Segredos de Sangue (Stoker)
Direção: Park Chan- Wook
Ano de produção: 2013
Com:
Mia Wasikowska, Matthew Goode, Nicole Kidman, Jacki Weaver, Dermot Mulroney .
Gênero: Suspense
Classificação Etária: 14 Anos
Segredos
de Sangue tem clima, mas não surpreende.
Foi logo no início de 2013, que foi lançado o trailer de “Segredos
de Sangue”. E foi uma experiência devastadora. Foi uma grande amostra de como
criar um clima de suspense, como fazer o público conhecer personagens de forma
inteligível sem explicar demais e como brincar com as cenas juntando a trilha
sonora. A expectativa, pelo menos no cenário independente, era alta. Todo mundo
ficou entusiasmado para assistir. Bem, meses depois, assistindo ele, posso
dizer, sem sombra de dúvidas, que o trailer é muito melhor do que o filme. Ou,
mais do que isso, o trailer entrega os melhores momentos do longa e os melhores
diálogos. Logo, podemos deduzir que, quem viu o trailer, nem precisa ver o
filme inteiro, pois todas as surpresas estão lá. E de forma muito mais
estilizada, diga-se de passagem.
“Segredos de Sangue” conta a história de India Stoker (Mia
Wasikowska, ótima no papel!!!!!), que acabara de perder seu pai (Dermot
Mulroney, que só aparece em flashbacks) e se tornou uma pessoa muito fechada,
desde então, já que o laço com seu pai era extremamente forte. Ela, de início,
só vive com a mãe, Evelyn (Nicole Kidman), que, por sinal, India a despreza,
mas, depois, descobre que tem um tio, Charlie (Goode) e que o próprio vai morar
com elas. Charlie é charmoso, carismático e logo conquista a simpatia de todos
e todas da região, menos de India, que suspeita do comportamento de Charlie. A convivência
dos dois é o ponto chave da história.
Na estréia de Wook em longas norte-americanos (ele dirige
o excepcional Old Boy), ele continua com o mesmo clima de suspense/terror de
seus personagens, a ausência de inocência e sentimentalismo, a câmera sempre
atenta e focada nos personagens e embalado sempre por uma trilha sonora
fantástica. Por aqui, a música é praticamente um personagem. Quem assina a
parte musical do filme é o sempre ótimo Clint Mansell (de Réquiem Para um Sonho
e Cisne Negro).
Além do problema do trailer ser melhor que o longa, “Segredos
de Sangue” soa tão artificial que parece estranho ao grande público. Na verdade,
o filme não se decide entre ser alternativo e independente ou tentar imitar
(sim, “imitar”) os suspenses hollywoodianos. Em algumas horas é
sensacionalista, outras tenta o niilismo sem diálogos deixando o espectador
tomar suas próprias conclusões, que nesse caso, serão sempre óbvias. Outro grande
defeito: o prólogo demorado. São quase duas horas de filme, e o envolvimento
com os personagens, sobretudo com a protagonista, demora a emplacar,
principalmente com o clima frio conduzido pela história. Na verdade, o filme só
se completa se visto o trailer minutos antes.
Embora exista, como já dito, um forte clima de suspense e
uma trilha sonora excelente, o maior trunfo do filme responde pela ótima
atuação da australiana Mia Wasikowska. Seu olhar frio, calculista e quase
psicopata é o que embala o longa que, em muitas vezes, nem precisa de diálogo,
basta o olhar de India. Frio, assim como o resultado final de “Segredos de
Sangue”.
Nota:
7,0
Imagens:
Trailer:
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