O primeiro Mad Max, de
1979 mudou radicalmente o cinema da ação. E em todos os sentidos. Primeiro por
colocar de vez a Austrália e a Oceania nos holofotes cinematográficos (até
então o país só produzia filmes de arte), provou que dá sim para fazer um
grande filme de ação com baixíssimo orçamento: o filme custou apenas 300 mil
dólares e faturou mais de 100 milhões no mundo inteiro. Até o fenômeno ‘A Bruxa
de Blair’, de 1999, era o filme que mais havia faturado na história em valores
absolutos. E como se não bastasse, foi o primeiro filme da carreira de Mel
Gibson. Sem Mad Max, possivelmente não veríamos a franquia Máquina Mortífera,
Coração Valente, A Paixão de Cristo, dentre outros.
Ainda no primeiro filme vemos o foco da franquia: o
futuro pós-apocalíptico em que as guerras são por água e combustível. Mas esse primeiro
filme foca mais na vingança pessoal e familiar de Max Rockatansky (esse é o
nome de Mad Max), mas é um excelente filme de ação e não ficou datado (veja-o agora
e dá para se divertir muito ainda).
É no segundo filme, ‘Mad Max 2 – A Caçada Continua’ , de
1981, que de fato há a guerra por água e gasolina, com um orçamento muito
maior, temos um melhor aproveitamento de cenários, personagens e Mel Gibson se
torna um astro e ícone da ação. Não é a toa que esse é o filme preferido de
muita gente que viu a trilogia.
Em 1985 veio o terceiro filme, com o título de ‘Além da
Cúpula do Trovão’ é, no meu conceito, o único fraco da trilogia, tem a Tina
Turner como vilã e com a canção eternizada We Don’t Need Another Hero, continua
a guerra e tem um desfecho até honesto para a trilogia que mudou o cinema da
ação, embora seja mais do mesmo em relação ao segundo filme.
Mesmo após o terceiro filme havia a possibilidade de um
4º, mas tanto Mel Gibson como o diretor George Miller seguiram com suas
carreiras: o ator entrou para o primeiro time de Hollywood, ganhou Oscar por
‘Coração Valente’ e só está no ostracismo nos últimos anos, após várias
denúncias de violência contra a mulher.
Já o cineasta teve sim, uma carreira, mas jamais foi
exatamente famoso: em 1987 dirigiu ‘As Bruxas de Eastwick’, com Jack Nicholson;
em 1992 dirigiu ‘O Óleo de Lorenzo’, possivelmente o melhor filme da sua
carreira, um belo drama capaz de fazer qualquer um ir às lágrimas; ‘Babe – O
porquinho atrapalhado na cidade’ em 1998 (o primeiro filme ele escreveu e
produziu) e os dois filmes da animação Happy Feet (o primeiro, vencedor de
Oscar, desbancando o favorito ‘Carros’).
Mas por onde andava Mad Max? George Miller já estava com
a ideia desde o início do século 21, já tinha um roteiro pronto e Mel Gibson
voltaria para o papel. Mas em 2001 aconteceu uma coisa chamada 11 de setembro,
o dólar aumentou exponencialmente e as filmagens foram paralisadas. Além disso,
Mel estava envolvido com seu filme mais ambicioso, ‘A Paixão de Cristo’ e
Miller estava concebendo a animação Happy Feet – O Pinguim.
Somente anos depois, em 2009 (curiosamente, ano em que o
primeiro filme completou 30 anos), que o projeto finalmente sairia e o
protagonista não seria mais Mel Gibson, já envolvido com seus escândalos de machismo,
intolerância religiosa e violência doméstica. Desta vez o protagonista seria o
então desconhecido Tom Hardy.
Para manter o espírito dos filmes originais, as filmagens
seriam na Austrália, onde tudo começou, aproveitando os desertos daquele país.
Mas, como desgraça pouca é bobagem, choveu no deserto e ficou impossível de se
filmar da forma como Miller queria e as filmagens seriam no ano seguinte, com a
expectativa de uma seca, que não aconteceu, muito pelo contrário, choveu mais
ainda, e toda a produção foi para a Namíbia, na África.
Com todos esses problemas, o orçamento de ‘Mad Max –
Estrada da Fúria’ obviamente ficou maior, chegando a astronômicos 200 milhões
de dólares, que de fato são visíveis em tela, mas isso é assunto para o próximo
texto, que é sobre o filme em si...
Mad Max:
Mad Max 2 - A Caçada Continua
Mad Max - Além da Cúpula do Trovão
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