10 – A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça (Sleepy Hollow)
Direção: Tim Burton
Ano de produção: 1999
Com:
Johnny Deep, Christina Ricci, Christopher Walken, Miranda Richardson.
Classificação Etária: 16 Anos
Quem disse que Burton não sabe fazer filmes mais sérios?
É verdade que seu estilo excêntrico já conhecido também está presente por aqui,
mas não dá para negar a maturidade artística alcançada nesta obra. Em mais uma
parceria com seu melhor ator, Johnny Deep, Tim Burton faz um grande trabalho em
“A lenda do cavaleiro sem cabeça”. É baseado em um conto do século XIX e
contém, além de Deep no elenco, a presença de Christina Ricci (que, um dia foi
uma atriz promissora) e Christopher Walker como vilão. Com um figurino e
produção impecáveis, junto com uma direção de arte vencedora do Oscar, “A lenda
do cavaleiro sem cabeça” está para sempre em nossa memória e por isso, abre
essa lista.
9 – Drácula de Bram Stocker (Bram Stocker´s Dracula)
Direção: Francis Ford Coppola
Ano de produção: 1992
Com:
Gary Oldman, Winona Ryder, Anthony Hopkins, Keanu Reeves.
Classificação Etária: 14 Anos
Nesta 9ª posição, mais um caso que
arte e terror podem e devem andar juntos. Baseado na obra do escritor irlandês,
Bram Stocker, esse filme aqui mostrou que algo que parecia obsoleto para as
novas gerações poderia ser algo realmente assustador, respeitando as tradições
do livro e respeitando a época do filme, no caso, o início dos anos 1990. Era
difícil imaginar uma obra dessas, depois de ter sobrevivido aos anos 1980 com
“A hora do pesadelo” e “Sexta-feira 13” e cair na acolhida popular. Foi um
grande sucesso de público e crítica e nos dias de hoje, com o terror mais
explícito e sensacionalista, merece estar em qualquer seção na TV de como fazer
um grandioso filme de terror com arte. O elenco não poderia ser melhor e o que
mais chama a atenção é o nome do diretor: Francis Ford Coppola. Com seu jeito
poderoso (sem trocadilhos) e peculiar de conduzir seu trabalho, Coppola acerta
em cheio no tom da trama e ainda com uma produção maravilhosa, vencedora nas
categorias de Figurino, Som e Maquiagem em 1993. Justiça foi feita. Para sempre
Drácula. Para sempre Coppola.
8 – Carrie – A Estranha (Carrie)
Direção: Brian de Palma
Ano de produção: 1976
Com: Sissy Spacek, Piper Laurie, John
Travolta, Amy Irving, Nancy Allen
Classificação Etária: 16 Anos
Carrie
– A Estranha, de Brian de Palma, foi a primeira adaptação para o cinema de uma
obra de Stephen King. e também dos primeiros filmes de Brian. Em uma época que
Hollywood estava em alta com o cinema de autor, de Palma enxergou na obra de King algo a mais além do terror
sobrenatural, que foi algo vigoroso e uma história que ultrapassaria o real com
o fantasioso. É quase uma fábula, mas, ao mesmo tempo, não deixa de ser uma
história real. Afinal, o Bullying sofrido pela protagonista pode acontecer com
qualquer um. Com uma atuação primorosa de Sissy Spacek, inclusive, indicada ao
Oscar pelo papel, Carrie – A Estranha abriu, com estilo, a safra de obras de
Stephen King no cinema. E com as seqüências próximas do final absolutamente
inesquecíveis.
7 – O Bebê de Rosemary (Rosemary´s Baby)
Direção: Roman Polanski
Ano de produção: 1968
Com: Mia Farrow, John Cassavettes,
Ruth Gordon.
Classificação Etária: 16 Anos
Com
o intuito de esconder o terror proposto pelo longa, Roman Polanski foi além:
para quem consome só as imagens, não há nada que declare que O Bebê de Rosemary
seja um filme de terror. Mas, para quem presta atenção nos diálogos e na
história, está se deparando com um dos melhores do gênero. Perturbador e
psicológico, o filme gerou polêmica pelo satanismo e idéia de a mulher dar a
luz ao próprio capeta. Anos à frente de seu tempo, O Bebê de Rosemary é copiado
e cultuado até hoje. O filme venceu o Oscar de Atriz Coadjuvante para Ruth
Gordon. Mas, o maior trunfo do filme, que é o papel de Mia Farrow, nem sequer
foi indicado. Vai entender.
6 – Na Hora da Zona Morta (The Dead Zone)
Direção: David Cronemberg
Ano de produção: 1983
Com:
Christopher Walken, Brooke Adams.
Classificação Etária: 14 Anos
A hora da zona morta é o filme mais estranho desta lista.
Esta é mais uma adaptação ao cinema para uma obra de Stephen King e o resultado
é tão maluco quanto quase todas as obras de Cronemberg. Quando o personagem de
Walken sofre um acidente de carro, fica 5 anos em coma. Perde tudo, inclusive
seu amor, mas ganha poderes sobrenaturais. Só posso dizer isso da história.
Quanto menos se sabe, melhor. O que Walken faz com os poderes é o ponto chave
da história. Cruzem os dedos!!!!
5 - Alien – O 8º Passageiro
Direção: Ridley Scott
Ano de produção: 1979
Com:
Sigourney Weaver, John Hurt.
Classificação Etária: 16 Anos
NO ESPAÇO, NINGUÉM PODE OUVIR VOCÊ GRITAR. Sim, com esse
slogan o filme foi anunciado no final dos anos 70 para exatamente dar um clima
do que vivia.
Alien não é só dos melhores filmes de terror e ficção
científica do cinema, mas trouxe das pouquíssimas mulheres protagonistas num
filme denso desses, virou referência, transformou a cientista Ripley (Weaver)
como símbolo de resistência feminina e usou a mesma técnica de Spielberg em
Tubarão: esconder o monstro e deixar para a própria platéia tomar suas
decisões. E assusta muito.
Teve mais 3 continuações: “Aliens: O Resgate”, “Alien 3”
e “Alien – A Ressurreição”. Mas, nenhuma teve o impacto que “O 8º passageiro
ainda provoca.
4 – O Silêncio dos Inocentes (The Silence of the Lambs)
Direção: Jonathan Demme
Ano de produção: 1991
Com:
Jodie Foster, Anthony Hopkins, Scott Gleen.
Classificação Etária: 16 Anos
Muito filme de terror por aí quer assustar a platéia por
meios, digamos, sensacionalista. Excessos, excessos e mais excessos. E, na
maioria dos casos, não mete medo nenhum. Então, para quê gastar tanto dinheiro
e sangue em terror desnecessário? Pois bem, assistindo a “O Silêncio dos
Inocentes”, fiquei pensando: por quê gastar tempo e dinheiro com tantas coisas
mirabolantes se dá para meter muito medo na platéia só com o olhar frio e
calculista de Hannibal Lecter? E ainda, um filme que praticamente “não mostra
nada” de explícito e provoca, até hoje, calafrios na platéia. Tudo isso se deve
à muita competência e talento de todos os envolvidos. O Silêncio dos Inocentes
é um dos melhores filmes de Serial Killer da história. Gerou fãs, cultura e
continuações. Os três filmes seguintes, “Hannibal”, de 2001, “Dragão Vermelho”,
de 2002 e “Hannibal – A Origem do Mal, de 2007 não chegam nem aos pés de O
Silêncio dos Inocentes. O filme foi o grande vencedor do Oscar de 1992, venceu
nas categorias de Filme, Direção, Roteiro Adaptado, Ator (Hopkins) e Atriz
(Foster). Além de vencer nas 5 categorias do chamado ”super 5”, o fato de um
filme de terror ter tanto prestígio e reconhecimento em uma premiação como o
Oscar, torna “O Silêncio dos Inocentes” como único.
3 – O Exorcista (The Exorcist)
Direção: William Friedkin
Ano de produção: 1973
Com:
Linda Blair, Ellen Burstyn, Max Von Sydow, Jason Miller.
Classificação
Etária: 18 Anos
Quando se fala em filme de terror que assusta, qual é o
primeiro nome que vem à cabeça? Imagino que, para muitos, o nome será O
Exorcista. Sim, já com 40 anos de seu lançamento, várias continuações e
reboots. Todos horrorosos. E com diversas paródias, é impressionante como nada
disso anula o impacto que O Exorcista ainda provoca. Não existe nenhum outro
filme do gênero com tantas histórias malditas relacionadas em si. Nas
filmagens, 8 pessoas morreram, muitos feridos, inclusive atores e o filme quase
não foi lançado. Os filmes seguintes, “Exorcista 2 – O Herege”, “Exorcista 3” e
O “Exorcista – O Início” foram todos um fiasco de bilheteria e ambos foram
detonados pelos críticos. Linda Blair, a atriz que faz a menina possuída pelo
demônio, Regan, nunca mais fez nada de bom no cinema. Nas seções do filme aqui
no Brasil, tinham até paramédicos na porta do cinema, pois o número de pessoas
que passavam mal era extensa.
O filme venceu 2 Oscars, de Som e Roteiro
Adaptado. Mas merecia mais, principalmente o Oscar de Atriz Coadjuvante para
Linda Blair.
Amado
pelos fãs de terror, odiado pelos mais conservadores, é impossível assistir a O
Exorcista com indiferença.
2 – O Iluminado (The
Shinning)
Direção:
Stanley Kubrick
Ano de produção: 1980
Com: Jack Nicholson, Shelley Duvall,
Danny Lloyd.
Classificação Etária: 16 Anos
Dentre todas as adaptações para o cinema de livro do
Stephen King, “O Iluminado” é, de longe, a mais polêmica. Na época do
lançamento, o filme foi destruído pela crítica, apesar de ter ido bem de
bilheteria. Dentre as alegações dos críticos, estavam os que falavam mal do
papel de Wendy, a esposa do protagonista, ou do próprio papel de Nicholson.
Falaram mal até da Direção de Arte, principalmente no que diz à imagem límpida
e dos cenários, de certa forma, belos. Até a escolha de Kubrick para dirigir
foi alvo de críticas. Era a última coisa que se esperava de um diretor com fama
de intelectual. Mas, nada como o tempo para curar tudo. O Iluminado se tornou
não só um grande clássico de terror, como um dos melhores filmes da história,
mas, também, uma grande aula de como gerar um clima e eternizar os personagens
para sempre. Há seqüências históricas, como aquela mostrada no trailer, da tela
banhada de sangue, e, claro, da famosa “Aí vem o Johnny”, que é copiada até
hoje e jamais superada. Kubrick tomou a liberdade de alterar muita coisa do
livro, o que gerou polêmica. Mas, ao meu ver, isso deve ser visto de forma
positiva, afinal, é uma nova forma e ponto de vista de enxergar a mesma arte. O
próprio King odiou o filme. Outra injustiça, pois O Iluminado ajudou a tornar o
nome do autor ainda mais popular.
Há filmes que assustam com uma cena, um momento, mas, no
caso de O Iluminado, o filme te faz pular da cadeira, só com um letreiro que
diz “TERÇA-FEIRA” em letras garrafais e com um acorde no fundo. E também te faz
se assustar com uma simples foto, que é o final do filme, que não contarei
aqui.
São idéias únicas que só poderiam ter saído da cabeça de
Kubrick. Que tinha muito de louco e genial ao mesmo tempo.
1 – Psicose (Psycho)
Direção: Alfred Hitchcock
Ano de produção: 1960
Com:
Anthony Perkins, Janet Leigh, Vera Miles, John Gavin, Martin Balsam
Classificação Etária: 14 Anos
No início do ano, saiu o filme Hitchcock, que mostra os
bastidores de Psicose e a obsessão do cineasta em tocar a obra para frente.
Afinal, ninguém botava fé que aquilo daria certo, principalmente por matar a
mocinha na metade do filme, naquela cena icônica do assassinato no chuveiro ao
som de um acorde eternizado. Para alguns, na verdade, a cena é mais famosa do
que o próprio Psicose. Grande injustiça. Psicose não é só o número 1 dessa
lista como O MELHOR FILME DE TERROR DA HISTÓRIA, mas mostra que grandes filmes
nunca ficam datados, e, conseqüentemente, não morrem com o tempo. Psicose
também quebrou os paradigmas de sua protagonista, não só por ela morrer na
metade do filme, que é uma ousadia tão peculiar que ninguém usa até hoje, mas
que ela não é necessariamente boazinha. Afinal, Marion (a mocinha em questão), rouba
de seu chefe, a quantia de 40 mil dólares e foge até encontrar o Motel Bates na
estrada. E do que dizer do vilão? Norman Bates, dos maiores e mais
perturbadores seriais killers da história. Seu rosto frio e sorriso manipulador
provocam calafrios até hoje, 53 anos do lançamento do filme.
Como muita coisa na vida é injusto, Psicose não levou
nenhum Oscar. Aliás, Hitchcock jamais venceu um Oscar na carreira, exceto seu
Oscar Honorário em 1968.
Após esse clássico, todas as continuações, produtos e
qualquer coisa relacionada à Psicose, resultaram em grandes porcarias e
fracassos, principalmente o “Psicose” de 1998 de Gus Van Sant, que fez uma “xerox”
do filme de 1960 e fez, quadro a quadro o filme original, como homenagem a
Hitchcock. Mas o resultado foi desastroso. Já pela escolha do elenco e pelo
fato de o filme não ter clima nem empatia. O resultado foi um fiasco e muitas
indicações ao troféu Framboesa de Ouro em 1999, inclusive o prêmio de pior
diretor para Gus Van Sant.
Neste ano, porém, em 2013, a coisa mudou um pouco. As
homenagens ao mestre foram muito bem sucedidas e ótimas de se ver. Primeiro com
o filme feito pela HBO, “A Garota”, sobre os bastidores do clássico “Os
Pássaros”. Depois, como já citado, o filme Hitchcock, com Anthony Hopkins no
papel principal e Scarlett Johansson como Marion. Mas nada se comparou com a
série do canal Universal, Bates Motel, que encerrou sua 1ª temporada
recentemente e a segunda logo vem aí. Originalíssima, ousada e que valorizou,
fundamentalmente, o elenco, que tem, tanto a veterana Vera Farmiga como a mãe
do vilão, como também Freddie Highmore como o Norman Bates, com destaque para a
ótima estreante, Olivia Cookie, como a doce Emma, primeira namorada do serial
killer.
Uma obra qualquer, seja filme ou série, que vire fenômeno
pop já é algo difícil. Mas, se tornar um fenômeno 5 décadas depois, umas duas
gerações depois e sempre ser citado é coisa que, não só poucos conseguem, como
só quem é excessivamente bom é lembrado e citado como gênio. Um gênio chamado
Alfred Hitchcock.