O Ataque (White House
Down)
Direção: Roland Emmerich
Ano de produção: 2013
Com:
Jamie Foxx, Channing Tatum, Joey King, James Woods, Maggie Gyllenhall, Richard,
Jenkins.
Gênero: Ação
Classificação Etária: 14 Anos
Inspirado como nunca, Emmerich um filme com sua marca.
De início, o título em português para O Ataque seria
“Ataque à Casa Branca”, mas, como tivemos, no primeiro semestre deste ano o
também longa de ação, “Invasão à Casa Branca”, com Morgan Freeman, já
disponível em DVD e no Netflix, os tradutores não acharam conveniente confundir
mais o público. as semelhanças entre os
dois longas são muitas. A principal diferença está no orçamento e distribuição.
Invasão à Casa Branca chegou como filme modesto e quase sem alarde e foi muito
bem nas bilheterias, e foi sendo descoberto pelo grande público, principalmente
quando chegou em DVD, mas, fundamentalmente quando ele estreou no Netflix, serviço
bastante popular e importante para a propagação de filmes e séries para o
grande público.
O caso de O Ataque foi um pouco diferente. Estreou com
status de super produção, com um orçamento de 150 milhões de dólares, faturando
mais do que o dobro no mundo inteiro, principalmente na Europa e aqui no
Brasil, onde o diretor Roland Emmerich tem muitos fãs.
Após o fracasso de 10000 a.C, do já obsoleto 2012 e do
estranho “Anônimo”, Emmerich finalmente reencontra a acolhida popular que o
consagrou. Ele é o responsável pelo megassucesso “Independence Day”, que
faturou mais de 800 milhões de dólares pelo mundo todo e aqui no Brasil fez
mais de 4 milhões de espectadores no ano de 1996. Nele, teve a cena antológica
da explosão da Casa Branca por um ataque alienígena, fez crescer a carreira bem
sucedida de Will Smith e ainda de “presente”, faturou o Oscar de Melhores Efeitos
Especiais. Mas seu melhor filme é “O Dia Depois de amanhã”, com uma história
até interessante, que tinha como pano de fundo o Aquecimento Global e nos
apreciou com a Big Apple sendo engolida pelo gelo. Por aqui, em “O Ataque”, há
cenas antológicas e surreais de ação, um roteiro ora afiado, ora cheio de
reviravoltas absurdas e um ótimo elenco.
O Ataque conta a história de um rapaz, John Cale
(Channing Tatum) daqueles típicos heróis de ação: carismático, sem dinheiro e
desprezado pela filha e esposa. Sua filha é incrivelmente inteligente, adora
política e é fã do presidente norte-americano, James Swayer (Jamie Foxx). Para
tentar se aproximar da filha, ele lhe consegue ingressos para excursões à Casa
Branca, bem no dia em que ele vai até a residência para uma entrevista de
emprego para o Serviço Secreto. Numa dessas sortes (ou azares) da vida, ocorre
um ataque terrorista dentro da Casa Branca, quase todos são tomados como
reféns, mas Cale consegue salvar o presidente. O caso vira escândalo mundial em
minutos, a Casa está tomada pela mídia, polícia e exército, mas o presidente
ainda está desaparecido e seu “herói”, Cale, também, e os terroristas estão
irredutíveis: o interesse está além do dinheiro para libertar os reféns e o
Presidente...
No quesito humor e referências, “O Ataque” é um filme
perfeito. Sua melhor qualidade é não se levar muito a sério. O filme brinca o
tempo todo com poder e política. As semelhanças de Jamie Foxx e o presidente
Barack Obama são inevitáveis: além de serem afro-descendentes, são simpáticos e
carismáticos. Channing Tatum, que não é um grande ator, funcionou muito bem
aqui como herói de ação do estilo Rambo e Duro de Matar. É muito bom rever
James Woods (que estava sumido) como chefe do serviço secreto americano em
cena. Maggie Gyllenhall está bem como sempre, neste caso, como funcionária do
Serviço Secreto. Um destaque muito positivo do filme é a pequena Emily, de 11
anos, que por aqui faz a filha de Tatum, vivida pela novata Joey King. Ela é
uma graça e o papel de jovem nerd viciada em política que caiu tão bem que ela
merecia um filme próprio.
As piadas estão espertas, o filme brinca com o caso de
Kennedy com a Marilyn Monroe, com a política americana e até com Independence
Day(!). Há referências com a atual juventude e a tecnologia, que nos ajuda
muito hoje em dia (não entrarei em detalhes, pois a cena merece ser vista com
surpresas).
As cenas de ação estão pra lá de absurdas como a
perseguição de carro dentro da Casa Branca, que termina com o carro na
piscina(!), explosão, de novo, da Casa Branca e explosão do avião presidencial,
Air Force One.
O final do filme é apenas correto e até enfadonho, e o
roteiro, como um todo, é preguiçoso. Infelizmente a desculpa para o ataque em
si é tão absurda que deu a impressão que o estúdio não queria um roteirista e
sim um produtor que suprisse o resultado artificial e superficial da obra, que
vai continuar faturando milhões ao redor do mundo, de certa forma o sucesso é
merecido, mas nada como ter um mínimo para um filme: roteiro melhor escrito.
Nota:
7,0
Imagens:
Trailer:
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