Indicados:
- Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)
É difícil de classificar e qualificar
Birdman com uma só palavra: é uma comédia e um drama ao mesmo tempo. é uma
crítica à indústria hollywoodiana, aos críticos em geral, a história de um
homem em crise com a carreira e filha e até uma história de super-herói. Ou dá
para chamá-lo apenas de “brilhante”.
- Boyhood – Da Infância à Juventude
Se Boyhood tivesse a mesma história,
mas com os efeitos da maquiagem, talvez não tivesse o mesmo impacto, mas seria
injusto desperdiçar essa história bonita e ao mesmo tempo verdadeira, sobre os
12 anos de um jovem, desde os 7 anos até os 19, a convivência com os pais, a
separação e seus dilemas da adolescência. O discurso final de Patricia Arquette
beira ao sublime.
- O Grande Hotel Budapeste
Finalmente um filme de Wes Anderson
chega entre os indicados a Melhor Filme. Há tempos ele já merecia o
reconhecimento e veio com um filmaço. O Grande Hotel Budapeste é seu filme mais
ambicioso e uma deliciosa comédia sobre jogo de interesses no período entre -
guerras. O cinema de Wes Anderson é tão excêntrico que só poderia ser original.
- O Jogo da Imitação
Dá até vergonha de imaginar que uma
história tão importante como essa e que definiu os rumos da 2ª Guerra Mundial
só tenha sido divulgada a poucos anos. O que Alan Turing passou é algo que não
deveria se repetir e servir de exemplo para as novas gerações. Ainda bem que
temos o cinema como forma de distribuição.
- Selma – Uma Luta pela Igualdade
O grande azarão da lista também
apresenta uma outra história que não deve ser repetida e esquecida: a
segregação racial e a luta de um líder como Martin Luther King. O filme teve
apenas 2 indicações, esta e a de Canção Original, mas ganhou notoriedade com a
nomeação de Melhor Filme. Mas, quem disse que a Academia é coerente?
- Sniper Americano
Havia um receio sobre esse trabalho de
Clint Eastwood, principalmente na questão da patriotada. Mas, quem tinha essa
dúvida, não conhece Clint. A história do atirador de elite é tratada de forma
imparcial e que é mais focada no psicológico do protagonista, seus demônios,
seus dilemas e sua família. E não tem discursos patrióticos americanos.
- A Teoria de Tudo
A adaptação do livro homônimo de Jane
Hawking abrange tanto a convivência familiar como os feitos científicos de
Stephen Hawking, além de trazer performances espetaculares de Eddie Redmayne e
Felicity Jones. É difícil não se comover e quanto menos se sabe sobre os
personagens, melhor fica a experiência.
- Whiplash – Em Busca da Perfeição
Dentre os indicados a Melhor Filme,
Whiplash é o mais independente. Chegou sem fazer barulho e foi ganhando
festivais. E merece. Desde a história de superação, até o clima quase
claustrofóbico entre professor e aluno e a atuação memorável de J. K. Simmons,
mas não devemos ignorar Miles Teller.
Quem
não deveria estar aí:
Selma – Uma Luta pela Igualdade
Selma jamais é um filme fraco, mas sua
indicação parece mais um capricho da Academia e um pedido de desculpas pela
questão racial do que reconhecimento ao mérito. E não devemos nos esquecer que
uma das produtoras é Oprah Winfrey, que pode ter influenciado os votantes.
O
esquecido:
Garota Exemplar
Os críticos já davam como certa a
indicação de Garota Exemplar como Melhor Filme, mas, se não fosse a indicação
para Rosamund Pike, o filme seria ignorado. Em um filme que consegue um
resultado tão bom quanto o livro e ainda consegue surpreender a platéia com
suas reviravoltas, não deveria ter ficado de fora.
Quem
vai ganhar:
Boyhood – Da Infância à Juventude
Boyhood chega à premiação como o
favorito e tem os seus motivos. Desde o grande trabalho para realizá-lo até
seus prêmios já conquistados, como o Globo de Ouro. E é uma trajetória de vida,
coisa que a Academia adora.
Mas
quem deveria ganhar era:
Birdman ou (A Inesperada Virtude da
Ignorância)
Premiar Birdman seria um
reconhecimento da ousadia e de uma nova forma de se filmar. A Academia é
conhecida por não se arriscar e esse ano não deve ser diferente. Talvez o Oscar
ainda não esteja preparado para o cinema de Alejandro González Inárritu.