10 – Perdido em Marte
As comparações com Interestelar são inevitáveis, mas
quando vemos Perdido em Marte, as diferenças são evidentes, principalmente pelo
tom humorado do filme. Perdido em Marte é uma grande obra de ficção científica,
que vai gerar horas de estudo nas universidades e também funciona como obra de
autoajuda, já que o nosso herói jamais perde o otimismo, mesmo desaparecido em
terras marcianas. É o melhor filme de Ridley Scott em anos e nem citamos e
elenco excepcional.
9 – Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)
O grande vencedor do Oscar deste ano é muitas coisas em
um filme só: é uma homenagem ao cinema, ao teatro, uma crítica à sociedade de
hoje, história de recomeço e até uma história de super-herói. Nada é o que
parece ser nesse filmaço, tem um plano-sequência genial e um desfecho que gera
ambiguidades e discussões em mesa de bar. Só faltou premiar o nosso Michael
Keaton.
8 – O Conto da Princesa Kaguya
O Conto da Princesa Kaguya é mais uma obra-prima do
Estúdio Ghibli, tem uma trama hipnotizante, é uma história de amor e de perda
das tradições. O Conto da Princesa Kaguya é lírico e deveria ser uma aula de
como contar uma história poética para o cinema, contando desde o nascimento da
nossa heroína até sua vida adulta. Injustamente ele perdeu o Oscar de Melhor
Animação para Operação Big Hero. O amor entre Kaguya e Sutemaru é das coisas
mais lindas e sublimes do cinema atual. Hollywood deveria aprender com os
japoneses.
7 – O Jogo da Imitação
Depois de assistir O Jogo da Imitação, fica impossível
não ficar com raiva e vergonha da Inglaterra. Eles jamais reconheceram que Alan
Turing foi fundamental para a vitória dos aliados na 2ª Guerra Mundial e o
obrigaram a castrá-lo unicamente por ser gay. Muito à frente do seu tempo, sem
as criações de Turing, não existiriam computadores e o mundo de hoje seria bem
diferente. Benedict Cumberbatch é dos melhores atores da Hollywood atual e faz
de Turing o seu melhor papel até agora e o mesmo vale para Keira Knightley como
uma mulher determinada em um mundo machista. Os dois foram indicados ao Oscar –
merecidamente.
6 – Beasts of no Nation
O primeiro filme
original da Netflix é um retrato poderoso sobre como uma guerra pode destruir a
vida inteira de uma pessoa e sobre a perda da inocência. Beasts of no Nation é
um filme perturbador, sem sutilezas e não tem nada de entretenimento. E
altamente corajoso, nada do que a Netflix não esteja acostumada. Idris Elba faz
um general acolhedor e ao mesmo tempo sanguinário, mas o destaque fica para
essa revelação chamada Abraham Attah, que faz o nosso protagonista Agu, que é
impossível não se envolver emocionalmente com ele.
5 – Whiplash – Em Busca da Perfeição
Whiplash estreou na primeira semana de 2015 e conseguiu
permanecer na lista dos melhores do ano. Ao mesmo tempo que ele funciona como
história de superação, ele também é um retrato de como a obsessão pela
perfeição pode degradar o ser humano e a questão: qual o limite para um
educador exigir de seus alunos? J. K. Simmons merecidamente levou o Oscar de
Ator Coadjuvante como um professor sádico e que leva seus alunos ao limite –
seja físico ou psicológico. Whiplash é um filme simples, de baixo orçamento,
que não perde tempo com as firulas hollywoodianas e com um belo trabalho de
montagem e edição. E como o título sugere, Whiplash é perfeito!
4 – Que Horas Ela Volta?
Foi uma grande pena que esta obra-prima brasileira tenha
ficado de fora da corrida pelo Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, mas quem
precisa de premiações quando se tem um belo trabalho de atuações, um roteiro
impecável, uma crítica social e um conflito de gerações? Que Horas Ela Volta?
merece ser visto por todos os brasileiros justamente para verem que existe um
Brasil além do que a mídia quer nos mostrar. Regina Casé faz o melhor papel de
sua carreira, mas a revelação aqui é essa atriz maravilhosa chamada Camila
Márdila vivendo a grande Jéssica, que muda a rotina de todos e mexe com as
discussões de classes sociais. Toda sociedade precisa de sua revolução. Toda
sociedade precisa de sua Jéssica. Veja sem preconceitos.
3 – Mad Max – A Estrada da Fúria
Mad Max – A Estrada da Fúria é o filme certo e na hora
certa. A sociedade atual discute o futuro, a escassez de água e energia e o
feminismo nunca ficou tão evidente. O filme discute tudo isso e um pouco mais:
o diretor George Miller faz seu melhor filme, abre mão dos efeitos digitais e
usa efeitos práticos e o resultado é de cair o queixo. Mad Max merece mais do
que indicações técnicas do Oscar, merece as principais, mas mais do que isso,
merece que todos o vejam e discutam o debate que o filme propõe. E o roteiro é
conciso sem explicar demais. Uma obra-prima incontestável. E Imperatriz Furiosa
é A personagem do cinema de 2015.
2 – Divertida Mente
Divertida Mente é a animação mais espirituosa e
comovente da Pixar. É um filme 100% original (e isso hoje em dia é um feito
enorme), não se parece com nenhum outro, já é clássico para as próximas
gerações e vai ser objeto de estudo de psicologia infantil e adulta. Afinal,
quais são as emoções na cabeça de uma pessoa quando está fazendo algo que ela
gosta? E do que ela não gosta? Toda a concepção da sala de comando e ilhas no
filme é puro deleite. Todos nós temos um pouco de Riley em nós mesmos.
Divertida Mente provoca choros e risos ao mesmo tempo. E nos faz pensar, o que
é raro hoje em dia. E mais raro ainda em um produto voltado às crianças.
E
antes do primeiro lugar, as menções honrosas:
-
Dois dias, uma noite
-
Kingsman – Serviço Secreto
-
Missão Impossível – Nação Secreta
E o nosso primeiro lugar é:
1 – Star Wars – O Despertar da Força
O melhor filme do ano. O melhor filme da saga. Star Wars
– O Despertar da Força supera todas as expectativas, foi um filme feito com
muito carinho de fãs e para fãs. Para quem tinha alguma dúvida de como a Disney
trataria essa franquia tão amada, ela é tirada logo no primeiro minuto de
exibição do filme. Parabéns ao J. J. Abrams, que mudou Star Trek e agora traz
Star Wars para uma geração que nunca havia visto nos cinemas. O trabalho com o
elenco veterano é fenomenal e Rey e Finn já são personagens poderosos, já
enraizados na cultura pop e com uma legião de fãs. A nossa protagonista Rey já
é heroína para muita gente, será referência de mulher forte para várias meninas
ao redor do mundo – assim como a Princesa Leia fora anos atrás.
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