Sombras da Noite (Dark Shadows)
Direção: Tim Burton
Ano de produção: 2012
Com:
Johnny Deep, Eva Green, Michelle Pfeiffer, Bella Heathcote, Helena Bonham
Carter, Chloe Grace Moretz, Jackie Earle Haley.
Gênero: Comédia de Terror
Classificação Etária: 14 Anos
Nota: 8,5
Logo no primeiro minuto de “Sombras da Noite”, sem saber
nada do filme, já se sabe que se trata de uma obra de Tim Burton, afinal, todos
os ingredientes de seus filmes mais clássicos como “Edward – Mãos de Tesoura” e
“Os Fantasmas de Divertem” estão lá: personagens excêntricos e um mundo
paralelo e bizarro. Felizmente, Burton voltou às suas origens mais esquisitas
antes de ele mudar, na minha opinião, para a pior, com um lado mais blockbuster
em grandes produções como “Alice” e o “Planeta dos Macacos” de 2001. Talvez
porque neste novo filme, “Sombras da Noite”, Tim não tem aquela pressão dos
estúdios de realizar um arrasa-quarteirão.
“Sombras da Noite” é baseado em uma série da TV
americana, Dark Shadows, e se passa, no
início, em 1772, quando Barnabas Collins (Deep) é o herdeiro de uma poderosa
família que estava com um lucrativo negócio de pesca do então novo mundo, ou
seja, nos EUA. Quando ele resolve se casar com a então empregada da mansão,
Angelique (Eva Green), Barnabas não tem idéia da tragédia que iria acontecer em
sua vida: ele a trai com uma moça muito mais jovem e angelical e Angelique se
revela uma bruxa obsessiva, que mata os pais de Barnabas, faz a amante se matar
e como se não bastasse, faz com que toda a cidade de Collinsport se revolte
contra ele e o transforma em vampiro, prendendo-o em um caixão, onde Barnabas
vive por lá por 200 anos.
Na outra, digamos, parte da história, Barnabas ressurge
de uma maneira no mínimo bizarra: o ano é 1972, muita coisa mudou e durante uma
construção de um prédio, os operários despertam Barnabas sem querer e ele, com
muita sede de sangue humano (afinal foram 200 anos!) mata todos os operários e
volta à sua família. Mas esta família está financeiramente quebrada, mais por
causa da ambição de Angelique que roubou e desviou tudo e um de seus objetivos
novos e, claro, vingança.
A história, porém, não para por aí: apesar de ter um
grande astro como Johnny Deep no elenco, todos os personagens têm seu papel de
destaque, principalmente o elenco feminino. A própria Eva Green tem um passado
e presente pitoresco, revelando um amor estranho e obsessivo por Barnabas,
Bella Heathcote, que faz Josette, a amante-suicida que , por causa de uma
brincadeira do diretor, faz a nova babá da casa, Victória, em 1972. Ela que,
aliás, tem um passado tão bizarro quanto peculiar: por causa de seu dom de ver
gente morta, seus pais a internaram em um hospício onde ela passou a infância e
parte da adolescência, até que ela foge e encontra a vaga de babá em um jornal.
Michelle Pfeiffer, que estava sumida também está ótima como a patriarca da nova
família e está tão boa quanto Deep. Helena Bonham Carter, mesmo eu não gostando
muito dela, tenho que admitir que o papel de psiquiatra maluca que caiu bem,
embora seja um papel muito secundário. E finalmente, Chloe Grace Moretz, que é
uma atriz que eu infalivelmente adoro, faz Carolyn, a filha mimada da família,
mas está uma doçura no papel. E não deixem de prestar atenção em Alice Cooper,
fazendo papel dele mesmo em um show de rock promovido por Barnabas.
O filme é cheio de referências e piadas irônicas, as
referências ficam com a sociedade da época, desde uma sessão de Amargo Regresso,
com Jon Voight, passando pela geração hippie da época (a cena em que Barnabas
se encontra com eles é deliciosa, que, infelizmente, não contarei o que
acontece) e a ironia fica com o fato que sendo o personagem de Deep um vampiro
era natural que as pessoas o temeriam, mas é ele que morre de medo do povo, ele
considera a geração nova muito “estranha” e suas frases são tão antiquadas que
ninguém fala mais assim, como Angelique assim descreve.
Embora esta não seja a melhor parceria entre Deep e
Burton, este aqui foge, por exemplo, de ser o desastre que foi “Alice”, embora
não seja nenhum “Ed Wood”, mas é um, digamos, “Tim Burton da gema”.
Imagens:
Trailer:
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