Jogos Vorazes – Em Chamas (Hunger Games – Catching Fire)
Direção: Francis Lawrence
Ano de produção: 2013
Com: Jennifer Lawrence, Josh
Hutcherson, Woody Harrelson, Sam Caflin, Donald Sutherland, Jena Malone,
Jeffrey Wright, Liam Hemsworth, Philip Seymour Hoffman, Lenny Kravitz, Stanley
Tucci, Elizabeth Banks, Amanda Plummer.
Gênero: Aventura
Classificação Etária: 14 Anos
“Jogos Vorazes – Em Chamas” deixa a trama mais rica e
mais interessante.
O primeiro Jogos Vorazes estreou nos cinemas no 1º
semestre de 2012. Sem fazer muito barulho, não foi exatamente um sucesso
comercial, muito se deu pela propaganda negativa que foi feita, sendo anunciada
pela Paris Filmes como “o novo Crepúsculo”. Mas, após as críticas positivas e
pelo boca-a-boca, o filme foi ganhando a acolhida popular e muitos fãs. A série
de livros, “Jogos Vorazes”, também ficou famosa e a escritora, Suzanne Collins,
conhecida no mundo inteiro. Outras duas razões que deixaram “Jogos Vorazes” amado
e cultuado por muitos: uma foi a estratégia do Netflix em lançá-lo em seu
sistema, o que ajudou muito a popularizar a história. E outra razão foi o fundo
político por trás da história, afinal, o filme fala de regime um regime
totalitário, repressão, manipulação da mídia, arte do espetáculo e a arte do
pão e circo.
Nesse “Em Chamas”, após os acontecimentos do primeiro
filme e a vitória de Katniss Everdeen e Peeta Mellark no torneio Jogos Vorazes,
os Distritos mais pobres e famintos viram na vitória do casal uma forma de
esperança e revolta contra a capital. Isso, claro, chama a atenção dos chefões da
capital, fundamentalmente do Presidente Snow e de Plutarch Heavensbee, líder
nos jogos, que decidem aumentar a repressão nos Distritos e convocar os Jogos,
desta vez, com todos os vencedores dos distritos, incluindo Katniss e Peeta,
que terão que enfrentar outros vencedores e, consequentemente, participantes
teoricamente melhores do que a dupla, dando início aos jogos.
Mesmo sendo a mesma franquia e, teoricamente, a mesma
história, há diferenças cruciais em relação ao primeiro filme: primeiro a
expectativa, afinal, ninguém dava nada pelo primeiro filme e fundamentalmente,
ninguém conhecia o universo. Segundo o orçamento, que foi exatamente o dobro do
anterior, com 140 milhões de dólares contra 70 milhões do primeiro. Com o
sucesso, reconhecimento do primeiro e a legião de fãs, era uma expectativa
enorme para este aqui e a enorme responsabilidade dos realizadores. Felizmente,
o filme não só atende como supera as expectativas.
Além dos efeitos e das cenas espetaculares de ação, a temática
política e do pão e circo não só está presente como está mais intensa e cruel. Há
mais repressão, mais totalitarismo, menos romance (embora haja o iminente
casamento de fachada entre Peeta e Katniss) e mais fundo político e alegoria com o mundo
real (alguém se lembrou dos protestos de junho de 2013 aqui do Brasil?). Há, também,
um amadurecimento maior do elenco, fundamentalmente da sempre ótima Jennifer
Lawrence. Agora que ela já é uma atriz consagrada, vencedora de Oscar e de
talento comprovado, vemos neste filme aqui uma carga dramática maior que a
personagem exigia e uma presença maior dela em cena, que aqui, se divide entre
moça apaixonada, mulher forte, vencedora idealista e ainda tem que cuidar da
família. E ela demonstra, mais uma vez, porque é a atriz do momento em
Hollywood.
O filme ainda conta com um grande elenco de peso, com os
veteranos Donald Sutherland, Philip Seymour Hoffman (que infelizmente faleceu no início do ano) e Woody Harrelson, ainda
tem Jeffrey Wright e Jena Malone (de “Na Natureza Selvagem”), e até o cantor
Lenny Kravitz, como o elitista Cinna está bem.
Por ser um filme de transição, “Jogos Vorazes – Em Chamas”,
não tem uma conclusão e abriu espaço para as próximas continuações, o desfecho
que promete ser épico com “Jogos Vorazes – A Esperança”, partes 1 e 2,
prometidas para 2014 e 2015. E com tanta adaptação literária ruim, como “Instrumentos
Mortais”, “Dezesseis Luas”, “Eragon” e o próprio “Crepúsculo”, não é exagero
dizer que “Jogos Vorazes” é a única digna de nota da atualidade. E com fundo
político, conteúdo e nos faz pensar, o que raro hoje em dia.
Nota:
9,0
Imagens:
Trailer:
Nenhum comentário:
Postar um comentário