Prometheus (Prometheus)
Direção: Ridley Scott
Ano de produção: 2012
Com:
Noomi Rapace, Michael Fassbender, Guy Pearce, Patrick Wilson, Charlize Theron.
Gênero: Ficção Científica
Classificação Etária: 14 Anos
Nota: 3,0
Como sugere o título, Prometheus promete mais do que
cumpre.
“Prometeu mais do que cumpriu”. Não foram poucas as
pessoas que saíram das sessões de Prometheus no ano passado e disseram essa
frase. Na verdade, foi a frase mais dita no mundo cinematográfico em 2012. Eu perdi
a chance de vê-lo nos cinemas, mas, antes tarde do que nunca, assisti na TV. Achava
que era um grande exagero todos os comentários negativos que geraram com o
filme. Ainda tinha aquele impacto do trailer devastador que tomou conta das
salas de cinema do 1º semestre do ano passado e Ridley Scott dirigiu aqueles
que estão entre os melhores filmes de ficção científica da história com “Blade
Runner – O Caçador de Andróides” em 1982 e “Alien – O 8º passageiro” em 1979, embora
Scott tenha em sua carreira mais filmes de gosto duvidoso do que filmes
memoráveis e quando ele quer, e somente quando quer, ele realiza algo realmente
marcante.
Mas, é com muito pesar e lamentação que digo que sim,
Prometheus é uma grande decepção para fãs de ficção, e fãs de cinema em geral,
um filme que tinha tudo para ser grandioso pela propaganda, material realizado
e disponível, elenco e história, principalmente por ser vendido como um
prelúdio de Alien, Prometheus tinha tudo para se tornar o melhor ou dos
melhores filmes de 2012, talvez pelas exigências dos estúdios, produtores, pela
urgência em se fazer um blockbuster ou talvez por que Scott não tem mais
aquele, digamos, olhar futurista para uma obra de ficção. E dói muito ver que
Prometheus terá uma sequência e a continuação de Blade Runner vem aí,
possivelmente em 2014.
Na história, uma equipe de cientistas, Noomi Rapace (Elizabeth
Shaw, em um papel de gosto duvidoso), Michael Fassbender (David em um estranho
papel de andróide), Charlize Theron (péssima no papel como Meredith Vickers),
Guy Pearce (irreconhecível como o cientista Peter Weyland), entre
outros, faz uma jornada num universo em um futuro um pouco distante, em 2079,
para desvendar os mistérios da origem da humanidade, em uma nave chamada
Prometheus e com gravidade zero. O que encontram lá, porém, são situações
estranhas, e pondo em risco a vida não só dos tripulantes, como a da vida na
Terra. A cientista Elizabeth Shaw é estranhamente infectada e é sofrida uma
gravidez arriscada para a vida de todos.
Com um roteiro tão rico, tão intenso e tão proveitoso é
difícil imaginar o porque Prometheus é tão desagradável. Scott consegue piorar
aquilo que já era ruim. O visual, que de início é majestoso e sombrio, vira uma
direção de arte de ficção científica de sessão da tarde, mais parecida com o
anêmico “Esfera”, de 1998 do que de Alien. Mesmo em cenas que deveriam ser mais
tensas, afinal, tanto este filme aqui, como Alien, não deixam de ser suspenses,
a coisa não é só decepcionante como constrangedora, como a cena em que Shaw dá
a luz ao bebê Alien, só não é mais ridícula do que o terrível final que merece
estar entre os piores da história.
Mesmo o elenco, que tem alguns bons atores e outros com
papéis interessantes na carreira parecem perdidos aqui. Noomi Rapace, a
protagonista da versão sueca de “Os homens que não amavam as mulheres” parece
uma robótica atuando, assim como Charlize Theron, que parece constrangida em
cena. Mesmo Michael Fassbender (o Magneto de X-Men: Primeira Classe), que é um
bom ator até que se esforça como um androide, mas parece limitado de seu
talento dramático, menos por culpa dele e mais por mal assessoramento.
Enfim, o filme poderia ser bom, a execução, porém, é um
desastre. Se a indústria quer uma nova ficção científica revolucionária, como “2001
– Uma Odisséia no Espaço”, “Matrix” e até “Alien”, não vai ser com “Prometheus”
que eles vão conseguir.
Imagens:
Trailer do Filme: