Frozen – Uma Aventura Congelante (Frozen)
Direção: Chris Buck & Jennifer Lee
Ano de produção: 2013
Vozes de: Kristen Bell, Idina Menzel.
Gênero: Animação
Classificação Etária: LIVRE
“Frozen” demonstra que nem
só de Pixar vive a Disney.
Na última década, parecia que a Disney dependia da Pixar
para realizar grandes animações. Alguns títulos clássicos e já históricos como “Ratatouille”
e “Wall-E” configuraram esse estúdio poderoso de Hollywood, mas faltava um
filme puramente da Disney. E vimos também a ascensão e consolidação de outros
grandes estúdios como a Fox Animation, com sua “A Era do Gelo” e principalmente
a DreamWorks SKG, de Steven Spielberg, que não só se consolidou no mercado
cinematográfico, como às vezes apresenta resultado até melhores do que a
Disney, tanto de qualidade quanto em bilheterias, basta ver que eles são os
criadores de franquias como “Shrek”, “Madagascar” e “Kung Fu Panda”.
Mas, tudo mudou em 2010, quando a Disney produziu o
delicioso “Enrolados”, que contou a história de Rapunzel de um ponto de vista
diferente e adaptada aos novos tempos. O filme foi um sucesso de público e
crítica e foi a melhor animação puramente da Disney em anos.
Em 2012, a Disney deu um passo à frente e produziu das
melhores animações de sua história com “Detona Ralph”. E não é só dos melhores,
como é, de longe, a adaptação mais honesta que o cinema já fez do universo dos
videogames. Detona Ralph recebeu uma indicação ao Oscar de Melhor Filme de
Animação, mas perdeu, injustamente, para “Valente”, da Pixar.
E agora, a Disney, deu uma nova evolução à sua carreira:
de se adaptar aos novos tempos sem perder sua tradição e com um belo trabalho
de pesquisa e roteiro. Daí nasceu sua nova animação: “Frozen – Uma Aventura
Congelante”.
Sem falar besteira nenhuma e sem grandes pretensões, digo
que “Frozen” é a melhor animação da Disney desde “O Rei Leão”, em 1994.
Não tem jeito, por mais que as coisas evoluam e muitas
modas vêm e vão, para a Disney, são as princesas que garantem seu sucesso
absoluto. Desde “Branca de Neve”, em 1937, passando pela “Bela Adormecida” e “A
Pequena Sereia”, a Disney sempre resgata suas princesas até para mostrar para
essa geração que a magia ainda está viva e que o público infantil deve sim, ter
o hábito de sonhar.
Para ver que a Disney não abandona suas princesas e que
elas sempre voltam, basta ver que o próprio “Enrolados” é um resgate de uma de
suas principais princesas, que é a Rapunzel. Até entre os filmes de carne e
osso isso é visível, basta ver exemplos como “Diário da Princesa”, que é uma
graça e foi o filme que lançou a Anne Hathaway para o estrelato e se tornou a
grande atriz que é hoje. E também temos o gracioso “Encantada”, com a
irresistível Amy Adams como princesa. E o que dizer da “Tinker Bell”, uma
evolução da Sininho que não se para de lançar filmes, desenhos e brinquedos
dela?
E olhando para tudo isso, a Disney viu que precisava
realizar um produto diferente e estava carente de boas ideias. Daí que, em 2008,
Jennifer Lee leu o conto “A Rainha do Gelo” e levou para o estúdio a ideia de
realizar “Frozen”. Foram 5 anos de trabalho intenso, desde a ideia, concepção, roteiro
e pesquisa até entregar o melhor material possível para o público.
Os produtores passaram meses na Noruega, exatamente para
estudar a neve e como ficar o mais real possível e dentro do que caberia na
tecnologia atual. E o resultado é lindo! Além dos belíssimos efeitos e detalhes
da neve, ainda é possível enxergar esses detalhes com o uso da tecnologia 3D:
desde a neve derretendo até os flocos indo em direção à plateia com a
profundidade e cenários ao fundo. O resultado é de encher os olhos.
Não só os detalhes de neve estão ótimos, mas também os
detalhes mais, digamos, humanos. Os trejeitos dos personagens, em especial às
princesas, é algo que praticamente só se vê em filmes de captura de movimento. As
expressões e emoções das princesas, embalada por uma trilha sonora espetacular
(trilha indicada ao Oscar) também participam e são um atrativo maior da
história.
Na sinopse, temos duas irmãs, Elza e Anna (vozes de Idina
Menzel e Kristen Bell, respectivamente) que vivem em um castelo e são duas
princesas. As duas são muito unidas, até que Elza descobre que tem o poder de
transformar em tudo que toca em gelo. Seus pais decidem, então, isolá-la do
resto do mundo, inclusive de sua irmã. Quando as duas crescem, praticamente
como filhas únicas, seus pais morrem e o trono de rainha fica com a irmã mais
velha, no caso, a própria Elza. Um acontecimento (que não vou contra aqui) faz
com que Elza fuja do reino, fazendo sua irmã partir em sua busca, presenciando
situações e personagens bizarros.
Não é exagero dizer que “Frozen” é um filme perfeito. Não
só como filme de animação. Mas como filme mesmo. Com certeza, está entre os
melhores de 2013. Além da parte técnica, o filme é qualidade em roteiro,
emoções, alívios cômicos e do jeito Disney atiçar a plateia. Há muitas músicas,
como manda o protocolo, mas, analisando o contexto e até as letras, fizeram
todo o sentido. Os alívios cômicos estão hilariantes, principalmente na pele do
boneco de neve Olaf (aqui na versão dublada, é interpretado pelo Fábio Porchat)
– ele é, com certeza, dono das melhores piadas do filme.
Por se tratar de um filme de princesas, há romance,
claro, mas não da forma que estamos acostumados: a mocinha, Anna (sim, ela é a
protagonista, não Elza), não é exatamente pura, ela é sim, doce, mas é o mais
parecido com pessoas como nós. Ela não é apontada como perfeita, mas é uma
princesa mais, digamos, popular.
O roteiro de Jennifer Lee (que também escreveu “Detona
Ralph”) é absolutamente bem feito, sem esquecer as tradições e deixando claro
que o público que está indo ao cinema hoje é diferente do de há 30 anos.
Há alguns dias que estreou “Frozen”, ainda pode ser cedo,
mas não é exagero nenhum dizer que essa animação é uma pequena obra-prima e
também já clássica.
Nota:
10,0
Imagens:
Trailer:
Nenhum comentário:
Postar um comentário