Pixels
Direção: Chris Columbus
Ano de produção: 2015
Com:
Adam Sandler, Michelle Monaghan, Kevin James, Josh Gad, Peter Dinklage, Jane
Krakowski, Sean Bean, Brian Cox, Ashley Benson.
Gênero:
Comédia de Ação
Classificação Etária: 12 Anos
Um desperdício
de tempo e dinheiro
Muita gente reclama – e com razão – da crise de
criatividade em Hollywood. São vários remakes, reboots e franquias em produções
milionárias que os estúdios não querem se arriscar com o receio do fracasso.
Mas 2015
está sendo um ano atípico: a maioria dos remakes está dando certo e alguns
filmes originais estão decepcionando. Alguém duvida? Basta ver que Mad Max e
Jurassic World foram grandes acertos e Tomorrowland, que tinha potencial para
ser bacana acabou sendo um filme “normal”.
E agora,
justamente no período de férias estreia Pixels, baseado em um curta-metragem de
2010 e claramente inspirado em um episódio de Futurama, que tem uma premissa
excelente: os jogos clássicos dos Arcades invadem o planeta e atacando o mundo
real e quem irá salvar são justamente os jogadores da época, de acordo com as
regras dos games.
Há poucos
filmes assim que homenageiam o hábito de jogar videogame e ao universo dos
jogos. Recentemente a Disney realizou Detona Ralph, que homenageava os
clássicos do fliperama e mostrava o universo dos games de forma aberta e
honesta.
Em filmes
baseados em um jogo específico, até agora estamos ainda aguardando uma
adaptação decente de games e nós, fás de jogos estamos ainda órfãos no mundo do
cinema.
Sendo
assim, não era baixa a expectativa para Pixels, que tinha potencial para ser um
filme definitivo sobre jogos antigos, principalmente porque o diretor do filme,
Chris Columbus, conhece o universo infantil como poucos e poderia usar a sua
magia que encantou gerações. Ele foi roteirista de Os Goonies, dirigiu os dois
primeiros Esqueceram de Mim e os dois primeiros filmes da franquia Harry
Potter.
Mas,
é com muita tristeza que digo que Pixels é um filme fraco e uma grande desculpa
para uma trama grosseira e sem graça.
Menos
por culpa de Chris e mais por culpa do roteirista Tim Herlihy, que roteirizou
várias comédias como Juntos e Misturados e Gente Grande, mas principalmente por
culpa do protagonista, roteirista e produtor de Pixels: Adam Sandler.
A cada
ano ele é indicado a pior ator e ele anda pior a cada filme, anda mais estúpido
a cada filme, mais canastrão a cada filme. Nos últimos anos ele fez Gente
Grande 1 e 2, Este é meu Garoto, Juntos e Misturados, mas o fundo do poço foi
no desastroso Cada um Tem a Gêmea que Merece, que nem a presença de Al Pacino
salva um dos piores filmes da história do cinema.
Pixels
começa com um flashback de 1982 na qual Brenner e Eddie disputam um campeonato
de fliperama e a decisão se dá na disputa pelo Donkey Kong, jogo considerado
difícil até hoje e na ocasião, foi vencido pelo Eddie.
Depois
a história se volta para os dias de hoje, na qual Brenner (vivido por Adam
Sandler) é técnico de eletrônica; seu rival, Eddie (Peter Dinklage) está preso;
seu melhor amigo, Will (Kevin James) é presidente dos EUA e o garoto-prodígio,
Ludlow (Josh Gad), ainda vive no mundo da fantasia.
Brenner
faz um serviço de instalação na casa de Violet (Michelle Monaghan), que acabou de
se divorciar de seu antigo marido e está criando seu filho sozinha, mas depois
descobre-se que ela é Tenente-Coronel do governo dos EUA.
Começa
a nascer uma tensão sexual entre Brenner e Violet, o que não é de todo o mal, o
problema é que a coisa começa óbvia, com alguns elogios de mal gosto sobre o
corpo da atriz Michelle Monaghan, depois um insulta o outro, mas o pior é a
insinuação que as mulheres são interesseiras: Violet destrata Brenner e ele diz
que ela só o faz porque é pobre, e que se fosse dentro de um iate, ela não
faria isso.
E quem
achou que Adam Sandler e Michelle Monaghan teriam uma boa química?
Quem
também teve um papel que não lhe serviu foi Kevin James como presidente dos
EUA. Além de ele estar todo perdido no papel e sem o calibre para tal
importância, ele só passa o filme fazendo, adivinhem, piadas sem graça e
grosseiras.
Mas o
grande desastre de Pixels é a tentativa de ser nerd, mas o filme é um grande insulto e ao invés de homenagear como
deveria ser, faz piadas de mal gosto e entra no clichê do nerd ser impopular e “bobão”, sobretudo na figura de Ludlow, que
passa o filme inteiro como o virgem desesperado e desejando a Lady Lisa, uma
musa dos games dos anos 80.
E quem
compra a ideia de Adam Sandler como nerd?
Sem contar que ele fica a cada momento tentando fazer frases de efeito para
tentar dar uma dramaticidade ao papel, mas é impressionante como ele só faz o
mesmo tipo de papel, a mesma expressão a cada filme.
Não bastasse
isso, Adam Sandler é arrogante: ele deu uma entrevista recente se sentindo
injustiçado perante os críticos. É impressionante como os piores profissionais
e pessoas são os que menos assumem quando estão errados (alguém se lembrou de
M. Night Syamalan?) – e alguém já viu um grande ator se achando?
Da metade
para o final, quando o filme se assume como ação, até existe alguma relevância,
sobretudo quando as lutas são verdadeiros games em movimento e quando temos
várias referências aos anos 80, seja no comportamento e na música.
Se o
filme tem alguma graça, as únicas piadas bacanas estão no trailer, mesmo aquela
do criador de Pac-Man, Toru Iwatani, quando sua cria devasta Nova York, foi tão
repetida no trailer que no filme perdeu o timing e a graça.
E por
falar no trailer, este não é o primeiro caso de 2015 que o trailer entrega o
filme e no caso de Pixels, há uma grave problema: o filme claramente estava
inacabado quando o trailer surgiu, pois alguns efeitos estão diferentes, mas,
sobretudo, a cena em que Kevin James mata um Smurf no trailer, no filme vemos
que quem o faz é a personagem de Michelle Monaghan.
Com tudo
isso em Pixels, o resultado é mais uma comédia com Adam Sandler, sim, com todos
os elementos de seus piores filmes, desta vez só trocou o cenário.
Para
quem estava esperando um filme definitivo sobre nostalgia de games, não é com
Pixels que se sentirá representado.
Nota:
4,0
Imagens:
Trailer:
Nenhum comentário:
Postar um comentário