House of Cards – 3ª Temporada
Criada por: Beau Willimon
Ano de lançamento: 2015
Com:
Kevin Spacey, Robin Wright, Michael Kelly, Mahershala Ali, Molly Parker,
Elizabeth Marvel.
Gênero: Drama Político
Classificação Etária: 16 Anos
Mais
política e ousada, House of Cards é imperdível
House of Cards foi uma grande aposta da Netflix no início
de 2013. Foi o teste que a empresa fez para ver se seria possível produzir suas
séries próprias. E seria difícil de fazer com que o público acompanhasse vários
episódios em um serviço até então, novo. E ainda conseguir manter as coisas
básicas, como os custos de produção, salários dos atores e equipe... Foi uma
manobra arriscada que poderia ter dado errado, mas, deu mais do que certo.
A série foi um sucesso de público e crítica e agora está
nas premiações, no mesmo patamar de produções de canais milionários, como Game
of Thrones e Downton Abbey.
Foi renovada para uma segunda temporada e agora em 2015,
chegou a 3ª temporada.
Outra renovação da Netflix foi mudar a forma de como
vemos episódios de séries: agora não precisamos esperar a semana seguinte para
ver um episódio, agora o serviço disponibiliza todos os episódios de uma vez,
deixando a cargo do cliente o horário e forma de assistir, seja pela TV,
computador, tablet ou celular.
Mas, como que esta série virou este fenômeno? É uma série
política, até aí, nada de novo, nós tivemos ‘The West Wing’ e temos ‘Scandal’,
que são excelentes, mas, a forma como é contada é diferente.
Acompanhamos Frank Underwood (um Kevin Spacey no melhor
papel da carreira), o ex-congressista da 1ª temporada e agora na terceira,
subiu ao cargo de presidente da República, não necessariamente por méritos. O
que a série mostrou foi a história de um tirano, mostrando todos os meios de
golpes para atingir o objetivo. Todos os meios mesmo, até a morte.
Apesar de a série ser um material original, todas as referências
estão lá: como não se lembrar de O Príncipe, de Maquiavel, em que ele mostra
como um líder pode ser um tirano, e sua frase mais famosa: “os fins justificam
os meios”. Ou ainda a referência a Poderoso Chefão: “mantenha seus amigos
perto, e os seus inimigos, mais perto ainda”.
Outro detalhe importante, talvez o mais importante para o
sucesso da série, foi a metalinguagem. Em diversos momentos, Frank conversa com
o espectador, ou, mesmo sem falar uma só palavra, seu olhar já diz tudo, seja
em uma reunião ou em uma discussão com sua esposa, Claire Underwood (Robin
Wright, também no melhor papel de sua carreira).
Claire não é muito diferente de Frank, na verdade, ela
também é uma tirana e nesta 3ª temporada, ela está mais politizada e, com o
marido na presidência, ela consegue o cargo de Embaixadora.
A 2ª temporada terminou com um grande gancho e grande
expectativa para como poderia ser a presidência de Frank e o que mais ele iria
querer.
Esta temporada começa 6 meses após o término da 2ª, com
um Frank tendo a aprovação baixa e fazendo um projeto ousado e impopular:
cortar verbas da aposentadoria para investir em empregos, adotando o nome do
projeto de America Works, que será sua vitrine para as eleições que ainda
virão.
Paralelamente a isso, temos a história de Doug (Michael
Kelly, ótimo no papel!), que, na temporada passada, levou um golpe de tijolo na
cabeça, ficou em coma por muito tempo e agora sua amada Rachel está
desaparecida. Sua história é quase uma sub-trama durante a temporada. Desde a
1ª temporada ele é fiel a Frank, mas, ao se ver jogado para escanteio, ele “vira
a casaca” e apoia a campanha da rival, Heather Dunbar. Doug é um personagem tão
intenso que não duvidem se ele ganhar prêmios pelo papel.
Mas, quem é Heather Dunbar?
Ela é relatora do Judiciário e, com as eleições por vir e
a baixa aprovação de Frank, ela se candidata à presidência e toma a dianteira pela
corrida presidencial.
Heather também consegue o apoio de Jackie, que é assessora
de Frank, que, em determinado momento, trabalha como agente dupla para Heather
até anunciar que irá se candidatar à presidência também. Aliás, o episódio 11,
que é todo focado no debate dos 3, bem como os bastidores, é espetacular.
São vários elementos que estão nesta temporada: a
recuperação de Doug, a luta de Frank para recuperar a popularidade, Claire como
mais politizada e a ascensão de Heather. E não há história menor ou maior. A plateia
se envolve com tudo, mesmo àqueles que não gostam de política, poder e economia,
vai conseguir entender, graças ao roteiro mais do que inteligente desta série
criada por Beau Willimon e produzida por muita gente boa do cinema, como os
cineastas David Fincher e Andrew Davis. Até Robin Wright está atrás das
câmeras, ela dirigiu os episódios 9 e 12. Ela estava sumida após Forrest Gump e
seu casamento com Sean Penn, é verdade, mas agora é sua chance de voltar.
Mesmo tendo dois protagonistas claramente, a série tem
coadjuvantes maravilhosos, como os já listados e, mesmo sendo atores
desconhecidos do grande público, o roteiro jamais os deixa de lado e os torna
fascinantes.
Como todo e bom season finale de série, termina com um
gancho para uma possível quarta temporada, embora tenha um desfecho honesto.
Seja você fã de séries, não-fã, goste ou não de política,
mas, não deixe de conhecer House of Cards e outras grandes séries da Netflix,
que só cresce, como ‘Orange is the New Black’ e a recente Unbreakable Kimmy
Schmidt.
E não por isso, que vivemos a chamada fase de ouro das
séries de TV.
Nota:
10,0
Imagens:
Trailer:
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