Chappie
Direção: Neill Blomkamp
Ano de produção: 2015
Com:
Sharlito Copley, Dev Patel, Hugh Jackman, Sigourney Weaver.
Gênero: Ficção Científica
Classificação Etária: 16 Anos
Distrito
9 junta com Elysium
O cineasta Neill Blomkamp já está no terceiro filme e já
dá para notar alguma marca: o gosto pela ficção científica e por futuros
distópicos.
Em Distrito 9 foi uma revelação, em uma ficção
completamente diferente do convencional, produzida pelo Peter Jackson, pegou
todo mundo de surpresa, foi um grande sucesso, foi reconhecido pelo Oscar para
Melhor Filme e revelou esse grande ator chamado Sharlito Copley (injustiçado
pelo Oscar para Melhor Ator). E ainda tinha uma grande história, cheia de
metáforas para o apartheid e para o mundo em geral.
Em 2013, Neill Blomkamp, agora um nome conhecido de
Hollywood e com uma produção muito maior, realiza Elysium, que tem uma história
ainda melhor do que Distrito 9, ainda que mal aproveitada, mas com uma grande
elenco, inclusive os brasileiros Wagner Moura e Alice Braga. Apresenta dois
mundos, as elites e o “povo”, mas ficou muito irregular principalmente por
focar o “exército de um homem só” com uma história política como essa.
E em 2015, ele lança seu nome filme, Chappie...
Ele dirige e escreve o roteiro e, mais uma vez, usa
metáforas políticas e apresenta uma ficção científica distópica e pessimista.
A história novamente se passa em Joanesburgo, na África
do Sul (Distrito 9 também se passava em terras africanas) uma empresa cria
robôs-policiais para combater a alta violência, que vai a quase zero. Nesse
cenário, temos Deon (Dev Patel), criador do sistema, que está em um projeto de
um robô com vontades próprias por sistema de inteligência artificial, porém,
ele acaba caindo nas mãos de criminosos, sendo obrigado a criar o robô para
praticar crimes. Mas esse robô, com o nome de Chappie (Sharlito Copley), é
quase como uma criança, aprendendo a falar e tendo que ser domesticado, seja
por criminosos, ou por seu criador. E ainda dentro da mesma empresa, temos o
arco do Vincent (Hugh Jackman), que cria um outro robô com o nome de Touro,
ultra poderoso, mas que não consegue levar o projeto para frente pois sua
diretora (Sigourney Weaver) está mais focada nos robôs-policiais.
Apesar de o roteiro ser dito original, as referências com
os clássicos de ficção científica estão lá, seja a referência clara pelo
Robocop (em se tratando de um robô-policial), ou ‘Um Robô em Curto Circuito’,
em se tratando de um robô sentimental.
Há muitas qualidades em ‘Chappie’, além dessa grande sacada
da história, ainda temos a excelente fotografia pessimista e escura, que também
virou a “marca” de Neill Blomkamp, temos a trilha sonora de Hans Zimmer (que
também assina a trilha da trilogia Batman e do recente Interestelar, por
exemplo) e também não podemos nos esquecer da alegoria com a vida humana, em
como a educação é fundamental e a forma de como uma criança é orientada, diz
muito sobre seu perfil, pois Chappie é um robô que mais se aproxima do que é
humano, sem maldade de início, mas que “aprende” sobre o mundo da pior maneira
possível, orientado por criminosos a roubar carros e roubar um banco, tudo isso
para pagar uma dúvida de 20 milhões de dólares com um outro criminoso.
Porém,
o próprio roteiro toma decisões equivocadas, principalmente porque ele não se
decide se é sombrio, violento, ou se explora o lado mais sentimental da
“infância” de Chappie.
E não devemos nos esquecer da péssima escolha de elenco,
que, a exceção do próprio Sharlito Copley (mas daí ele faz um personagem
digital), está todo mundo perdido e mal aproveitado. Dev Patel, que parece que
só deu certo em ‘Quem Quer Ser Um Milionário’, não convence como um cientista e
demonstra carisma zero para segurar um filme de alto orçamento. Sigourney
Weaver, que há tempos não interpreta uma protagonista, nos últimos anos,
fazendo sempre uma coadjuvante de luxo, aqui tem seu talento desperdiçado
fazendo poses de diretora, mas nada se compara ao personagem constrangedor de
Hugh Jackman, interpretando seu primeiro vilão, que estava claramente sem
vontade no papel.
O diretor Neil Blomkamp tem muito potencial para nos
apresentar algum grande filme como ‘Distrito 9’ foi, seus filmes seguintes,
Elysium e Chappie não são exatamente ruins, há várias qualidades que indicam
que é só uma questão de tempo até o diretor acertar novamente, só torcemos para
que seja logo.
Nota:
7,0
Imagens:
Trailer:
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