Homem de Aço (Man of Stell)
Direção: Zack Snyder
Ano de produção: 2013
Com:
Henry Cavill, Amy Adams, Michael Shannon, Russell Crowe, Diane Lane, Antje
Traue, Kevin Costner, Laurence Fishburne, Ayelet Zurer, Christopher Meloni, Michael
Kelly.
Gênero: Aventura
Classificação Etária: 12 Anos
Homem de Aço mostra mais maturidade ao herói da DC.
Teve muito mistério em torno do Homem de Aço. E há anos.
Começando pela escolha do diretor e protagonista. Só o que era certo era o
roteiro e produção do grande Christopher Nolan (da trilogia Batman). A escolha
do ator Henry Cavill (da série The Tudors) foi mais do que certeira. Ele sempre
recebeu vários nãos na vida, sempre esperando o lugar ao sol e o momento não
poderia ser melhor. Estou torcendo de verdade para que a carreira dele decole
de vez. E a escolha do diretor, Zack Snyder também foi certeira. Filmar
adaptações de quadrinhos ele sabe. Ele é o diretor dos bem-sucedidos “300” e
“Watchmen”. E as apostas, expectativas e demora deram certo: Homem de Aço é o
filme que realmente um herói como o Super-Homem precisava, feito com
competência que há tempos não se via.
Desde
o primeiro Superman, de um distante 1978, o nosso herói não tinha um filme
digno de nota. Esse filme de 1978 mudou de verdade como a indústria enxergava o
mundo dos super-heróis, não como um gênero de moleque, como muita gente ainda
infelizmente acha, mas como puramente cinema maduro. O filme tinha o Christopher
Reeve eternizando a imagem do homem de aço, também tinha um vilão realmente
assustador com Gene Hackman como o Lex Luthor e um Marlon Brando que dispensa
apresentações como o pai do protagonista, além do roteiro muito bem amarrado de
Mario Puzo (de O Poderoso Chefão). A continuação de 1980, Superman 2 é muito
simpático, com boas cenas de ação mas não se comparava com o primeiro, talvez
devido à desnecessária intriga entre Marlon Brando e o diretor Richard Donner.
O terceiro filme, lançado em 1983 pecou por priorizar mais Richard Pryor em
detrimento ao herói, além de ser tão engraçado de ridículo. E o que dizer de
Superman IV – Em busca da paz de 1987? Um grande fracasso de público e crítica,
que serviu para enterrar de vez a história do homem de aço nos cinemas. Ou não.
O super-homem é importante demais para ficar esquecido assim. Mas os quadrinhos
viveram um período ruim nos anos 1990 com o cinema e parecia que ali estava
entarrada a saga do Super-Homem nos cinemas. Mas aí veio o século 21 e com ele
as ótimas, algumas excelentes adaptações dos quadrinhos para o cinema, como
X-Men e Homem-Aranha. E a DC Comics viu que não podia ficar de fora enquanto a
Marvel produzia franquias bem-sucedidas de público e crítica. Daí veio o ótimo
diretor Bryan Singer (diretor dos 2 primeiros X-Men) para realizar seu sonho de
criança: dirigir um filme do Super-Homem. E a Warner Bros, a distribuidora
detentora dos direitos do herói deu sinal verde para Synger fazer um reboot do
Super-Homem. Seria o retorno finalmente do homem de aço, em 2006 com “Superman
– o Retorno”, muito aguardado, cheio de expectivas e com um trailer animal. Mas
o resultado foi um lixo. Um fracasso de público e crítica que enterrou qualquer
possibilidade de franquia.
Pois
bem, agora, passados alguns anos do mal-estar que “Superman – O Retorno” causou
nos fãs, o diretor Christopher Nolan, que hoje ninguém mais duvida de seu
talento, escreve e produz este aqui, “Homem de Aço”, com a “bagatela” de 200
milhões de dólares e com um ótimo elenco, que são características de Nolan, em
seus filmes, basta ver na trilogia Batman e no surpreendente “A Origem”.
Na
história, baseada no livro “Os Últimos dias de Krypton”, vemos o planeta em
questão Krypton sendo devastado e praticamente sem chance de vida de novo. Há
séculos o planeta está sem um nascimento natural, todos que nascem são de forma
artificial, exceto Kal-El, o primeiro nascimento em séculos. Para garantir a
segurança e futuro da criança, seus pais (Russell Crowe e Ayelet Zurer) o
enviam aqui ao Planeta Terra. Por aqui, ele é criado por Jonathan e Martha Kent
(vividos por Kevin Costner e Diane Lane) e é chamado de Clark Kent. Porém, o
General Zod (Michael Shannon) e seu exército, que querem a conquista de Krypton
e também do planeta Terra e a população terrestre terá que recorrer àquele que
sempre foi visto como aberração, que é o Super-Homem.
A
produção está caprichada, os efeitos especiais estão maravilhosos e o roteiro
está muito bem escrito e inteligente. Muita gente criticou o estilo Nolan de
filmar, de explicar tudo nos detalhes. Não vejo isso como defeito. A mistura de
passado com presente, os flashbacks para explicar a infância e adolescência do
herói são fundamentais para o contexto do filme e as possíveis continuações
(sim, o final é redondo para uma continuação). Outra característica de Nolan é
o clima sombrio, pesado e até político que, por exemplo, a trilogia Batman teve
e aqui deu muito certo. Era um risco, afinal o homem de aço não é um herói
genuinamente terrestre e o Cavaleiro das Trevas era muito mais fácil de se
lidar pois é tão humano quanto nós.
Mas
é o fato de valorizar os atores que torna esse filme tão especial, além de
Henry Cavill, também temos a Amy Adams como a Lois Lane, ela está perfeita no
papel, aqui ela não é a mocinha indefesa e sim, participa de verdade na
história. Ela é, sem dúvida, das melhores atrizes desta geração (basta ver “O
Mestre” e “Dúvida”), além de sempre linda. Russell Crowe, que estava sumido dos
holofotes, depois de estourar em “Gladiador” e “Uma Mente Brilhante” está ótimo
como o pai biológico do herói. E o que dizer de seus pais aqui da Terra: Kevin
Costner, até ele, que sempre teve fama de antipático está bem por aqui e Diane
Lane, depois de seu papel provocante em “Infidelidade” aqui faz a modesta mãe
do protagonista, também é sempre bem (mas não ótima) nos seus papéis. E o
vilão? Parecer assustador ao lado do Super-Homem é uma tarefa para poucos. E Michael
Shannon (da série Boardwalk Empire) faz muito bem ,está perfeito no papel como
o general Zod.
Infelizmente
nem tudo é perfeito em Homem de Aço: o filme é barulhento demais, é impossível
assistir ao filme e não se incomodar com a acústica de tudo, mas a pior coisa é
o mau uso da tecnologia 3D. Praticamente não há profundidade no filme. Nem
gaste a mais para ver a coisa em 3 dimensões, pois quase não há. Houve uma
pressão para que o filme fosse lançado em 3D para um faturamento maior.
Apesar
dessas ressalvas, não há dúvida de que Homem de Aço nos deixou mais otimistas
pelo futuro do homem de aço nos cinemas. E que venha o filme da “Liga da
Justica”.
Nota:
8,5
Imagens:
Trailer: