Império Contra-Ataca’.
Nota:
10,0
Imagens:
Trailer:
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirParabéns pelo texto. Concordo em tudo. um filme novo com nostalgia. Esperando pelo pelo episódio VIII.
ResponderExcluirParabéns pelo texto. Concordo em tudo. um filme novo com nostalgia. Esperando pelo pelo episódio VIII.
ResponderExcluirSim, Luis, já na ansiedade. E muito obrigado. Um forte abraço!
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