Atração Fatal (Fatal Attraction)
Direção: Adrian Lyne
Ano de produção: 1987
Com:
Michael Douglas, Glenn Close, Anne Archer.
Gênero: Suspense
Classificação Etária: 16 anos
Nota: 8,5
Em 1987, o diretor Adrian Lyne chocou a sociedade
americana e mundial com um thriller quase erótico que mexeu na ferida do
American Way Of Life. Estamos falando de “Atração Fatal”, um filme foi feito
para ser pequeno, mas com um boca-a-boca popular, um diretor vindo de um grande
sucesso, que foi Flashdance, e um ótimo
elenco, com Michael Douglas e Glenn Close. Ele, que no mesmo ano
estrelou o filme que lhe daria seu único Oscar de Melhor Ator, que foi “Wall
Street – Poder e Cobiça”, e ela, no melhor momento de sua carreira (tá bom, um
dos dois melhores, fazendo páreo ali com “Ligações Perigosas”), o filme foi
crescendo, tanto que despertou o interesse dos acadêmicos com 4 indicações ao
Globo de Ouro, incluindo de Melhor Filme e 6 Indicações ao Oscar de 1988:
Melhor Filme, Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Edição. Mas a verdade é que
“Atração Fatal” é um daqueles casos que despertam todos os sentimentos
possíveis no espectador: raiva, tensão, libido, mas jamais indiferença.
“Atração Fatal” é a história de um homem de família
chamado Dan (Michael Douglas), um advogado bonito, bem-sucedido, tem uma filha
adorável e uma esposa dedicada, vivida por Anne Archer. Ou seja, é o típico de
família que retrata o sonho americano. Quando esta esposa e a filha vão passar
um final de semana em um sítio da família, Dan se envolve com a provocante Alex
(vivida por uma Glenn Close bem diferente do que estamos acostumados a ver) e
vivem um fim de semana baseado em sexo, muito sexo, que para Dan, seria apenas
“diversão”. Quando a família volta, para Dan tudo voltaria ao normal: sua
profissão voltaria a decolar, a amante iria para seu lado e ele voltaria para a
esposa. Mas Alex começa a se tornar um inferno. Ela começa a telefonar
constantemente para Dan. A toda hora. Dan começa a ignorá-la, mas Alex se torna
mais obsessiva a cada dia. Mas o pior ainda estaria por vir: Alex revela que
está grávida de Dan. Para ela, é a chance de ficar mais perto dele. Para ele,
isso se torna um pesadelo a cada dia. Qual o desfecho de tudo isso é que é o
grande mistério.
Bem, o filme foi um grande sucesso de público e crítica.
Serviu muito para fazer a carreira de Michael Douglas e da Glenn Close
decolarem e colocou de vez o nome de Adrian Lyne na lista dos grandes diretores,
embora isso, na minha opinião, tenha sido um exagero. Afinal, Adrian Lyne nunca
mais fez um filme como “Atração Fatal”. Ele se tornou famoso sim, mas por ser
um diretor de thrillers eróticos que eram de qualidade duvidosa, como “Invasão
de Privacidade”, em 1993, com Demi Moore, e o insuportável “Lolita”, que foi
remake do filme de Stanley Kubrick, em 1997. É até perdoável dizer que “Atração
Fatal” foi um golpe de sorte na carreira de Lyne. Na verdade, por melhor que
este filme seja, é a direção amadorística que torna “Atração Fatal” quase
esquecível. Há momentos memoráveis (os 15 minutos finais são para entrar para a
história do cinema, pela tensão e a angústia pelo desfecho) e a famosa cena do
“coelho cozinhado”, mas ficou aquela sensação de que o diretor poderia ter ido
mais longe. Por mais que tenha sido um alerta ao sonho americano, o diretor
ficou com um pouco de receio de ousar mais, colocar mais ironia, mais tensão, e
até um clima mais sensual. Sim, apesar da maciça propaganda, as cenas de sexo
ficam limitadas a apenas ao momento de Dan & Alex juntos. Conforme seus
filmes foram passando, Lyne injetou mais e mais sexo (alguém se lembrou de
“Invasão de Privacidade”?), tem muito sexo e nudez. Foi classificado, na época
do lançamento, para maiores de 18 anos e quando passou na TV Globo, em 1996, a
emissora cortou mais da metade do filme. E “Atração Fatal” poderia ter entrado
para a galeria dos filmes do gênero da época, como “9 semanas e meia de amor”,
do próprio Lyne e “Corpos Ardentes”, de 1984.
O personagem de Michael Douglas é um ótimo exemplo de
homem desesperado, amante inseguro e marido camuflado. Infelizmente, este papel
se tornou uma piada de mal gosto em Hollywood. Afinal, ele quase repete este
papel em outros thrillers de sucesso, como “Instinto Selvagem”, em 1992 e “Assédio
Sexual”, em 1994. E a personagem de Glenn Close se diverte no papel de mulher
infeliz e amante vingativa. Não é a toa que ela se tornou um modelo, nos anos
seguintes, de uma mulher que não leva desaforo para casa. Ela é lembrada
constantemente em filmes que têm o feminismo como pano de fundo. “O Diário de
Bridget Jones” e “Como Perder um Homem em 10 Dias” são exemplos de uma
personagem que ficou para sempre na história.
Apesar da direção amadora de Lyne, não há nada, nem mesmo
ele, que anule o impacto que “Atração Fatal” ainda provoca.
Trailer do Filme:
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